quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Veio de táxi para se confessar

Já tem alguma idade e graves problemas de saúde. Chegou de táxi e guardou um bom bocado que eu chegasse a casa. Vinha para se confessar.
Antes da confissão, conversámos um bocado e falou-me de si. Uma história de pobreza, sofrimento, trabalho e honestidade. Sentia-se muito doente e queria sentir o perdão de Deus. "A gente deve estar preparada para quando Ele quiser", afirmou com convicção.
Após a confissão, senti-o muito mais calmo, sereno e confiante.
"Não chame o táxi, eu levo-o a casa", disse-lhe. Já que esperara tanto por mim, era a minha vez de o fazer chegar mais depressa a casa.
"Não senhor. Obrigado. A minha reforma é pequenina, mas a gente arranja dinheiro para pagar o táxi para o Centro de Saúde, para vir às compras ou para se deslocar à Câmara, porque não há-de arranjar para as coisas de Deus? Além disso, já que vim aqui, quero aproveitar para fazer umas comprinhas..."

Tantas vezes me procuram como burocrata ou gestor. Ele é uma declaração, ele é a marcação do casamento ou baptismo, ele é as obras da paróquia...
Tão poucas vezes me procuram como padre! E é isto que sou. E é neste múnus que me sinto bem. Na direcção espiritual, na confissão, na oração, na explicação da Palavra de Deus, na dinamização pastoral da comunidade, na solicitude para com os carenciados...

2 comentários:

  1. Abençoado seja padre, pela sua vocação que o Senhor esteja sempre consigo. Que Nossa Senhora abençoe os sacerdotes e aumente as vocações sacerdotais.
    Maria

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  2. Maria, muito obrigado pela sua presença e pelo seu comentário.
    Obrigado pela sua palavra de incentivo.
    Que Deus a abençoe.

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