terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ORIGEM E SIGNIFICADO DA IMPOSIÇÃO DAS CINZAS


1. A imposição das cinzas recorda que a nossa vida na terra é passageira e que a nossa vida definitiva está na eternidade, com Deus.
A Quaresma começa com a Quarta-feira de Cinzas e é um tempo de oração, penitência e jejum como preparação para a celebração da Páscoa. São quarenta dias que a Igreja propõe para a nossa conversão.

2. O uso das cinzas com este significado penitencial tem a sua origem no Antigo Testamento.
Aqui, as cinzas simbolizam dor, morte e penitência.

3. Por exemplo, no livro de Ester, Mardoqueu veste-se de saco e cobre-se de cinzas quando sabe do decreto do Rei Assuero I da Pérsia, que condenou à morte todos os judeus do seu império. (Est 4,1).
Job também se veste de saco e cobre-se de cinzas (Job 42,6).

4. Daniel, ao profetizar a captura de Jerusalém pela Babilónia, escreveu: «Voltei-me para o Senhor Deus a fim de Lhe dirigir uma oração de súplica, jejuando e impondo-me o cilício e a cinza» (Dan 9,3).
Por sua vez, Jeremias, dirigindo-se ao povo, apela: «Meu povo, veste-te de saco, luto e lamento, e revolve-te sobre as cinzas»(Jer 6, 26).

5. No século V antes de Cristo, logo depois da pregação de Jonas, o povo de Nínive proclamou um jejum a todos e se vestiram de saco, inclusive o Rei, que se levantou do seu trono e sentou-se sobre cinzas (Jn 3,5-6).
Estes exemplos, retirados do Antigo Testamento, demonstram a prática estabelecida de usar cinzas como símbolo de arrependimento.

6. Entretanto, o próprio Jesus faz referência ao uso das cinzas.
A respeito dos povos que se recusavam-se a arrepender-se dos seus pecados, apesar de terem visto os milagres e escutado a Boa Nova, Jesus afirmou: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidónia os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e as cinzas» (Mt 11,21).

7. A Igreja, desde os primeiros tempos, continuou a prática do uso das cinzas com o mesmo simbolismo. No seu livro «De Poenitentia», Tertuliano prescreveu que um penitente deveria «viver sem alegria vestido com um tecido de saco rude e coberto de cinzas».
O famoso historiador Eusébio relata, na sua obra «A História da Igreja», que um apóstata chamado Natalis apresentou-se vestido de saco e coberto de cinzas diante do Papa Zeferino, para lhe pedir perdão.

8. Sabe-se que, na antiguidade cristã, existiu uma prática que consistia no sacerdote impor as cinzas a todos aqueles que deviam fazer penitência pública. As cinzas eram colocadas quando o penitente saía do Confessionário.
Com efeito, nos primeiros séculos da Igreja, os fiéis que tinham cometido faltas graves, de notoriedade pública, deviam submeter-se a uma penitência pública.

9. No início da Quaresma, os cristãos que tivessem praticado escândalos públicos recebiam as cinzas sobre a sua cabeça. Também podiam receber um cilício, um cinto de lã áspera ou eriçado com pontas de arame, e que se trazia cingido aos rins.
Enquanto o coro entoava salmos penitenciais, eram acompanhados até à porta da igreja.

10. Até Quinta-feira Santa, não podiam participar nas celebrações, permanecendo no adro em sinal de penitência.
Só na Quinta-feira Santa depunham os sinais de penitência e podiam entrar de novo na igreja mediante absolvição sacramental.

11. No período medieval, por volta do século VIII, as pessoas que estavam para morrer eram deitadas no chão sobre um tecido de saco coberto de cinzas.
O sacerdote benzia o moribundo com água benta dizendo-lhe: «Recorda-te que és pó e em pó te converterás». Depois de aspergir o moribundo com água benta, o sacerdote perguntava: «Estás de acordo com o tecido de saco e as cinzas como testemunho da tua penitência diante do Senhor no dia do Juízo?» O moribundo então respondia: «Sim, estou de acordo».

12. Em todos estes exemplos, nota-se que o simbolismo do tecido de saco e das cinzas servia para representar os sentimentos de aflição e arrependimento, bem como a intenção de fazer penitência pelos pecados cometidos.
Com o passar dos tempos o uso das cinzas foi adoptado como sinal do início da Quaresma.

13. O ritual para a Quarta-feira de Cinzas já era parte do Sacramental Gregoriano.
As primeiras edições deste sacramental datam do século VII.

14. Hoje em dia, as penitências públicas não seriam compreendidas nem aceites. E, afinal, de forma pública ou de forma privada (mas com repercussão comunitária), todos somos pecadores.
Por isso, as cinzas são colocadas em todos.

15. A cerimónia da bênção e imposição das cinzas, tal como a conhecemos actualmente, é um vestígio da antiga penitência pública, extensiva a todos.
Aliás, começou a ser obrigatória para toda a comunidade cristã a partir do século X.

16. A liturgia actual conserva os elementos tradicionais: imposição das cinzas e jejum.
As cinzas são feitas com os ramos das palmeiras que foram usadas na procissão de Ramos do ano anterior, que se guardam e se queimam para esse efeito.

17. A fórmula de bênção das cinzas faz menção da condição pecadora de quem as vai receber.
Basicamente, as cinzas simbolizam: 1) a situação pecadora do homem, a oração e a súplica ardente para que Deus o ajude; 2) a ressurreição, já que o homem está destinado a participar no triunfo de Cristo.

18. O sacerdote abençoa as cinzas e coloca-as na fronte de cada fiel traçando com elas o Sinal da Cruz.
Nessa altura, diz : «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás-de voltar»(cf. Gén 3, 19) ou então «Arrependei-vos e acreditai no Evangelho»(Mc 1, 15).´

19. Começamos, assim, a Quaresma examinando o nosso passado e tomando consciência do nosso pecado.
Só assim poderemos voltar os nossos corações para Jesus, que sofreu, morreu e ressuscitou para nossa salvação.

20. Este tempo serve para renovar as promessas do nosso Baptismo e para nos reaproximarmos de Deus pelo Sacramento da Reconciliação, que os antigos denominavam «Baptismo laborioso».
Deste modo, estaremos a preparar condignamente a celebração da Páscoa de Jesus, incorporando em nós uma vida genuinamente pascal, ou seja, transformada.
João António Teixeira, facebook

Mensagem para a Quaresma 2017 do Papa Francisco


A Palavra é um dom. O outro é um dom.
Veja aqui

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Centro Paroquial de Tarouca: Novas cadeiras para a mesa da presidência




Reuniu no Centro Paroquial a Assembleia Municipal


 
  
 

 Em virtude do incêndio no edifício da Câmara Municipal que provocou evidentes danos e cuja recuperação está em curso, em 27 de fevereiro, teve lugar na sala de jovens do Centro Paroquial a reunião da Assembleia Municipal.


Mais uma vez, se confirmou na prática aquilo que repetidamente tem sido afirmado. O Centro Paroquial está disponível para ações da sociedade civil.


Os deputados municipais, no intervalo da reunião, puderam visitar todo o edifício, servindo o pároco de guia. Igualmente verificaram “in loco” o enorme benefício que o Centro Paroquial concedeu ao bem comum, possibilitando os acessos que estão patentes e que não têm nada a ver com o que existia.


Os ilustres visitantes ficaram satisfeitos e deram os parabéns. Já na sala da reunião haviam saudado o pároco pela obra realizada com uma salva de palmas. O pároco, na sua intervenção, agradeceu e disse que as palmas só poderiam ser para os paroquianos e benfeitores pela sua colaboração abnegada.

ACEITE ESTES DOIS CONVITES!

Foto de Gaspta.

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domingo, 26 de fevereiro de 2017

A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e de jejum


O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia.
A abstinência consiste em não comer carne.
A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e de jejum.
Cada Sexta-Feira da Quaresma  é dia de abstinência.
A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinquenta e nove anos de idade.
Jejum. Qual o motivo?
É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem de Deus.
O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumista".
Tal atitude veio a tornar-se nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito frequentemente abusa deles. A civilização  mede-se então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede segundo a  medida adequada ao homem.
Esta civilização de consumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam o homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.
O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.
Não é uma renúncia pela renúncia, mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Tarouca no Encontro Diocesano de Catequistas


 

O Encontro Diocesano de Catequistas proposto para este ano pastoral, realizou-se em dia 25 de fevereiro, sábado das 9h30 às 13h00, no centro pastoral de Almacave. 

O dia começou com o acolhimento e oração onde esteve presente o nosso bispo, D. António Couto. 

Seguiu-se aprofundamento do tema diocesano: "Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda a criatura" apresentado em dois momentos pelo Pe. Rui Santiago, Redentorista. 
Encontro terminou pelas 13h00.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Francisco não disse que é preferível ser ateu do que cristão hipócrita

ANDREAS SOLARO/AFP
Alguém poderia me explicar que bruxaria foi feita para que a homilia do Papa desta quinta-feira (23 /Maio/2017) fizesse com que o Papa declarasse que “É melhor ser ateu do que um católico hipócrita” ?
Hoje, fomos inundados por uma avalanche de noticias: O Papa declarou que é melhor ser ateu do que católico hipócrita. Me impressionei com a incisão das palavras do pontífice. Palavras certeiras mas que poderiam induzir a uma complacência com o ateísmo. Poderia justificar-se o ateísmo tendo em vista da má vida dos fiéis? Eis a pergunta que a grande imprensa quis incutir na mente dos leitores.
– A frase tem sentido, avisa o desavisado. Sim, se bem compreendida, tem sentido. No entanto, sou impelido a ressaltar: Não se trata da frase ser correta ou errada, mas ser exatamente o que foi dito ... me perdoem os informais, mas eu costumo exigir dos redatores que o conteúdo que está entre aspas seja exatamente o que foi dito. Senão fica parecendo que qualquer um senta numa redação e escreve o que lhe convém. Nós sabemos que é assim, mas não façam de uma forma que a brincadeira passe a ser constrangedora. Tendo em vista a credibilidade da grande mídia, preferi esperar a publicação da homilia pela Santa Sé. Fingi estar surpreso enquanto Surpresa: A palavra ‘ateu’ aparece apenas simplesmente uma vez na homilia e, olhem que coisa surpreendente: Não tinha o sentido laicista que a grande mídia divulgou. O Papa disse:
“Quantas vezes já ouvimos na rua ou em outros locais alguém dizer: “Para ser católico como aquele é melhor ser ateu!” É isto o escândalo, que destrói, que manda abaixo.”
Leia a homilia completa em italiano clicando aqui. 
Expliquem-me, dona imprensa, qual foi a mandinga que foi feita para o Papa declarar isso?
Renato Aquino, aqui

Universidade Católica apresenta projeto para primeiro curso privado de Medicina em Portugal

Foto: Agência ECCLESIA/OC
A Universidade Católica Portuguesa (UCP) e três instituições parceiras assinaram hoje um acordo para a criação do primeiro curso privado de Medicina em Portugal, de dimensão internacional, apresentado como um projeto “inovador”.
Veja aqui

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

1,4 MILHÕES DE CRIANÇAS EM RISCO DE MORTE POR CAUSA DA FOME!

 
Tudo se passa na Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no Iémen. Ou seja, tudo se passa nesta nossa «aldeia» chamada mundo. Se o sofrimento de qualquer pessoa já dói muito, o sofrimento das crianças faz doer insuportavelmente.
Como não regressar a Augusto Gil? «Que quem já é pecador/Sofra tormentos, enfim!/Mas as crianças, Senhor,/Porque lhes dais tanta dor?!/Porque padecem assim?!»
É óbvio que não é Deus quem as faz sofrer assim. Acredito que é Deus quem mais com elas partilha todo este sofrimento sem fim!
João Teixeira

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A Humanização da assistência ao doente e o acompanhamento no luto

O Departamento da Pastoral da Saúde associa-se à Congregação Religiosa Filhas de São Camilo na comemoração dos seus 125 anos de existência ao serviço dos mais pobres e doentes. Este é um ano jubilar que iremos marcar com várias iniciativas que vão de encontro às necessidades e interrogações daqueles que exercem a missão de cuidar.
A primeira destas iniciativas é a realização de uma Conferência sobre: A humanização da assistência ao doente e o acompanhamento no luto, a realizar na manhã do dia 14 de março, no Centro Pastoral de Almacave, Lamego, com início às 9h30.
Pretende-se que esta conferência constitua uma oportunidade de formação e de contacto com algumas atitudes humanizadoras para todos aqueles que exercem uma missão junto dos doentes (sacerdotes, ministros extraordinários da comunhão, voluntários, cuidadores informais, enfermeiros, médicos, cuidadores formais e técnicos das instituições de solidariedade social dos centros sociais paroquiais).
O conferencista é um dos maiores especialistas da Península Ibérica nesta área de reflexão bioética, o Prof. Dr. Carlos Bermejo, Camiliano.
A inscrição é gratuita, mas obrigatória para todos os que desejam participar, podendo ser realizada através do link https://form.jotformeu.com/70354159074355  ou pelo telefone 254 600 210.
Contamos com a vossa divulgação, junto dos diversos agentes da pastoral da saúde, e presença.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Foi para restauro a Imagem de Santa Helena



Se subir à Serra, espreitar pela janela da capela e não vir a imagem de Santa Helena, não se aflija. A imagem foi para restauro.
A bela e valorosa imagem há muito carecia de obras de restauro. Mas as obras do Centro Paroquial foram absorvendo todas as verbas. Logo que foi possível, olhámos para a imagem daquela que de todos é muito querida: Santa Helena.
O restauro não fica barato, mas Santa Helena merece todo o esforço. Também a imagem da Senhora das Dores receberá pequenos restauros.
Querendo Deus, os trabalhos estarão concluídos antes da novena.
Que Santa Helena e a Mãe das Dores roguem a Deus por todos nós!

Encontro de catequistas no Centro Paroquial

Na tarde deste dia, 20 de fevereiro, os catequistas encontraram-se no Centro Paroquial. Após uma refeição fraterna que os catequistas custearam e cozinharam, teve lugar uma reunião, viva e participada.
Assunto principal da reunião? As propostas apresentadas pelos pais no encontro de pais que se realizou precisamente há 8 dias.
A equipa responsável pelo encontro de pais(dr.as Judite, Lurdes e Almerinda) apresentou ao grupo de catequistas um resumo das propostas dos pais, tendo cada catequista recebido uma fotocópia das referidas conclusões. Pode ver aqui.
Após análise da súmula apresentada, os catequistas concluíram:
- Foi muito importante o contributo dos pais que merecem sempre toda a atenção.
- Ha propostas exequíveis, outras de mais difícil execução. Umas que podem ser já executadas, outras só o poderão ser a médio prazo.
- Há propostas que dependem do grupo de catequistas, outras que dependem dos pais, ainda outras que dependem dos catequizandos, algumas que dependem da conjugação de esforços de todos.
- Assim os pais poderão desde já usar o espaço de estacionamento do Centro Paroquial quando, aos sábados de catequese, forem levar e buscar os filhos.
- Um dos grupos de catequese pensa já este ano passar um fim-de-semana em Santa Helena que terminará com uma pequena sessão para os pais.
- Foi dada total liberdade aos catequistas para convidar os pais para  participar nas sessões de catequese. Igualmente quando os pais o quiserem fazer poderão comunicar ao catequista.
- Ações de formação para os pais, em concomitância com a catequese dos filhos, terão lugar a partir do próximo ano.
- Os catequistas pedem aos pais mais participação nas atividades da catequese e nas festas da catequese. Quanto mais ativa e empenhada for a participação dos pais, mais motivados se sentem os seus filhos.
- Valem muito pouco as festas da catequese sem uma catequese séria, empenhada, assídua dos catequizandos. Por isso o maior prémio que os catequizandos podem ter é a assiduidade à catequese, o empenho e participação.
- A catequese é acolhimento humano, é misericórdia, é insistência e persistência.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

19 Fevereiro 2017 - 7º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leituras: aqui

I. Degrau a degrau, o sermão da montanha põe-nos muito alta a fasquia do amor! E não se trata de uma medida alta para campeões, super-homens, extraterrestres ou heróis da banda desenhada! A santidade é a “medida alta da vida cristã comum(NMI 31). E, por isso, Jesus não deixa de a propor a todos os Seus discípulos. A montanha que somos desafiados a escalar, faz-se subindo, degrau a degrau, o caminho da perfeição, que é afinal o caminho do amor.  

II. Vou recordar-vos cinco degraus nesta escalada. Cada um examine-se, vendo bem a que distância se encontra do ideal cristão, do topo desta montanha.  

Primeiro degrau: vingar o mal com um mal ainda maior. Nas primeiras páginas da Bíblia, encontramos vestígios da «lei da vingança», quando se diz: «Caim é vingado sete vezes, mas Lamec setenta vezes sete» (Gn 4,24). Aqui respira-se uma vingança irracional, um ódio descontrolado! Há restos disto naquela triste ameaça: «A vingança vai ser terrível»! Oh, quanto caminho há ainda por fazer, para chegar à não violência ativa, como forma de alcançar a paz!

 Segundo degrau: pagar o mal com o mal. No livro do Êxodo encontramos a famosa «lei de talião»: “olho por olho, dente por dente(Ex 21,24). Isto ainda nos parece qualquer coisa de muito bárbaro, mas, à época, era já um grande avanço: o agressor receberia apenas uma sanção igual àquela que provocara na vítima! Aqui há já um limite para a vingança, mas esta não desarma: «Cá me fazes, cá me pagas»! Oh, quão distantes estamos ainda de oferecer a outra face ao agressor!

Terceiro degrau: não fazer ao outro o mal que não se deseja para si mesmo. No livro de Tobias, encontramos esta “regra de ouro”: “Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti(Tb 4,15). Aqui a sentença é mais elevada, mas não vai longe: basta ficar quieto, não agir nem reagir…Estamos ainda a léguas daquele amor ativo, capaz de querer bem e de fazer o bem a quem nos faz mal!

Quarto degrau: fazer ao outro o bem que se deseja para si. Nos Evangelhos, a regra de ouro aparece-nos, formulada pela positiva. «Faz aos outros, o que queres que te façam a ti» (Mt 7,12; Lc 6,31). Só que, neste 4.º degrau, como no anterior, há ainda um vício de raiz: a referência e a medida do amor parece que sou eu! Ora é preciso romper este circuito fechado do amor, para que a medida seja maior.

E eis que vem o degrau mais alto: o mandamento novo: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei» (Jo 13,34). Aqui a medida já não sou eu. Aqui a medida é Jesus, o Jesus da Cruz. Aqui o amor é incondicional, sem retorno, até ao fim! Aqui o amor é responder à violência com a ternura, rompendo o ciclo da vingança. Aqui o amor é responder à soberba, com o excesso do dom, desatando o nó cego do egoísmo. Aqui a regra é esta: todo o “desamor com amor se paga e apaga”.

III. E perguntareis, no fim de tudo isto: é-nos possível chegar ao topo da montanha e alcançar o TOP deste amor aos inimigos? Jesus deixa-nos uma dica importante, quando diz: «Orai pelos que vos perseguem». Sem oração, não vamos lá. A oração é a única arma que nos desarma, porque a oração transforma os nossos sentimentos e até a vontade, à imagem de Deus Pai, “que faz nascer o sol sobre bons e maus”, à imagem do Filho, que respondeu à violência da Cruz com a oferta da vida, e à imagem do Espírito Santo, que é amor sem medida. Pela oração, alcançamos uma nova visão, que nos faz ver Deus como Pai e o outro como irmão. 

IV. Vê bem em que degrau te encontras. Vai subindo, um de cada vez, de mãos dadas à Cruz do Senhor. Não fiques caído no vão da escada! Prossegue a escalada do amor! E reza: “Dá-me, Senhor, o que mandas e então manda o que quiseres” (Santo Agostinho, Confissões X, 29,40)!
Amaro Gonçalo


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Em torno da visita do Papa Francisco a Fátima


 

Foto de Santuário de Fátima.
O Papa Francisco estará, como é do conhecimento público, na Cova da Iria de 12 a 13 de maio de 2017, na sua primeira visita ao santuário português, em peregrinação, como anunciou o Vaticano passado mês de dezembro. A nota enviada, a 16 de dezembro, à agência Ecclesia pela Nunciatura Apostólica (representação diplomática da Santa Sé) em Portugal referia:

“Por ocasião do Centenário das Aparições da Bem-Aventura Virgem Maria na Cova da Iria, e acolhendo o convite do presidente da República e dos bispos portugueses, Sua Santidade o Papa Francisco irá em peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima de 12 a 13 de maio de 2017”.

Comentando esta informação, o Padre Manuel Barbosa, secretário-geral e porta-voz da CEP (Conferencia Episcopal Portuguesa) declarava que a presença do Papa nas celebrações centenárias de 12 e 13 de maio “é uma alegria, uma interpelação e uma bênção”, explicitando:

“Uma alegria, tão acentuada pelo Papa Francisco na sua forma de viver e no seu magistério pastoral, que brota do Evangelho e está bem presente na mensagem de Fátima; uma interpelação, porque o Papa Francisco nos tem dito de forma clara, e virá com certeza reafirmar-nos com a sua tão simples mas significativa presença, que somos Igreja missionária, à maneira de Maria qual primeira discípula missionária e evangelizadora”.

Por seu turno, a 15 de dezembro pp., o Conselho de Ministros aprovou “um conjunto de medidas excecionais e transitórias que permitirão à administração central e ao Município de Ourém proceder à contratação de bens e serviços no âmbito da visita do Papa a Fátima”.

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Hoje, dia 10 de fevereiro, o Padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, que assume a função de coordenador geral da visita do Papa, apresentou, em conferência de imprensa, alguns detalhes do evento, como o lema, a imagem gráfica e os demais coordenadores da visita.

O lema da visita é “Com Maria, peregrino na esperança e na Paz”, tendo-o o Padre Cabecinhas justificado nos termos seguintes:

“O Papa virá em peregrinação ao Santuário de Fátima, para rezar com os peregrinos que o acompanham aqui e pelos meios de comunicação social. É por vontade expressa do Papa que assim acontece. O Papa vem para rezar em Fátima, com os portugueses, neste santuário que é o coração espiritual de Portugal, como disse o Papa Bento XVI.”.

O sacerdote referiu que a visita papal “pretende ser ação de graças para o dom que é Fátima para a Igreja e para o mundo, no centenário” e permitirá fazer “ouvir a voz profética do Papa, sendo que “a expectativa é de que sejam muitos a vir a Fátima para o ver e rezar com ele”.

Segundo o também coordenador geral da visita papal, os preparativos, em conjunto com o Estado Português e as demais entidades envolvidas, estão a decorrer “em bom ritmo”. O mesmo assegurou que a escolha do tema da Paz para o lema permite unir o pontificado de Francisco à Mensagem de Fátima, pois “a Paz liga-nos ao Papa, ao seu pontificado e também à Mensagem de Fátima, daí esta conjugação”.

Na memória descritiva do cartaz oficial da visita, Francisco Providência, designer autor do logótipo, revela que pretendia “que o coração (em vez da cruz) pudesse caraterizar mais o amor misericordioso do Pai do que o sofrimento redentor do Filho”, pelo que o terço surge envolvido numa forma de coração, que também se liga ao Coração Imaculado de Maria.

Acentua que a visita do Papa foi caraterizada com a ideia do Coração Imaculado de Maria, através dum desenho de coração, que se pudesse vincular mais “ao vazio recetor de Maria, do que à inflamação passional que muitas vezes simboliza, propondo, por isso, a construção geométrica da figura em dupla elipse simétrica e convergente”. E esclarece:

“A intenção projetual foi a de traduzir, pela comunicação gráfica, um Papa mensageiro da misericórdia e da paz, tão simples e acessível como o Santo que lhe deu nome, mas associando a sua visita ao Santuário Mariano de Fátima, recorrendo para isso aos seus sinais mais universais – coração e rosário”.

Sobre os peregrinos, o reitor do Santuário afirma que “não sabe” quantos estarão, mas garante que todos serão bem acolhidos, dado que “haverá lugar para todos, para participar de algum modo na celebração, mesmo que não estejam no recinto”. Para o efeito, o recinto vai ser equipado com ecrãs gigantes em várias localizações, nos espaços anexos ao Santuário.

Sobre a especulação havida com o alojamento em Fátima, com quartos a serem alugados por milhares de euros, o Padre Cabecinhas apontou a existência de “especulação excessiva” e demonstrou preocupação com o facto. A este respeito, evidenciou a postura do Santuário:

“Preocupa-nos a especulação à volta dos alojamentos com a vinda do Papa. Não é praticada de forma geral, mas há uma ou outra situação de especulação excessiva. O santuário optou por, nas suas casas de acolhimento, que são limitadas, não fazer qualquer atualização de preço. Mais do que isso não me parece que possamos fazer.”.

Segundo o reitor do Santuário, a peregrinação aniversária internacional seguirá o horário habitual das grandes celebrações que decorrem de maio a outubro. No âmbito da preparação da visita papal, a CEP designou o Padre Vítor Coutinho, vice-reitor da instituição, como coordenador da Comissão de Acompanhamento dos Media e o Padre Joaquim Ganhão, da Diocese de Santarém, como coordenador da Comissão de Liturgia. Este sacerdote, atual diretor do Museu Diocesano de Santarém e do Secretariado de Liturgia desta diocese, é representante da CEP no Conselho Pastoral do Santuário de Fátima.

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Como ficou entredito acima, o Santuário de Fátima apresentou também hoje a imagem gráfica e a identidade visual da visita de Francisco, a 12 e 13 de maio, que estará disponível em vários suportes e no cartaz oficial do evento. Assim, a imagem acompanhará toda a comunicação da visita do Papa, seja no site, que brevemente será colocado on line, seja nas redes sociais.

Em declarações aos jornalistas, o reitor do Santuário de Fátima, coordenador geral da visita papal, frisou que a nova imagem gráfica pretende retratar o “estilo de simplicidade e clareza” caraterizador do Papa Francisco. A imagem é, como ficou dito, da autoria do designer Francisco Providência e apresenta o desenho dum coração, em contas do rosário rematadas por uma cruz, e com inscrição no interior “Papa Francisco – Fátima 2017” comportando ainda o lema da visita “Com Maria, Peregrino na Esperança e na Paz” e o logótipo das comemorações do centenário das aparições. A esta nova imagem gráfica surge associada, no cartaz, uma fotografia do Papa Francisco com um sorriso rasgado,  a acenar com a mão esquerda. O designer explica:

“Procurámos valorizar a proximidade física e simpática do Papa, que, a sorrir, acena com a mão num gesto de saudação e bênção”.

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Apesar de o Reitor não saber quantas pessoas estarão em Fátima a 12 e 13 de maio, o balanço de 2016 faz antever muitas peregrinações em Ano Jubilar do Centenário das Aparições.


Com efeito, no encontro anual de hoteleiros, promovido pelo Santuário de Fátima, foram apresentadas as estatísticas referentes ao ano de 2016, que levam a antever um Ano Jubilar cheio de peregrinos. Um dos objetivos do encontro é dar a conhecer o programa e a vida do Santuário de Fátima. Nele participaram vários agentes económicos de Fátima e autarcas. 

Dom António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, no encerramento deste encontro, a que presidiu, evocou a solenidade do 100.º aniversário das aparições como uma “data marcante que merece ser evocada”, visto que as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos foram “um fator de renascimento espiritual”.

Reiterando que “Fátima é uma bênção”, que foi, é e será uma bênção, para Portugal e para a Igreja, sustenta que “ é de salientar a vinda de Sua Santidade, o Papa Francisco, um peregrino entre peregrinos”, pois na história de Fátima o Sumo Pontífice é “figura particular”.

E contra a especulação, o prelado apelou à “honestidade” nos preços praticados durante a visita do Papa, frisando “Cuidemos de ser acolhedores” e esperando que a celebração do centenário seja “marcante, quer para os peregrinos que aqui vêm e esperam um bom acolhimento, quer para aqueles que estão aqui com a tarefa e missão de os acolher”. E recomendou:

“Que haja peso e medida em tudo e neste aspeto. Senão, damos uma má imagem de nós mesmos”.

Por sua vez, o reitor do Santuário de Fátima, durante o encontro, desafiou os 85 hoteleiros e as 11 entidades presentes à “vivência de Fátima”.

Sobre o aumento de peregrinos, o Padre Cabecinhas diz que acarreta “responsabilidades, pois, como acolhedores, os operadores devem “proporcionar uma experiência intensa e feliz”.

Comparando dados de janeiro de 2016 e 2017, o aumento é notório: houve, por exemplo, mais 24 grupos estrangeiros (40 em 2016 e 64 em 2017), o que dá mais 7347 peregrinos estrangeiros em peregrinações organizadas. O Santuário registou em todas as suas celebrações (oficiais e particulares) de 2016 um total de 5,3 milhões de pessoas, na sua maioria portugueses, que continuam a vir ao Santuário individualmente. Destes, só 693 mil o fazem inseridos em peregrinação organizada e registada no Serviço de Peregrinos do Santuário de Fátima. No entanto, o número de peregrinos que rumou ao Santuário em 2016 integrado em peregrinações aumentou, tal como o número de peregrinações. Registaram-se mais 6 peregrinações e com mais 106 mil peregrinos comparativamente com 2015. É de referir que estes números incluem a visita aos espaços museológicos do Santuário, sobretudo a exposição temporária no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, que regista adesão significativa dos peregrinos, tal como as Casas dos Pastorinhos e num total de quase um milhão de pessoas (996 mil). Estas visitas mostram o gosto pela cultura e pela história do Santuário e seus protagonistas – gosto que se traduz na busca dos peregrinos bem como dos investigadores e dos jornalistas. Assim, em 2016, foram acreditados pela Sala de Imprensa 400 profissionais de comunicação e o Serviço de Estudos e Difusão apoiou 157 investigadores ou projetos de investigação. São números que traduzem o interesse que Fátima desperta mercê do alargamento da oferta cultural e formativa através dos cursos sobre a mensagem de Fátima, que já vão na 12.ª edição, e através dum curso de verão para jovens investigadores em ciências sociais ou mesmo do curso livre que decorre na UCP, em Lisboa, sobre o acontecimento de Fátima.

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Também o Cardeal Patriarca de Lisboa se referiu ao figurino da visita papal, que não inclui Lisboa. Francisco disse, no dia 20 de novembro pp., a Dom Manuel Clemente que deseja vir “só a Fátima” em maio de 2017: “Eu quero ir a Fátima, só a Fátima, ver a Senhora”.

Segundo o Cardeal, “o Papa gosta de Portugal como gosta de todos os povos do mundo, mas ele quer é ir a Fátima, só a Fátima”. E porfiou: “Se o Papa não vier a Lisboa, vai Lisboa a Fátima”.

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Que a visita do Papa reforce os créditos proféticos da Igreja em Portugal e torne a nossa sociedade mais tolerante, mais próxima e mais justa e fraterna. Prosit!

2017.02.10 – Louro de Carvalho

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

QUERES SER ESCUTEIRO(A)?

Foto de Centro Paroquial Santa Helena.
Criança,
Adolescente,
Jovem,
QURES SER ESCUTEIRO(A)?
Inscreve-te na sacristia da Igreja de Tarouca até ao fim de março!
Fala com os teus pais e avança com a inscrição!



Dos 6 aos 22 anos!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O Dia dos Namorados, ou dia de São Valentim, celebra-se a 14 de fevereiro

Foto de João António Pinheiro Teixeira.
 São Valentim - Valentim tanto podem ter sido dois, um ou nenhum!
Veja aqui



Quando se abre o google e se procura por "Dia dos Namorados", aparece um autêntico encharcamento comercial. Prendas, prendas, prendas... Gastar, gastar, gastar.
Parece que a única saída honrosa para esta efeméride é despejar carteiras.
Que tem a sociedade a dizer aos namorados? Parece que só isto: gastemmmmmmmm.
A exploração comercial do que de mais nobre e belo existe no homem e na mulher é abocanhante. Como se o amor estivesse à mão de uma prenda.
O amor que o dinheiro traz vai-se com o dinheiro.
Quem ousa propor aos namorados para este dia:
- um retiro?
- um momento de oração?
- um encontro de reflexão?
- espaço e tempo para os dois se encontrarem, falarem olhos nos olhos?
- um dia para surpresas que não sejam gastar dinheiro e que façam o outro feliz?
- um encontro de casais de namorados para partilhar vivências, dificuldades, ideais  e caminhos?

domingo, 12 de fevereiro de 2017

ENCONTRO DE PAIS - Impressões

No Plano Pastoral constava este Encontro de Pais que teve lugar na tarde de 12 de janeiro no Centro Paroquial.
Do Conselho Pastoral Paroquial havia saído uma equipa responsável pela preparação do Encontro: Dr.as Judite, Lurdes e Almerinda. Trabalharam muito em equipa e preocuparam-se com os vários pormenores. O pároco foi acompanhando o trabalho e deu a sua opinião quanto a dinâmicas da reunião. O tema vinha do Conselho Pastoral e está estampado no cartaz acima.
Saliente-se a presença de elementos do Grupo de Jovens e do Coral que animaram a sessão no início e no fim.
Na 1ª parte, com auxílio do projector, foram lidas e comentadas algumas passagens bíblicas particularmente relacionadas com a família. Igualmente foram citados textos do Papa Francisco referentes à família, ao amor humano e à Igreja como comunidade em missão. Frise-se a presença de catequizandos nas leituras.
Na 2ª parte, os presentes trabalharam em grupos. Enquanto alguns destes debateram propostas para melhorar a catequese das crianças e jovens, outros debateram propostas para a realização da catequese de adultos.
Finalmente realizou-se o plenário onde o secretário de cada grupo levou ao micro as conclusões do seu grupo. Alguns secretários fizeram questão de chamar todo o grupo para a frente no momento de apresentar as conclusões...
Sem pretensões de exatidão nem de ordem sequencial, enumero algumas das propostas dos grupos:
- Participação dos pais nas sessões de  catequese dos filhos. Também aprendiam, ajudavam a manter a disciplina, mostravam assim a importância da catequese aos filhos, estavam dentro das dinâmicas catequéticas. A Presença dos pais nas sessões de catequese teve variações de grupo para grupo, desde semanal, mensal, trimestral...
- Participação dos pais na Eucaristia com os filhos. Participação mesmo! Nas leituras, nos cânticos, no peditório, etc. Além de desenvolverem a sua vocação batismal, o exemplo é tudo para os filhos.
- Envolver mais os catequizandos nas Eucaristias, também nas de domingo.
- Tornar as Eucaristias mais alegres, mais dinâmicas, mais participadas.
- A catequese não se esgota num espaço sala de catequese. Deve abrir-se a outras dinâmicas, ser assim mais motivadora, dispondo-se à participação dos pais. A este respeito, falou-se de passeios, fins-de-semana em Santa Helena por grupos que terminaram com alguma espécie de representação para os pais (música, teatro, etc), Visitas aos doentes e idosos, pobres e solitários, desenvolvendo o espírito de caridade cristã, de solidariedade, de abertura ao mundo.
- A questão das faltas dos catequizandos à catequese não se resolve com o rigorismo das normas, mas com motivação, acolhimento, desafios...
- Que a catequese vá enviando para os pais textos, frases e desafios a que os pais deveriam igualmente responder. Que os catequizandos sejam desafiados a alguma tarefa de casa onde reflitam a vida de hoje à luz da fé (redações, poemas, tec).
- Sessões de formação para os pais onde, além do debate e esclarecimento de temas atinentes à vida familiar, se abram a temáticas específicas de que se fala mas que eles não dominam, como por exemplo, aprender a manusear a Bíblia e como lê-la.
- A questão de sessões de catequese para os pais enquanto estes esperam que termine a catequese dos filhos foi igualmente levantada.
- Falou-se muito da centralidade da Bíblia e da Eucaristia na vida das famílias.
- Abordou-se a hora da catequese e da Missa aos sábados, mas notou-se claramente a ausência de consensos neste aspeto.
- Alguns grupos chamaram a atenção para os catequizandos que nunca faltam e depois se confrontam com colegas que faltam imenso e fazem igualmente as festas da catequese, sentindo-se injustiçados.  Aqui, como no resto, a principal tarefa cabe aos pais. Não têm grande interesse as festas da catequese se não houve catequese!|  Sem catequese é como um cego que vai a um museu... não vê nada. A catequese é a luz. Mais importante do que as festas é sempre a catequese.
- A catequese de sábado é como um jogo de futebol: tem duas partes. Nenhum equipa ganha um jogo se só jogar uma parte. As duas partes da catequese são a catequese com o catequista e a Eucaristia!!!
 - Os grupos, de uma forma e de outra, mostraram a sua gratidão para com os catequistas e o seu trabalho voluntário.
- Uma preocupação: a fuga da Igreja por parte dos jovens que fizeram o Crisma. Disse-se que também aqui a postura da família é fundamental.
- O grupo de catequistas presente e o coral fizeram um apelo à participação dos pais nas sessões de catequese e no grupo coral, manifestando toda a abertura e acolhimento nesse sentido.
Foi muito bom. Parabéns aos pais presentes pela participação e pelas propostas. Foram fantásticos! O à-vontade revelado pelos secretários dos grupos foi cativante.
Parabéns ao grupo responsável por esta ação. Estiveram à altura e mostraram a sua alegria no fim do encontro. E só têm razões para isso. A este grupo um obrigado cá do fundo!
Parabéns às pessoas que colaboraram manuseando as novas tecnologias, aos jovens, coral, catequizandos e catequistas. Como sempre, um miminho!

Permitam-me apenas um reparo:
Em muita gente, há tentação de fazer da Eucaristia uma representação, um teatro, uma baile. Não vão por aí! Numa sociedade em constante rebuliço, incapaz de serenar para interiorizar, meditar encontrar-se, a Igreja não pode alinhar em mais poluição.
Aliás as tentativas de encharcar os sentidos com a ideia de festa à maneira do mundo, não colheu. Onde se fez, se a princípio as pessoas aderiram e até diziam "assim, sim! Vale a pena!", depressa se cansaram pois observaram que, se é pelo espetáculo, o mundo fá-lo muito melhor.
A Eucaristia, a oração precisam de serenidade alegre, pois a Missa não é nenhum velório. Mas transformar a Missa num espectáculo, além do ridículo, deixa as pessoas vazias de Deus.
O Pároco

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

12 Fevereiro 2017 - 6º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Leituras: aqui
«Ouvistes o que foi dito aos antigos…
Eu, porém, digo-vos…»!
Mt 5,17-37


1. «Sim, sim; não, não»! Do princípio ao fim, é assim a linguagem do Sermão da Montanha! É de bem difícil digestão, mas a verdade é que não há aqui réstia de confusão. O que foi dito, pela Lei, aos antigos, permanece válido. E Jesus não retira uma vírgula. Para Jesus os mandamentos não têm prazo de validade! Mas também acrescenta, que não basta cumprir exteriormente o mínimo da Lei. Quem O segue levará a lei do amor, ao seu próprio coração, e vivê-la-á, até às suas últimas consequências. E, pela parte que nos coube hoje ouvir, teremos, pois, todos muito a crescer, até alcançar “esta medida alta da vida cristã comum” (NMI 31).
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2. Como habitualmente, fixemo-nos, apenas, em três exigências máximas do amor.
2.1. Primeiro, Jesus leva às últimas consequências o 5.º mandamento da antiga Lei: «Não matarás». Talvez aqui ficássemos um pouco de consciência tranquila, por nunca termos cometido um aborto, um homicídio ou alguma tentativa de suicídio. Ora, Jesus vai bem mais longe: «Não matar» não é apenas não praticar o homicídio ou não atentar o suicídio. Quem odeia o seu irmão é um homicida (1 Jo 3,15): também a ira e a raiva, a indiferença ou o desprezo pelo outro, a maledicência e a difamação, o mexerico e a calúnia, são armas de destruição maciça, que matam verdadeiramente. E hoje, Jesus diria: também a eutanásia, isto é, “qualquer gesto ou omissão, que, por sua natureza e nas intenções, provoca a morte, com o objetivo de eliminar o sofrimento” (EV 65) é uma falsa compaixão e atenta contra o direito à vida, que nunca perde, em caso algum, a sua dignidade. “Não matar” não nos exige apenas depor as armas da violência, mas implica entrar na luta pelo cuidado e pela defesa da vida e da sua dignidade, que permanece inalterável, desde a sua conceção inicial ao seu ocaso natural. Não lutemos por uma morte assistida, mas por uma vida assistida até à morte. Sempre pela vida, até à morte. Mas nunca pela morte, antes da vida.
2.2. Segundo, Jesus leva às últimas consequências os 6.º, 9.º e 10.º mandamentos da antiga Lei, que preservavam a verdade do amor. E aqui, Jesus vai à raiz do pecado. Ele sabe que todo o mal lança raízes no coração; entra pela cobiça dos olhos e cola-se facilmente nas mãos. Por isso, Jesus diz um violento «corta!»… a imagens e cliques, que desviam o coração e as mãos, de uma saída limpa. Para chegar onde Jesus nos quer levar, na linguagem do amor, já não basta a virtude da castidade; é preciso respeitar a verdade da própria natureza humana do corpo, da sexualidade e do amor…Sempre o amor. Mas nunca o amor sem verdade.
2.3. Por último, Jesus toma o 8.º mandamento da antiga Lei, para não conceder qualquer espaço à mentira, nem mesmo à “mentirinha piedosa”! Ele exige-nos plena lealdade na nossa linguagem: “sim, sim; não, não”. Não há aqui lugar para o “nim”, para a ambiguidade do “assim-assim”. Jesus não entra na conversa fiada de quem disfarça a mentira com a suposta “inverdade”, ou de quem dá cobertura à “aparência” ou ao “boato”, com a treta da “pós-verdade” ou dos “factos alternativos”. Quanta atualidade tem este mandamento da verdade, quando a palavra dada deixou de ser um testamento, e quando as promessas se tornaram apenas iscos e riscos de ilusão e captura. Sempre a verdade. Mas nunca a verdade sem amor.

3. Queridos irmãos e irmãs: o Sermão da Montanha continua para a semana… Mas antes de continuar a escalada façamo-nos três perguntas simples: 1. Estou a matar alguém aos poucos, com a minha indiferença, o meu desprezo, a minha má-língua, o meu mexerico venenoso? 2. Estou a desviar o olhar do meu coração, deixando-o contaminar pelo desejo de posse do outro ou pela cobiça do bem alheio? 3. Estou a trocar a palavra dada pela conveniência, e a verdade pela aparência?
Comecemos por aqui, pelo mais básico e fundamental dos mandamentos, para chegarmos ao TOP da lei: àquela lei do amor, que não tem mãos a medir!
Amaro Gonçalo

Extinguir Paróquias?

. Critério  que se usou para fechar escolas: as que têm menos de 20 alunos são consideradas inviáveis.
. Fala-se que assembleias dominicais com menos de 30 pessoas vão ser extintas em algumas zonas.
. Paróquias sem crianças e jovens ou com muito poucos são realidade no interior do país.
. Catequeses paroquiais com menos de meia dúzia de crianças de todos os anos de catequese. Quem sai prejudicado?
. Paróquias que, pela força do hábito, pela ausência de novas gerações que as renovem, pelo indiferentismo religioso grassante,  não são verdadeiras comunidades paroquiais.
. A falta de padres nalgumas zonas do país é enorme. Como podem atender bem as  pequenas  paróquias que exigem tudo?


Extinguir paróquias?
Reformular a pastoral? Como?
Caminhar pela via das unidades pastorais?
Como conciliar tudo isto com as pequenas paróquias afastadas junto das quais quase só a Igreja vai?
Mas que a Igreja tem de pensar e de pensar-se lá isso tem.


Acompanhe esta reflexão AQUI . Veja as diferentes suscetibilidades. Descubra os vários ângulos da questão. Preste muita atenção aos comentários ao post, muito interessantes. Exponha o seu ponto de vista.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

11 de fevereiro: Dia Mundial do Doente

Visite um doente pela sua saúde!
A mensagem do Papa para o 25.ª Dia Mundial do Doente, que vai ser assinalado a 11 de fevereiro de 2017, tem como tema “O Senhor fez por mim maravilhas”, retirado do Evangelho de São Lucas (Lc. 1, 49), do cântico do ‘Magnificat’, proclamado por Nossa Senhora em louvor de Deus.
Dia Mundial do Doente, acontece a 11 de fevereiro de 2017, na comemoração de Nossa Senhora de Lourdes.
Na Mensagem, o Papa  destaca a “dignidade inalienável” de todas as pessoas, independentemente da sua condição, doença ou deficiência.
“Cada pessoa é, e continua sempre a ser, um ser humano e tem de ser tratada como tal”, frisa Francisco.
O Papa salienta depois a “missão fundamental” da Igreja Católica, em “servir os mais pobres, os enfermos, os que sofrem, os excluídos e marginalizados”, e recorda todos quantos vivem o seu quotidiano junto dos doentes, desde as “famílias” aos que, com “diferentes papéis”, zelam pelo bem-estar dos mais debilitados.
Homens e mulheres que “ao serviço de instituições de saúde espalhadas pelo mundo, trabalham com profissionalismo e responsabilidade no cuidado e tratamento diário dos seus pacientes”.
Francisco espera que o Dia Mundial do Doente possa ser cada vez mais um “incentivo” para a promoção de “uma cultura de respeito pela vida, pela saúde e pelo meio-ambiente”.
E que “leve a um esforço renovado na defesa da integridade e da dignidade das pessoas, sem esquecer a bioética, a proteção dos mais vulneráveis e da natureza”.
  
ORAÇÃO
Ó Maria, nossa Mãe,
que, em Cristo, acolheis a cada um de nós como filho,
sustentai a expectativa confiante do nosso coração,
socorrei-nos nas nossas enfermidades e tribulações,
guiai-nos para Cristo, vosso filho e nosso irmão,
e ajudai a confiarmo-nos ao Pai que faz maravilhas.

Leia AQUI a Mensagem do Papa.