sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

1º Domingo da Quaresma - Ano C

S. Paulo realça continuamente o lugar da fé na história da salvação. Esta, com efeito é dom de Deus e não fruto do cumprimento da Lei. A fé ocupa um lugar fundamental na vida do homem. Por ela este abre-se à transcendência e reconhece a presença do Senhor na sua vida e na humanidade; por ela obtém a certeza de que a salvação é, antes de mais, dom da misericórdia divina que o liberta do pecado e o reconcilia consigo.
Se na adversidade pudermos contar com o Senhor, a vida ganhará em clarividência e a certeza das nossas decisões não se deixará abalar face às sedutoras ofertas das tentações (riqueza, poder, fama). A Quaresma, como tempo favorável e de salvação, pretende reforçar as nossas opções em Cristo. A santidade, vocação universal.'horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral', dar-nos-á a dinâmica intrínseca e qualitativa na comunhão com a Trindade. A Igreja não pode esquecer o ser o rosto da esposa de Cristo, chamada à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade.
O plano pastoral diocesano para a quaresma apresenta-nos como linha condutora a relação que cada comunidade há-de estabelecer entre a Eucaristia e a prática da partilha e da solidariedade cristã. Quanto mais crentes, mais fraternos e solidários. Partilhar o Pão eucarístico exige a partilha do pão, alimento do corpo.
O Papa, na mensagem quaresmal, convida-nos a sair daquela ilusão de auto-suficiência, daquele estado de fecho, que é a própria origem da injustiça, o homem não é um ser autárquico, mas precisa do Outro para ser plenamente ele mesmo, aceitar a própria indigência, dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e amizade. É necessária a humildade para aceitar que se precisa que um Outro nos liberte do meu para me dar gratuitamente o seu. Graças à acção de Cristo, nós podemos entrar na justiça maior que é a do amor. Precisamos de sociedades justas, onde todos recebam o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.
Também o nosso bispo lembra a partilha fraterna que autentica o nosso testemunho de cristãos.

P.e Adriano Monteiro

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