Alguns são vão à Igreja levados pelos outros.
Foram no baptismo, porque os levaram.
Foram nas comunhões, porque os pais assim entenderam.
Foram depois de mortos, porque lá os colocaram.
Em relação à Missa de corpo presente, tenho pensado nisso demais. Parece-me que há tanta mentira e tanta falsidade em muitos casos! Então uma pessoa enquanto viveu, teve capacidade de optar, de decidir, nunca quis ocupar o seu lugar na assembleia dos crentes, deixou sempre o lugar vazio, nunca sentiu necessidade de celebrar a sua fé com os irmãos ... Agora, depois de morto, quando já não pode dizer nada, vêm os familiares impor-lhe a Missa!? Há cá uma verdade e uma coerência nisto!
Que a essas pessoas se faça o funeral cristão, até aceito. Se a pessoa foi baptizada e nunca negou o seu baptismo... a Igreja que o acolheu no baptismo também pode agora acompanhá-lo numa última prece. Agora a Missa!!! Então se não a quis em vida, vamos agora impor-lha depois de morto, só porque já a não pode recusar!?
Se meu pai não fosse um cristão praticante, era eu o primeiro, na hora da sua partida, a dizer que não queria a Missa de corpo presente. E isto por respeito profundo pela sua decisão enquanto foi vivo.
Acho que as famílias devem "cair na real". Por respeito ao ente querido falecido, não lhe imponham aquilo que ele sempre rejeitou. Haja coerência e verdade.
Penso que chega de jogar para o socialmente correcto. Pensemos na verdade, porque só ela nos salva.
Senhor Padre,
ResponderEliminarEu nunca tinha pensado nisso. Os meus pais faleceram os dois há pouco tempo, e não tiveram missa de corpo presente. Não porque eu não quisesse, mas porque não foi possível. Todavia eu tinha tinha pensado nessa missa de corpo presente, não para dar nas vistas que não sou disso, mas para oferecer por alma deles. Eu mando de vez enquando celebrar missa por alma de meus pais. Uma coisa que sempre me preocupou é que nenhum deles praticava. Mas tinham fé, a fé deles, pois eram analfabetos e viviam numa região pouco critianizada, como é o Alentejo.
Maria
Maria:
ResponderEliminarObrigado pela sua presença e por partilhar connosco a situação de seus pais. Que o Senhor os acolha na Luz eterna.
Claro que cada situação é uma situação. "O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado", disse Jesus àqueles que o criticavam por fazer curas ao sábado, o dia santo dos judeus. Na lei judaica, era proibido fazer qualquer trabalho ao sábado, até os passos que se podiam dar estavam fixados...Jesus quis dizer que a dignidade humana está acima de qualquer lei.
Impor uma Missa de corpo presente a quem nunca quis durante a vida é uma coisa; rezar e mandar celebrar a Missa pelos defuntos é outra. Porque neste caso é a minha fé livre que está em causa. Já não imponho nada, rezo ao Pai por aquela pessoa. Aqui entra a caridade e a solicitude pelos outros, começando por quem nos é querido.
Não está aqui minimamente em causa qualquer juizo sobre a pessoa que faleceu, porque quem nos julga - e felizmente - é Deus.
Muita paz em Cristo, o Senhor.