terça-feira, 30 de outubro de 2018

1 de novembro: DIA DE TODOS OS SANTOS

 A imagem pode conter: céu, flor, planta, nuvem, árvore e ar livre
«Hoje é dia de todos os santos: dos que têm auréola
e dos que não foram canonizados.
Dia de todos os santos: daqueles que viveram, serenos
e brandos, sem darem nas vistas e que no fim...
dos tempos hão de seguir o Cordeiro.
Hoje é dia de todos os Santos: santos barbeiros e
santos cozinheiros, jogadores de football e porque
não? comerciantes, mercadores, caldeireiros e arrumadores (porque não arrumadoras? se até
é mais frequente que sejam elas a encaminhar o espectador?)
Ao longo dos séculos, no silêncio da noite e à
claridade do dia foram tuas testemunhas; disseram sim/sim e não/não; gastaram palavras,
poucas, em rodeios, divagações. Foram teus
imitadores e na transparência dos seus gestos a
Tua imagem se divisava. Empreendedores e bravos
ou tímidos e mansos, traziam-te no coração,
Olharam o mundo com amor e os
homens como irmãos.
Do chão que pisavam
rebentava a esperança de um futuro de justiça e de salvação
e o seu presente era já quase só amor.
Cortejo inumerável de homens e mulheres que Te
seguiram e contigo conviveram, de modo admirável:
com os que tinham fome partilharam o seu pão
olharam compadecidos as dores do
mundo e sofreram perseguição por causa da Justiça
Foram limpos de coração e por isso
dos seus olhos jorrou pureza e dos seus lábios
brotaram palavras de consolação.
Amaram-Te e amaram o mundo.
Cantaram os teus louvores e a beleza da Criação.
E choraram as dores dos que desesperam.
Tiveram gestos de indignação e palavras proféticas
que rasgavam horizontes límpidos.
Estes são os que seguem o Cordeiro
porque te conheceram e reconheceram e de ti receberam
o dom de anunciar ao mundo a justiça e a salvação»

Maria de Lourdes Belchior:

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

sábado, 27 de outubro de 2018

Reunião do Conselho Pastoral Paroquial

Em 26 de outubro, no Centro Paroquial, reuniu o Conselho Pastoral Paroquial para analisar o Plano Pastoral 2017-2018,  debater o Plano Pastoral 2018-2019 e tratar de outos assuntos.
Lida e aprovada a ata da reunião anterior, o Conselho passou à análise do último ano pastoral, vendo o que esteve bem e aquilo em que é preciso melhorar.

Positivo

- O Plano Pastoral foi cumprido, o que geralmente sempre tem acontecido. Parab]ens a todos os grupos!

- Aquela ação virada para os idosos, em fevereiro, foi fantástica, como mobilização de pessoas, interação dos grupos e dinâmica celebrativa e festiva. Os idosos agradecem o carinho com que foram tratados e a tarde bonita que passaram.

- O Dia dos pobres foi maravilhoso quanto à generosidade e participação das pessoas.

- Frisou-se o trabalho de catequistas ao longo do ano, catequizandos, ensaiadores e comunidade nas atividades da catequese: festa da catequese, Comunhões, Crisma,  animação das Eucaristias da Quaresma, Peregrinação a Fátima, etc.

- A Via Sacra foi fantástica, apesar do tempo que não possibilitou que tivesse outra dimensão como a tinham preparado. Parabéns ao Grupo de Jovens e Escuteiros.

- A Novena e Festa de Santa Helena correu bem, quer quanto ao pregador quer quanto aos diversos grupos da Paróquia que animaram a novena e a Festa.

- Sublinhe-se mais uma vez a Igreja que sai das Igrejas: GASPTA e  Escuteiros nas festas de S. Miguel, giros pascais na Páscoa, jornal e boletim, festas populares, etc

- Nas festas populares, até ao momento, tem-se notado uma melhoria nas procissões, quanto à postura das pessoas. Segundo alguns, a nossa comunidade é, neste aspecto, um exemplo para outras comunidades circunvizinhas. Há que persistir rumo ao ideal. Às vezes acontece que quem tem um comportamento menos digno não é de cá …

Acrescente-se ainda que alguns mordomos têm cumprido o que estabelece a doutrina da Igreja, deixando os créscimos para a comunidade.

- O Bem não faz barulho… Nunca se esqueça o bem que os ministros da comunhão, o GASPTA e tanta outra gente faz junto dos irmãos idosos, carentes ou doentes…

- Os vários momentos de oração que existem na paróquia, sistemáticos ou ocasionais, sublinhando-se a importância da oração jovem para a comunidade…

- O trabalho dos corais para a vivência da liturgia é um bem precioso.

- Encontros com os pais decorreram com boa participação dos mesmos.

- Salientou-se, com gratidão, o apoio da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal, empresas e pessoas individuais a várias das ações realizadas no âmbito do Plano Pastoral.  O trabalho entre instituições, dentro do respeito pelo âmbito de competências de cada uma, só beneficia as pessoas, poupa recursos e otimiza potencialidades.

- No encontro de idosos das Santas Casas do país em Fátima, os de Tarouca foram os que estiveram em maior número e tudo correu muito bem.

- Sublinhou-se o reaparecimento do escutismo, a dinâmica que está a ter, a boa aceitação da paróquia e das terras à volta.

- Falou-se de grupos e movimentos em comunhão. No passado ano pastoral, foram algumas as atividades realizadas pela interação de vários grupos, existindo respeito e mútua aceitação.

- A paróquia tem uma rede de comunicação vasta. Jornal, boletim, blog, facebook… Só não está informado quem não quer informar-se.

- Santa Helena, espaço onde religião e convívio se entrecruzam respeitosamente, teve na novena deste ano uma novidade mobilizadora e que deixou muita gente feliz: a participação dos vários povos em dias diferentes da novena.

Aspectos a rever

- Na catequese o mais importante não são as festas, mas a chuva miudinha da catequização nas família e na paróquia.  Dificuldades enormes em ter crianças e jovens na Eucaristia, apesar das festas todas… Dificuldades ainda com a assiduidade e comportamento de catequizandos.


- A partir de novembro, começam as reuniões de preparação dos novos acólitos. Eles transmitem beleza e dignidade à liturgia. Precisamos de mais e mais. Faz-lhes bem, a comunidade aprecia e a liturgia merece. Os seus líderes solicitam que este grupo seja acolhido nas dinâmicas pastorais  em comunhão com outros grupos.

- Há necessidade de os mordomos cumprirem sempre o que está estipulado pelas orientações da Igreja, mormente quanto aos créscimos da festa que devem reverter para o bem da comunidade. Recordemos sempre que o peditório da Missa da Festa é para a Igreja ou capela onde a festa decorre. É  fundamental a vigilância popular…

- Neste ano da Missão, é importante o contacto pessoal visando trazer mais gente para os grupos e para a comunidade. Do altar para baixo, os convites pouco ou nada valem na nossa comunidade.

- A Paróquia, cada cristão, precisa de viver sempre inquieto perante o afastamento de tanta gente. Não basta criticar ou lamentar, é urgente passar à ação como Nossa Senhora.

- Continua a existir falta de adesão, interesse e dinâmica na Procissão do Corpo de Deus que é a Procissão das procissões. Será que se a procissão fosse à tarde  teria mais adesão?

- O Conselho Económico vai colocar o aquecimento na Igreja.

- A conservação dos edifícios da Paróquia: Centro Paroquial, Igreja e capelas – luzes, portas, som, janelas… Tudo… deve merecer todo o empenho de pessoas e grupos.

- Há pouco diálogo nas famílias. Fazem falta a partilha, a entrega, a escuta e o diálogo. As pessoas vivem muito para si. Enclausuram-se nas novas tecnologias. Ouvem-se mas não se escutam. E é isso que os filhos transportam para a catequese: dificuldade em escutar, em sair de si para se abrir a Cristo e à sua Mensagem.

 

Outros assuntos:

- Tendo em conta aumentar o nº de assinantes do jornal, vai ser enviada uma ficha de inscrição para cada família por altura do boletim do Natal. O jornal é um filho da Paróquia que não merece dormir ao relento…

- O representante do mundo sócio-político informou que está garantido o financiamento para a requalificação da Igreja Paroquial. Talhas, tecto, etc. O protocolo foi assinado em 10 de outubro. Aguarda-se agora que o processo se desenvolva (estas coisas de apoios públicos demoram sempre) para que se realize o concurso e depois se venham a iniciar as obras.

O mesmo representante falou de financiamento já garantido para a requalificação da Serra de Santa Helena, com estruturas que atraiam mais turistas e faça sentir bem as pessoa de cá que queiram usufruir da Serra. Falamos de bengalôs , espaço para crianças, arranjo de espaços sanitários e de merendas, etc. Sublinhe-se que este projecto está a ser elaborado gratuitamente por jovens licenciados naturais desta comunidade.

- A festa-convívio do Senhor do Monte é para manter, no domingo a seguir ao dia de Nossa Senhora dos Remédios. Haverá esforços na tentativa de começar a dotar aquele espaço de estruturas necessárias.

- Em princípio, os escuteiros terão nova e ampla sede para as suas atividades, isto numa concertação Câmara/escuteiros.

- A Casa Paroquial necessita de obras pelo que o Conselho vai analisar o assunto. 

Plano Pastoral 2018/2019 
SOMOS A IGREJA CHAMADA E ENVIADA EM MISSÃO

Discutido e analisado, foi aprovado o Plano Pastoral por unanimidade dos presentes.


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

28 Outubro 2018 – 30° Domingo do Tempo Comum – Ano B

Nos momentos de trevas
na nossa vida,
a Palavra de Deus
é sempre uma Luz,
que ilumina a nossa
caminhada na fé.
Leituras: aqui


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

«Com o amor não se brinca» – Papa Francisco

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O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a Igreja Católica tem de apostar na formação séria dos noivos, com uma “preparação cuidada”, uma espécie de “catecumenato”, à imagem do que acontece antes do Batismo de adultos.
“No amor joga-se toda a vida, com o amor não se brinca. Não se pode falar de preparação de matrimónio com três ou quatro conferências dadas na paróquia. Isto não é uma preparação, isto é fingir a preparação. A responsabilidade de quem faz isto cai sobre eles, os párocos, o bispo que permite estas coisas”, denunciou, falando de improviso, na Praça de São Pedro, durante a audiência pública semanal.
Francisco prosseguiu o ciclo de reflexões sobre os Mandamentos, desta feita falando sobre o sexto, ‘Não cometer adultério’.
O pontífice sustentou que o casamento não é um ato formal, mas um “Sacramento que se deve preparar com um verdadeiro catecumenato”.
A vida conjugal exige um tempo de noivado para discernir e verificar a qualidade da relação. Os noivos, para aceder ao sacramento do Matrimónio, têm de amadurecer a certeza de que não basta só a boa vontade, mas tem de apoiar-se no amor fiel de Deus”.
O Papa declarou que nenhuma relação humana é verdadeira sem “fidelidade e lealdade”, porque “não se pode amar só até quando dá jeito”
O amor “sem reservas”, acrescentou, é algo que cada pessoa procura, mas existe o perigo de que o “vazio” do coração seja preenchido por relações sem profundidade, “estéreis e imaturas”.
Assim acontece a sobrevalorização da atração física, que em si é um dom de Deus, mas que está destinada a preparar o caminho para uma relação autêntica e fiel com a pessoa”, assinalou Francisco.
Agência Ecclesia

domingo, 21 de outubro de 2018

Missa do 3º Domingo em Santa Helena - alterações


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Durante a HORA DE INVERNO (novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março), NÃO há a Missa do 3º Domingo em Santa Helena.
Nesses meses, a Missa da Irmandade será em cada 3º domingo, às 8 h, na Igreja Paroquial.
Em abril, voltaremos a Santa Helena. Mas, porque o 3º domingo desse mês é Dia de Páscoa, a Missa será no 4º domingo às 17h.
 
Claro que o espaço está disponível para quem o quiser utilizar. Basta falar com a Comissão da Igreja.
Santa Helena, sempre!!!



Não se esqueça!

Texto alt automático indisponível.

sábado, 20 de outubro de 2018

Pai-Nosso Missionário

Pai Nosso
Pai dos seis biliões de pessoas
Que povoam a terra inteira


Que estais nos céus
Na nossa família,
no nosso país, e em todo o mundo


Santificado seja o vosso nome
Sobretudo na pessoa dos mais pobres
e dos mais abandonados


Venha a nós o vosso reino
E aos irmãos dos cinco continentes
sobretudo os que não Vos conhecem


Seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu

Para que todos vivam na justiça,
na paz e no amor
e sigam pelo caminho da verdade


O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Às vítimas da fome e do ódio,
da violência e da guerra,
da miséria e da perseguição,
da exclusão e da injustiça,
do analfabetismo e do abandono,
da droga e do álcool,
do desespero e da falta de sentido para a vida


Perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos

a quem nos tem ofendido.
Mesmo a quem nos fez mal,
nos odeia e nos persegue.


E não nos deixeis cair na tentação
de cruzar os braços diante dos problemas
por egoísmo, por medo ou por cansaço.


Mas livrai-nos do mal
Sobretudo de esquecer ou ignorar
o vosso apelo missionário
de amar e servir todas as pessoas.
Amen.


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

De 19 a 28 de outubro de 2018 realiza-se a Semana Nacional da Educação Cristã

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De 19 a 28 de outubro de 2018 realiza-se a Semana Nacional da Educação Cristã.
A Comissão Episcopal da Educação  Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) acaba de publicar a Nota Pastoral para esta semana subordinada ao tema «Ser Feliz é Ser Santo».

1.  A felicidade proposta por Jesus Ser feliz é o que todos nós mais desejamos.
E Deus, que nos criou para sermos felizes, revela-nos que a felicidade se alcança fazendo o que Lhe dá glória e nos dignifica como seres humanos. Nesse sentido chamou também à santidade. “Sede santos, porque Eu sou Santo” (1Ped 1,16).
Jesus, por sua vez, une explicitamente a felicidade à santidade, designadamente nas bem-aventuranças (cf. Mt 5,3-12; Lc 6,20-23). Diz, a esse prepósito, o Papa Francisco: «A palavra ‘feliz’ ou ‘bem-aventurado’ torna-se sinónimo de ‘santo’, porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade» (Gaudete et Exsultate 64).
Trata-se de um caminho que começa pelo reconhecimento da própria pobreza e (n)a consequente entrega a Deus que, deste modo, nos potencia para fazermos, para com os outros, o que só Ele faz em plenitude: ter uma compaixão ou misericórdia, que nasce de um coração puro, nos leva a construir uma paz que radica em justiça. Um caminho que nos conduz àquela felicidade que nem as perseguições destroem. Pelo contrário: é então que a nossa entrega é maior e a felicidade atinge a sua plenitude. Como aconteceu com o próprio Jesus que na morte alcançou a ressurreição. Sim, nas bem-aventuranças Jesus traça-nos o caminho da felicidade que Ele próprio percorreu, enquanto Filho de Deus que por nós deu a vida.
2.  Uma felicidade diferente daquela que o mundo nos oferece.
Não há dúvida que este caminho proposto por Jesus colide com aquele que o mundo propõe. É neste sentido que o Papa Francisco, na citada exortação Gaudete et Exsultate (Alegrai-vos e Exultai) propõe o modelo cristão de felicidade como alternativa ao da sociedade consumista e egoísta. «Se não cultivarmos uma certa austeridade, se não lutarmos contra esta febre que a sociedade de consumo nos impõe para nos vender coisas, acabamos por nos transformar em pobres insatisfeitos que tudo querem ter e provar» (Gaudete et Exsultate 108).
E nasce assim uma cultura marcada pela “ansiedade nervosa e violenta”, “o negativismo e a tristeza” ou o individualismo destrutivo. Uma cultura que se apodera das novas tecnologias, das redes sociais, que tanto bem podem fazer (informação fidedigna, comunhão entre as pessoas, crescimento e aprimoramento do saber), mas que, por sua vez, comporta muitos riscos.
Daí o alerta do Papa contra o consumismo da “informação superficial”, as “formas de comunicação rápida e virtual” que criam um ‘turbilhão’; e o convite a evitar a participação em “redes de violência verbal através da internet”; bem como o aviso de que “mesmo nos media católicos é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama alheia”.

Não basta, pois, estar conectados; é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro, como um meio para viver a caridade com os outros.

3.  Uma felicidade que nos compromete em transformar o mundo.
Santidade é, nada mais nada menos, que amar em todas as situações. Só amando somos felizes. «Então, o vosso coração há de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» – diz-nos Jesus (Jo 16, 20.22). E amamos porque primeiro fomos amados. Por isso, ser santo é resposta serena e profunda de quem se sente amado por Deus e, com Ele, entende o sentido da vida.
«A sedução com que nos bombardeiam é tal que, se estivermos demasiado sozinhos, facilmente perdemos o sentido da realidade, a clareza interior, e sucumbimos» (Gaudete et Exsultate 140). Daí a importância de nos abrirmos aos outros. A santificação é um caminho comunitário. Partir de Cristo, da intimidade do seu amor, para agir na sociedade, é santificar-se e santificar o mundo. Por outras palavras: é preciso sair de nós para vermos a felicidade entrar em nós. Era a com- paixão de Jesus que o impelia a sair de Si mesmo a fim de anunciar o caminho da felicidade, curando e libertando as pessoas de todo o mal.
É este desafio do Papa Francisco que queremos lançar na Semana Nacional da Educação Cristã de 2018: de modo muito especial, aos pais, avós, professores, catequistas, sacerdotes, diáconos e todos os educadores cristãos. Um convite   a serem, no mundo, testemunhas da santidade e da consequente alegria com que se entregam aos educandos que lhes são confiados. Um convite a que também eles sigam pelo mesmo caminho de santidade que os pode fazer felizes, pela entrega da fé a Deus e a oferta da vida aos outros.

Festa de S. Lucas, 18 de outubro de 2018
Fonte: aqui

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Então porque é que havemos de continuar a ir confessar-nos a um padre, quando é bem possível que ele tenha manchas ainda mais feias que as nossas na sua alma?

Sacramentos e Hipócritas
“E nós a confessar-nos a estes tipos.” Com esse o comentário, a minha falecida avó revelava um momento de severa lucidez no meio da sua demência, enquanto via uma reportagem sobre o primeiro escândalo de abusos sexuais por parte do clero, em 2002. A minha avó era uma católica nova-iorquina, de ascendência irlandesa, que em toda a sua vida não faltou à missa um único domingo. Em relação ao fragilizado e quase esquecido sacramento da confissão, aposto que não foi a única a pensar desta maneira.
Dezasseis anos mais tarde esta nova ronda de escândalos clericais e episcopais volta a infligir diversas feridas no coração: os danos irreparáveis às vítimas, a cumplicidade com o pecado, o cheiro nauseabundo do abuso de poder. Com cada facada no coração vem também um murro no estômago: aqueles que têm por função convidar-nos a viver uma vida moral – e chamar-nos à atenção se falharmos – têm estado a viver uma vida dupla.
Poucas coisas fazem os homens e as mulheres comuns perder a cabeça mais do que a hipocrisia, e os padres e bispos abusadores são, possivelmente, os piores dos piores hipócritas.
Então porque é que havemos de continuar a ir confessar-nos a um padre, quando é bem possível que ele tenha manchas ainda mais feias que as nossas na sua alma? Quem é ele para me ensinar a viver?
A resposta: Ele não é ninguém. E é precisamente por isso que podemos, e devemos, continuar a confessar os nossos pecados a padres, semana após semana, mês após mês, ano após ano.
Quando Cristo edificou a sua Igreja sobre os apóstolos, não foram as suas capacidades humanas que a fizeram funcionar e crescer. Daquilo que a Sagrada Escritura nos diz sobre os apóstolos, a Igreja não teria sobrevivido um único dia se fosse esse o caso. Pelo contrário, Cristo concedeu a estes homens os seus poderes divinos para usarem: “Soprou sobre eles e disse-lhes, ‘Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoares os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos’” (João 20, 22-23).
O poder infalível que Deus confiou à Igreja através de Cristo transcende os limites das mãos falíveis a quem é confiado através do sacramento da ordem. No confessionário o padre não age pela sua autoridade, mas pela da Igreja, para cujo serviço foi consagrado. Quando confessamos os nossos pecados, não é o padre quem nos perdoa, mas Cristo que age através dele. A identidade ou os actos do padre não inibem a graça que Deus nos quer dar através dos sete sacramentos que estabeleceu.
É essencial compreender que a Graça de Deus que os Sacramentos nos transmitem não depende do estatuto do transmissor, pois isso recorda-nos que a nossa Igreja é de Cristo, e não dos homens. Mas, ao mesmo tempo, continua a existir ao nível humano um sentimento de desilusão. Não queremos apenas saber que os nossos pecados foram perdoados, ou que recebemos a graça de Deus, embora isso nos deva bastar, queremos também sentir o amor de Deus.
Não há como negar que participar numa missa ou receber a absolvição de um padre santo e devoto é muito mais edificante, espiritualmente e pessoalmente, do que uma missa transformada num espetáculo de folclore, ou a confissão a um padre distraído ou mal-educado. Normalmente não podemos alcançar o divino sem o representante humano. O nosso desafio é não permitir que o humano nos desencaminhe do divino.
Jesus mostrou estar bem ciente desta dificuldade durante o seu ministério. Criticou ferozmente os fariseus da sua altura por causa da sua hipocrisia, chamando-os tolos cegos, serpentes, ninho de víboras e túmulos caiados. Mas por entre essas denúncias incríveis, Jesus chama-nos a obedecer. “Os escribas e os fariseus sentam-se no trono de Moisés, por isso façam e observem o que eles vos dizem” (Mat. 23, 2-3).
Obedecemos por causa do seu cargo, não por quem são como indivíduos nem pela forma como se comportam. Jesus é claro: Façam os queles dizem, não o que eles fazem.
Por isso devemos obedecer aos mandamentos morais e espirituais que Cristo deixou à sua Igreja, para passar às gerações seguintes. Devemos permanecer castos, confessar os nossos pecados a padres quando falhamos e receber o perdão de Deus através do sacramento da cura que o padre administra – independentemente de o padre no confessionário ser um santo ou um malandro, celibatário ou hipócrita.
E que fazer quando o elemento humano em nós tiver dificuldades em ultrapassar a hipocrisia, a banalidade ou a má educação que possamos encontrar? Como é que havemos de responder a estes fatores externos que dificultam o nosso caminho para o divino?
Talvez este seja o desafio de Deus para os leigos desta época: Ele está a purificar a nossa fé, mostrando-nos que a fé é mais do que apenas sentimentos, emoções e agradáveis interações humanas. A verdadeira fé consiste na confiança em Deus, assente na certeza de que Ele nos ama e quer dar-nos a sua graça. A verdadeira fé requer a nossa aceitação da Cruz e na Cruz não existe consolo humano, apenas a nossa fé de que Deus está connosco.  
E independentemente de como nos sentimos, sabemos que a nossa fé não é vã.
David G. Bonagura, Jr. aqui

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Ano da Missão, Vida em Missão


  1. Estamos a entrar no Ano da Missão com o propósito de nunca sair de uma vida em missão. Este ano é, pois, um despertador para que a nossa vida se robusteça com mais vigor.
  2. Ao convocar esta iniciativa, a Conferência Episcopal Portuguesa não podia ser mais envolvente nem englobaste. «Todos, tudo e sempre em missão». Assim se intitulava a Nota Pastoral dos Bispos de Portugal.
  3. Torna-se, assim, claro que a missão não é só para alguns momentos, para algumas áreas e para algumas pessoas. Nunca é demais insistir. A missão é para todos, para tudo e para sempre.
  4. A missão nunca há-de ser condicionada, sectorial ou limitada. Ela tem de ser mobilizadora, totalizante e permanente. A missão é uma «invasão». Missionar é «invadir». Na «invasão» trazida pela missão, ninguém deve ser posto de lado e nada pode ficar de fora.
  5. A missão não é facultativa; é imperativa. Ela não é um aditamento do agir, mas a identificação maior do ser. Mais do que fazer missão, todo o cristão é missão. Daí que o Concílio Vaticano II tenha recordado que «a Igreja é, por natureza, missionária». Ou seja, sem missão não há cristão. Nem Igreja.
  6. A natureza missionária da Igreja encontra-se constituída a partir dos começos. Jesus escolhe discípulos (cf. Jo 1, 35-40) para os enviar em missão (cf. Mt 10, 5-6). Isto significa que não é possível ser missionário sem ser discípulo. E é inteiramente impossível ser discípulo sem ser missionário.
  7. O cristão é simultaneamente discípulo e missionário. Dir-se-ia mesmo que todo o cristão traz consigo o nome de «discípulo» e o sobrenome de «missionário».
  8. É por tudo isto que onde está o cristão, aí tem de estar a missão. Jesus quer que sejamos «missionários», não «demissionários». O contrário da missão é a demissão. Mas a demissão não está só na inacção. A demissão também pode estar na mera agitação. O fazer por fazer pouco faz. No fazer tem de ressoar o ser.
  9. Daí que a missão comece na oração. Foi assim com Jesus e foi assim com os Apóstolos da primeira hora. Assim há-de continuar a ser com os apóstolos desta nossa hora. Hoje, como ontem, a oração é geradora de missão; a oração é a grande «parteira» da missão.
  10. Só quem está com Cristo se sentirá enviado por Cristo. A missão é uma constante quando o missionário está unido ao Missionante!
João António Teixeira, aqui

domingo, 14 de outubro de 2018

Vem aí o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

21 de outubro de 2018
MENSAGEM  DO  PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2018
«Juntamente com os jovens, levemos o Evangelho a todos»

Queridos jovens, juntamente convosco desejo refletir sobre a missão que Jesus nos confiou. Apesar de me dirigir a vós, pretendo incluir todos os cristãos, que vivem na Igreja a aventura da sua existência como filhos de Deus. O que me impele a falar a todos, dialogando convosco, é a certeza de que a fé cristã permanece sempre jovem, quando se abre à missão que Cristo nos confia. «A missão revigora a fé» (Carta enc. Redemptoris missio, 2): escrevia São João Paulo II, um Papa que tanto amava os jovens e, a eles, muito se dedicou.
O Sínodo que celebraremos em Roma no próximo mês de outubro, mês missionário, dá-nos oportunidade de entender melhor, à luz da fé, aquilo que o Senhor Jesus vos quer dizer a vós, jovens, e, através de vós, às comunidades cristãs.
A vida é uma missão
Todo o homem e mulher é uma missão, e esta é a razão pela qual se encontra a viver na terra. Ser atraídos e ser enviados são os dois movimentos que o nosso coração, sobretudo quando é jovem em idade, sente como forças interiores do amor que prometem futuro e impelem a nossa existência para a frente. Ninguém, como os jovens, sente quanto irrompe a vida e atrai. Viver com alegria a própria responsabilidade pelo mundo é um grande desafio. Conheço bem as luzes e as sombras de ser jovem e, se penso na minha juventude e na minha família, recordo a intensidade da esperança por um futuro melhor. O facto de nos encontrarmos neste mundo sem ser por nossa decisão faz-nos intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: «Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 273).
Anunciamo-vos Jesus Cristo
A Igreja, ao anunciar aquilo que gratuitamente recebeu (cf. Mt 10, 8; At 3, 6), pode partilhar convosco, queridos jovens, o caminho e a verdade que conduzem ao sentido do viver nesta terra. Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós, oferece-Se à nossa liberdade e desafia-a a procurar, descobrir e anunciar este sentido verdadeiro e pleno. Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e da sua Igreja! Neles, está o tesouro que enche a vida de alegria. Digo-vos isto por experiência: graças à fé, encontrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os realizar. Vi muitos sofrimentos, muita pobreza desfigurar o rosto de tantos irmãos e irmãs. E todavia, para quem está com Jesus, o mal é um desafio a amar cada vez mais. Muitos homens e mulheres, muitos jovens entregaram-se generosamente, às vezes até ao martírio, por amor do Evangelho ao serviço dos irmãos. A partir da cruz de Jesus, aprendemos a lógica divina da oferta de nós mesmos (cf. 1 Cor 1, 17-25) como anúncio do Evangelho para a vida do mundo (cf. Jo 3, 16). Ser inflamados pelo amor de Cristo consome quem arde e faz crescer, ilumina e aquece a quem se ama (cf. 2 Cor 5, 14). Na escola dos santos, que nos abrem para os vastos horizontes de Deus, convido-vos a perguntar a vós mesmos em cada circunstância: «Que faria Cristo no meu lugar?»
Transmitir a fé até aos últimos confins da terra
Pelo Batismo, também vós, jovens, sois membros vivos da Igreja e, juntos, temos a missão de levar o Evangelho a todos. Estais a desabrochar para a vida. Crescer na graça da fé, que nos foi transmitida pelos sacramentos da Igreja, integra-nos num fluxo de gerações de testemunhas, onde a sabedoria daqueles que têm experiência se torna testemunho e encorajamento para quem se abre ao futuro. E, por sua vez, a novidade dos jovens torna-se apoio e esperança para aqueles que estão próximo da meta do seu caminho. Na convivência das várias idades da vida, a missão da Igreja constrói pontes intergeracionais, nas quais a fé em Deus e o amor ao próximo constituem fatores de profunda união.
Por isso, esta transmissão da fé, coração da missão da Igreja, verifica-se através do «contágio» do amor, onde a alegria e o entusiasmo expressam o sentido reencontrado e a plenitude da vida. A propagação da fé por atração requer corações abertos, dilatados pelo amor. Ao amor, não se pode colocar limites: forte como a morte é o amor (cf. Ct 8, 6). E tal expansão gera o encontro, o testemunho, o anúncio; gera a partilha na caridade com todos aqueles que, longe da fé, se mostram indiferentes e, às vezes, impugnadores e contrários à mesma. Ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja constituem as periferias extremas, os «últimos confins da terra», aos quais, desde a Páscoa de Jesus, são enviados os seus discípulos missionários, na certeza de terem sempre com eles o seu Senhor (cf. Mt 28, 20; At 1, 8). Nisto consiste o que designamos por missio ad gentes. A periferia mais desolada da humanidade carente de Cristo é a indiferença à fé ou mesmo o ódio contra a plenitude divina da vida. Toda a pobreza material e espiritual, toda a discriminação de irmãos e irmãs é sempre consequência da recusa de Deus e do seu amor.
Hoje para vós, queridos jovens, os últimos confins da terra são muito relativos e sempre facilmente «navegáveis». O mundo digital, as redes sociais, que nos envolvem e entrecruzam, diluem fronteiras, cancelam margens e distâncias, reduzem as diferenças. Tudo parece estar ao alcance da mão: tudo tão próximo e imediato... E todavia, sem o dom que inclua as nossas vidas, poderemos ter miríades de contactos, mas nunca estaremos imersos numa verdadeira comunhão de vida. A missão até aos últimos confins da terra requer o dom de nós próprios na vocação que nos foi dada por Aquele que nos colocou nesta terra (cf. Lc 9, 23-25). Atrevo-me a dizer que, para um jovem que quer seguir Cristo, o essencial é a busca e a adesão à sua vocação.
Testemunhar o amor
Agradeço a todas as realidades eclesiais que vos permitem encontrar, pessoalmente, Cristo vivo na sua Igreja: as paróquias, as associações, os movimentos, as comunidades religiosas, as mais variadas expressões de serviço missionário. Muitos jovens encontram, no voluntariado missionário, uma forma para servir os «mais pequenos» (cf. Mt 25, 40), promovendo a dignidade humana e testemunhando a alegria de amar e ser cristão. Estas experiências eclesiais fazem com que a formação de cada um não seja apenas preparação para o seu bom-êxito profissional, mas desenvolva e cuide um dom do Senhor para melhor servir aos outros. Estas louváveis formas de serviço missionário temporâneo são um começo fecundo e, no discernimento vocacional, podem ajudar-vos a decidir pelo dom total de vós mesmos como missionários.
De corações jovens, nasceram as Pontifícias Obras Missionárias, para apoiar o anúncio do Evangelho a todos os povos, contribuindo para o crescimento humano e cultural de muitas populações sedentas de Verdade. As orações e as ajudas materiais, que generosamente são dadas e distribuídas através das POMs, ajudam a Santa Sé a garantir que, quantos recebem ajuda para as suas necessidades, possam, por sua vez, ser capazes de dar testemunho no próprio ambiente. Ninguém é tão pobre que não possa dar o que tem e, ainda antes, o que é. Apraz-me repetir a exortação que dirigi aos jovens chilenos: «Nunca penses que não tens nada para dar, ou que não precisas de ninguém. Muita gente precisa de ti. Pensa nisso! Cada um de vós pense nisto no seu coração: muita gente precisa de mim» (Encontro com os jovens, Santiago – Santuário de Maipú, 17/I/2018).
Queridos jovens, o próximo mês missionário de outubro, em que terá lugar o Sínodo a vós dedicado, será mais uma oportunidade para vos tornardes discípulos missionários cada vez mais apaixonados por Jesus e pela sua missão até aos últimos confins da terra. A Maria, Rainha dos Apóstolos, ao Santos Francisco Xavier e Teresa do Menino Jesus, ao Beato Paulo Manna, peço que intercedam por todos nós e sempre nos acompanhem.
Vaticano, 20 de maio – Solenidade de Pentecostes – de 2018.
FRANCISCO

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Está à porta o Sopé da Montanha

Abra-lhe a porta e o coração.
Deixe entrar este amigo!

Leia, assine e divulgue o Sopé da Montanha.
 
Obrigado.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

domingo, 7 de outubro de 2018

"A paciência significa preferir uma Igreja que é fermento na massa, que não teme sujar as mãos lavando as roupas dos seus filhos, e não uma Igreja de «puros», que pretende julgar antes do tempo quem está no reino de Deus e quem não". #papafrancisco


Boa Semana para todos!

sábado, 6 de outubro de 2018

Abertura do Ano Catequético 2018/2019


Sábado, 6 de outubro, no salão do Centro Paroquial. Abertura do Ano Caquético.
Com a presença de pais, catequizandos, catequistas e de outros membros da comunidade paroquial,  foi celebrada a Eucaristia, dinamizada coralmente por catequistas e pelos meninos do 6º ano, tendo sido proclamadas as leituras por catequizandos.
No início da celebração, dois pais, em nome de todos os pais, presidiram ao compromisso dos pais.
Antes do Pai Nosso, catequistas e catequizandos fizeram igualmente o seu compromisso.
Na homilia o pároco falou do Ano Missionário e do tema do novo Ano Pastoral 2018/2019, recordando que a Igreja somos nós e que a Missão é uma vocação universal, envolve todos os batizados.
Três catequistas levaram à assembleia uma mensagem à família, indicação sobre o ano catequético e o calendário da catequese.
Finda a Eucaristia, procedeu-se à cerimónia do envio, ano por ano. Os mais novos, acompanhados pelos catequistas,  dirigiram-se então para as suas salas no Centro Catequético, enquanto o pároco e a coordenadora da Catequese realizaram um encontro com os pais.
Mensagem à Família
Na educação de nossos filhos, todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve.
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom
e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele olha-o.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra...
Ensina-lhe a viver sem portas.

Orientação para o Ano Catequético
Ajudem-nos a ajudar-vos na  vossa função de pais cristãos!
1. Velem para que os vossos filhos sejam pontuais, assíduos e tenham um comportamento correto.
2. Não venham buscá-los ao fim da catequese. Fiquem com eles na Missa. A Missa é a parte mais importante da catequese.
3. Procurem saber em casa o que aprenderam na catequese, como decorreu a catequese.
4. Ajudem  as crianças para que elas tragam sempre o material necessário para a catequese: catecismo, caderno e caneta…
5. Tenham em conta que a vigilância das crianças antes e depois da catequese pertence aos pais.
6. Estejam atentos às faltas e, quando for justo, justifiquem-nas perante o catequista. As faltas podem levar à retenção. E lembre-se que a catequese  SÓ termina em  22 de  junho.
7. Falem  com frequência com os catequistas dos vossos filhos, informem-se sobre o seu aproveitamento e comportamento.
8. Estimem os catequistas. Eles são voluntários que, em virtude da fé, dão tempo, carinho  e esforço para ajudar os vossos filhos a caminhar para Cristo.
9. Se quiserem estar presentes na sessão da catequese, oferecendo ajuda e dando o vosso  testemunho, serão recebidos com alegria.
10. lembrem-se sempre: as palavras podem passar, mas o exemplo permanece!
11. Participem sempre nos encontros marcados  pela a Paróquia ou pelo  catequista do seu filho.
12. Assinem/comprem o Sopé da Montanha. Também é um meio de formação. Também vos permite estar informados sobre a vida da comunidade.
13. Os pais  estão representados no Conselho Pastoral pela drª Judite.
Programa da Catequese
- Durante o mês de Setembro, inscrição das crianças que vêm pela 1ª vez para a catequese
- 6/10- Eucaristia de Inicio da Catequese com reunião de pais
- 10/11 – Magusto da Catequese
- 22 e 29 de Dezembro: pausa do Natal 
- Último domingo de janeiro: reunião formativa para os pais
- Festa da catequese, 23 de fevereiro
- 2 de março: Pausa do Carnaval
- 19 de março: Dia do Pai
- 13 de abril: Comunhão Pascal
- 20 e 27 de abril: Pausa da Páscoa
- 5 de Maio: Dia da Mãe e Festa do Pai Nosso
- Reunião dos pais dos meninos que vão fazer a 1ª Comunhão, Profissão de Fé e Crisma: a marcar pelos respectivos catequistas
- 26 de maio: Crisma?
- 9 de junho: 1ª Comunhão
- 9 (à tarde) e 10 de junho: 6º ano na Peregrinação das Crianças a Fátima
- 20 de junho: Corpo de Deus e Prof. de Fé
 - 22 de junho: encerramento da Catequese

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Carta Pastoral do nosso Bispo



ANUNCIAR O EVANGELHO É A VOCAÇÃO PRÓPRIA DA IGREJA
«Vós, que outrora não éreis povo (laós), mas que agora sois povo de Deus (laòs theoû)» (1 Pedro 2,10).

«Aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo» (Concílio II do Vaticano, Constituição Dogmática Lumen Gentium, n.º 9).

«Anunciar o Evangelho constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. A Igreja existe para Evangelizar» (PAULO VI, Evangelii nuntiandi [1975], n.º 14).

«Coloquemos a missão de Jesus no nosso coração, no coração da nossa família [paroquial e diocesana], e façamos da missão o critério para medir a eficácia das nossas estruturas, os resultados dos nossos trabalhos, a fecundidade dos nossos ministros e a alegria que somos capazes de suscitar» (Cardeal Filoni, 2018). 

Três anos com a Igreja no coração

1. As energias pastorais da nossa Diocese de Lamego serão orientadas, nos próximos três anos pastorais, para a revitalização do nosso amor à Igreja, nossa Mãe, que está em Lamego, sabendo nós bem que a Igreja que está em Lamego é Igreja de Deus no seu todo, e não apenas uma parte. No decurso do ano pastoral em que estamos agora a entrar (2018-2019), cuidaremos sobretudo as valências vocacional e missionária, ou seja, iremos ter mais a peito o rosto e o jeito da Igreja chamada e enviada em missão. Mas nos dois anos pastorais seguintes, continuaremos a dedicar a nossa melhor atenção à Igreja, nossa Mãe. Assim, no ano pastoral 2019-2020, ocupar-nos-emos sobretudo com o aspeto sinodal da nossa Igreja, que é uma Igreja em caminho e em comunhão, em que todos caminhamos lado-a-lado, para, no ano pastoral 2020-2021, nos ocuparmos sobretudo com a identidade da Igreja, o que nos levará a ter de encontrar boas respostas, não tanto para a questão «o que é a Igreja?», mas sobretudo para a questão «quem é a Igreja?». São três anos em que peço a todos os diocesanos o máximo empenho e dedicação. Muito brio é necessário. Muito amor também. A Igreja, nossa Mãe, merece toda a nossa atenção e carinho. 

A Igreja é de Deus

2. Na linguagem do Novo Testamento, o termo grego para dizer «Igreja» é ekklêsía, que deriva de ekkaléô, composto pela preposição ek [= fora de] e pelo verbo kaléô [= chamar], impondo-se assim o significado de chamar desde fora e para fora e para o alto, sendo a ação de chamar obra de Deus, o que faz da Igreja a comunidade-mãe dos «chamados» ou «convocados» por Deus a saírem de si, da sua autorreferencialidade, para formarem um povo novo, um povo santo, pertença de Deus, família dos filhos de Deus, sempre chamados, acompanhados e conduzidos por Deus. Igreja amada de Lamego, levanta-te, toma consciência, ganha ânimo e alegra-te! A tua história e a tua vida estão na mão de Deus, como te lembra Isaías: «Chamei-te pelo teu nome: tu és meu!» (Isaías 43,1). 

3. Este sentido forte de pertença exclusiva e amorosa a Deus está bem patente no «genitivo de posse», configurado na expressão grega ekklêsía toû theoû [= Igreja de Deus], que as duas Cartas aos Coríntios exibem logo a abrir, no endereço (1 Coríntios 1,2; 2 Coríntios 1,1), mas que se pode ver também em outros lugares (1 Coríntios 10,32; 11,22; 15,9; Gálatas 1,13), e que representa como que um agrafo que vincula a Igreja a Deus. Portanto, a Igreja é de Deus. Não é um agrupamento qualquer, nem responde a um chamamento qualquer. Por isso, a Carta aos Romanos registra o belo nome de «chamados» (klêtoí), dado aos cristãos de Roma (Romanos 1,7), no seguimento de Paulo, que se assume também como «chamado» (klêtós) (Romanos 1,1; 1 Coríntios 1,1), título grande que reaparece como marca que identifica os cristãos na Primeira Carta aos Coríntios 1,2. Esta maneira de ver e de dizer responde ao chamamento ou à chamada (klêsis) de Deus, e evoca a «eleição» (eklogê) de Deus (1 Tessalonicenses 1,4) e os «eleitos de Deus» (eklektoí theoû) (Romanos 8,33), e é um eco do hebraico qahal, nome que, desde o Antigo Testamento, se dá à assembleia do povo de Deus, convocado e reunido por Deus à volta do seu amor e da sua palavra, Israel de Deus, que anda nos caminhos de Deus, conduzido e acompanhado por Deus, desde o deserto à Terra Prometida, durante e depois. 

Igreja de Deus, povo de Deus, vive de Deus, vai com Deus

4. Claramente: esta «eleição» (eklogê) designa, em outras culturas, as escolhas que o homem faz acerca do rumo a dar à sua vida. O termo é desconhecido no grego dos LXX, e 1 Tessalonicenses 1,4 é a sua porta de entrada no mundo do Novo Testamento, podendo ainda ler-se em Atos 9,15; Romanos 9,11; 11,5.7.28; 2 Pedro 1,10, em que designa sempre uma ação de Deus, obra só de Deus, e assenta unicamente na fidelidade maternal de Deus, e não nos nossos méritos, raça, história, cultura; a comunidade que deriva dessa «eleição» não é, então, um grupo que nós tenhamos escolhido, formado, ou a que tenhamos aderido movidos por interesses, negócios ou objetivos comuns, mas o grupo dos escolhidos e chamados por Deus, que ouviram o seu nome amorosamente dito por Deus, e que responderam «sim» ao seu chamamento. Não se trata, portanto, de um chamamento qualquer, um entre muitos, como quando os nossos amigos assobiam ou gritam o nosso nome, quando nos veem a passar na rua. Trata-se aqui de um chamamento único, em que é Deus que diz o nosso nome, o meu e o teu, e nos vai reunindo, provenientes de todos os lugares, para de nós fazer o seu povo, o povo de Deus, «o Israel de Deus» (Gálatas 6,16), «povo de Deus» (laòs theoû), «que antes nem povo (laós) era» (1 Pedro 2,10). A expressão «povo de Deus», com todas as letras, encontra aqui a sua única menção em todo o Novo Testamento. E o próprio nome «povo» (laós), já desde o seu uso no grego dos LXX, não traduz um povo etnicamente determinado (isso seria éthnos), mas apenas o «povo» particular que Deus escolhe para si e no meio do qual habita e caminha. Soa assim o dizer de Paulo atualizando a antiga fórmula da Aliança: «Como disse Deus: “habitarei no meio deles e no meio deles caminharei, e serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (laós)”» (2 Coríntios 6,16). É, a este propósito, exemplar e elucidativo o dizer de Moisés para Deus em Êxodo 33,13: «Teu povo (laós sou) é esta grande nação (tò éthnos tò méga toûto)». Igreja de Lamego, Igreja de Deus, povo de Deus, escuta bem, estremece de emoção, sente-te amada, chamada e reunida por Deus. Cheia de esperança, e com Deus no mundo (Efésios 2,12).

5. Em termos de estatística e distribuição, o nome grego ekklêsía (Igreja) encontra-se cerca de 100 vezes no texto grego dos LXX, e traduz, em todos os casos, o hebraico qahal. No texto grego do Novo Testamento encontra-se por 114 vezes. Aparece em claro destaque nas Cartas de S. Paulo, onde se faz ouvir por 62 vezes, e é o termo a que S. Paulo mais vezes recorre para se referir às comunidades que Jesus Cristo colocou no seu caminho. Fora de S. Paulo, no Novo Testamento, o nome ekklêsía conta mais 52 menções, destacando-se 23 ocorrências no Livro dos Atos dos Apóstolos e 20 no Apocalipse. Nos Evangelhos, só o Evangelho de Mateus o usa em dois lugares (Mateus 16,18; 18,17), sendo por isso que é chamado o «Evangelho da Igreja».

6. Esta maneira de ver a Igreja, trazendo para a cena o rico vocabulário da «assembleia convocada por Deus», do «chamamento», da «eleição», apresenta-se bela e fecunda sobretudo em três aspetos: primeiro, porque salienta o primado de Deus, a sua ação eletiva, portanto, primeira, soberana e livre; segundo, porque não se perde nos meandros da organização interna, mas dá todo o relevo ao chamamento de Deus e à nossa resposta a esse chamamento; terceiro, porque deixa ver a ideia muito bíblica de um caminho a percorrer, que é a história da salvação, por onde Deus conduz o seu povo querido. Neste sentido, a Igreja de Deus não é um episódio ou um conjunto de episódios ou eventos, mas um percurso. Apraz-me colocar aqui, em carne viva, neste contexto de enchente de chamamento de Deus e da nossa resposta, a realização da XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em Roma, de 03 a 28 de outubro próximo, que se debruçará mais de perto sobre os jovens, e que terá por tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional». Este tom vocacional põe, não apenas os jovens, mas toda a Igreja à escuta da Palavra de Deus, que largamente distribui os seus dons pelos seus filhos, de modo a que, todos unidos e reunidos, possamos tornar a Igreja mais bela e sempre pronta a exercer os serviços necessários para o bem de todos.

Nova evangelização

7. Importa ter tudo isto em conta, sobretudo quando olhamos à volta e verificamos que vivemos hoje num mundo em ritmo acelerado de paganização, que se faz ver em todos os palcos da sociedade, a começar pela família, pela escola e pelos mass-media, e que suga também, como se de um potente íman se tratasse, os que até agora se diziam cristãos e como tal viviam. Num contexto assim, a Igreja não pode nem deve continuar a lançar tranquilamente mão apenas dos métodos de transmissão da fé até agora em uso. É preciso e é urgente lançar, desde já, mãos e pés, inteligência, entranhas e coração a uma nova vaga de evangelização, para a qual são precisos novos evangelizadores.

8. Na verdade, à sociedade em que vivemos temos de saber oferecer uma evangelização non-stop, endereçada, personalizada e enamorada, que reclama a proximidade empenhada, comovida, rezada, testemunhal, afetuosa e maternal de novos atores da vivência e da transmissão da fé, da esperança e da caridade que há em Cristo Jesus, e que brota do «amor fontal» de Deus Pai (Ad gentes, n.º 2). Numa sociedade assim, recorda bem S. João Paulo II, temos de nos comprometer com o essencial do anúncio do Evangelho, que será sempre: «o homem é amado por Deus, e este é o mais simples e o mais comovente anúncio de que a Igreja é devedora ao Homem» (Christifideles laici [1988], n.º 34). Por isso, S. Paulo ousa dizer: «Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, mas uma necessidade que se me impõe desde fora. Ai de mim se não anunciar o Evangelho!» (1 Coríntios 9,16). E o Santo Papa Paulo VI, espraiando o seu olhar pelo estuário da Igreja saída do Concílio, é levado a traçar, desta maneira, o seu perfil evangelizador: «Anunciar o Evangelho constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. A Igreja existe para Evangelizar» (Evangelii nuntiandi [1975], n.º 14). Mas o que é que significa verdadeiramente evangelizar, anunciar o Evangelho? Significará apenas dar a conhecer o Evangelho, uma vez que é só conhecendo-o, que o homem pode aceder ao amor com que Deus o ama? Ou significará dar a conhecer que em Jesus a existência humana é uma existência salva, habitada pelo Sentido, que não depende do conhecimento, mas que é anterior ao conhecimento, do mesmo modo que a existência do sol é anterior e independente do conhecimento da sua existência? Sim, tudo começa no anúncio de que Jesus é o único salvador, e é só nele que temos a salvação, que é o verdadeiro Sentido da vida (cf. Atos 2,23-24.32.36; 3,15-16; 4,10; 5,30-31; 10,39-40; 13,28-30; 17,31; 25,19). Sim, esta é a notícia, o anúncio necessário da vitória. É provável que a seguir nos peçam o relato.

A missão como critério

9. «Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo», eis o tema forte que o Papa Francisco propôs para a celebração e vivência do «Outubro Missionário Extraordinário» de 2019, que marcará o centenário da Carta Apostólica Maximum illud, do Papa Bento XV, que traz a data de 30 de novembro de 1919, e que apelava então à «propagação da fé católica no mundo inteiro». Com data de 22 de outubro de 2017, Dia Mundial das Missões, em Carta enviada ao Cardeal Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, o Papa Francisco incumbia-o da preparação deste «Outubro Missionário Extraordinário» de 2019, expressando no final da Carta o seu desejo intenso, que o é também para toda a Igreja: «Que se desperte em nós, e que jamais nos seja roubado, o entusiasmo missionário». Adaptando palavras certeiras já entretanto expressas pelo Cardeal Filoni, registo aqui também o meu firme desejo: Igreja de Lamego, é tempo de reavivar o ardor e a paixão pela missão de Jesus, para que este ano pastoral possa ajudar-nos a colocar a missão de Jesus no nosso coração, no coração da nossa família paroquial e diocesana, fazendo da missão o critério para medir a eficácia das nossas estruturas, os resultados dos nossos trabalhos, a fecundidade dos nossos ministros e a alegria que somos capazes de suscitar. 

Com os olhos em S. Paulo

10. Apoiando a iniciativa clarividente do Papa Francisco, a Conferência Episcopal Portuguesa achou por bem alargar o mapa e o calendário missionário ao inteiro ano pastoral de 2018-2019 (outubro a outubro). E a Diocese de Lamego alegra-se com a iniciativa do Papa e subscreve a ideia e ação de fazer do ano pastoral em curso um ano verdadeiramente missionário. Este colorido missionário não se desvia nem foge, de resto, ao desiderato já entretanto formulado nos Conselhos Diocesanos de dedicarmos os próximos três anos à vida da Igreja e em Igreja e de colocarmos o próximo ano pastoral, que é o primeiro dos três, sob a égide da Igreja carinhosamente olhada pelo seu ângulo vocacional. Ora, o Santo Papa Paulo VI, que será canonizado em 14 de outubro próximo, vem dizer-nos, numa síntese admirável, que «Anunciar o Evangelho é a vocação própria da Igreja» (Evangelii nuntiandi, n.º 14). Portanto, Igreja, vocação da Igreja e anúncio do Evangelho são linhas perfeitamente entrelaçadas, que não conseguimos destrinçar. E lembra-nos ainda o Santo Papa Paulo VI que, no que respeita ao anúncio do Evangelho, a maneira de fazer de S. Paulo será sempre modelar: por isso, o proclamou «modelo de cada evangelizador» (Evangelii nuntiandi, n.º 79), tendo-o Bento XVI apresentado, na sua Mensagem para o 45.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (2008), como «o maior missionário de todos os tempos». S. Paulo é, portanto, exemplo sempre a seguir por nós. E a maneira de fazer de S. Paulo é-nos felizmente conhecida, dado que ele a deixou registada na Primeira Carta que escreveu à Comunidade Cristã de Tessalónica, que ele tinha acabado de evangelizar. Toda a atenção, portanto, para esta página soberba, que devíamos trazer sempre gravada nos olhos e no coração: 

«2,7bTornámo-nos CRIANÇAS no meio de vós, COMO UMA MÃE que acalenta os próprios filhos. 8Assim, cheios de afeição por vós, bem queríamos dar-vos, não apenas o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, pois tornastes-vos queridos para nós. 9Recordais-vos, de facto, irmãos, da nossa fadiga e do nosso esforço, trabalhando de noite e de dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. Foi assim que vos PREGÁMOS o Evangelho de Deus. 10Vós sois testemunhas, e Deus também o é, de quão puro, justo e irrepreensível tem sido o nosso modo de proceder para convosco, os que acreditais.

11Como sabeis, como a cada um de vós, COMO UM PAI aos seus próprios filhos, 12exortando-vos e encorajando e confirmando, para que caminheis de modo digno de Deus, que vos está a chamar ao seu Reino e à sua glória» (1 Tessalonicenses 2,7b-12). 

11. É claro que levar por diante um trabalho tão intenso e personalizado requer e reclama uma rede de bons e sempre prontos Evangelizadores. Fixemos os olhos na quantidade, diversidade e qualidade de alguns cooperadores de S. Paulo, que o amor retirou do anonimato, e em que nem sequer são nomeados os mais significativos, como Timóteo, Tito e Silvano (ou Silas): 

«16,1Recomendo-vos Febe, nossa irmã, servidora da Igreja de Cêncreas, 2para que a recebais no Senhor, de modo digno dos santos, e a assistais em tudo o que de vós necessitar, pois também ela foi benfeitora de muitos, e até de mim próprio. 3Saudai Prisca (diminutivo: Priscila) e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, 4os quais, para salvar a minha vida, expuseram a sua cabeça; e não sou apenas eu que lhes estou agradecido, mas também todas as igrejas dos gentios. 5Saudai também a Igreja que se reúne em sua casa. Saudai o meu querido Epéneto, que constitui as primícias da Ásia para Cristo. 6Saudai Maria, que muito trabalhou por vós. 7Saudai Andrónico e Júnia, meus parentes e companheiros de prisão, que se distinguiram entre os apóstolos, e me precederam em Cristo. 8Saudai Ampliato, que me é muito querido no Senhor. 9Saudai Urbano, nosso cooperador em Cristo, e o meu querido Estáquio. 10Saudai Apeles, provado em Cristo. Saudai os da casa de Aristóbulo. 11Saudai Herodião, meu parente. Saudai os da casa de Narciso, que estão no Senhor. 12Saudai Trifena e Trifosa, que trabalharam no Senhor. Saudai a querida Pérside, que muito trabalhou no Senhor. 13Saudai Rufo, o eleito no Senhor, e sua mãe, que é também a minha. 14Saudai Assíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas, e os irmãos que estão com eles. 15Saudai Filólogo e Júlia, Nereu e sua irmã, e Olimpas, e todos os santos que estão com eles» (Romanos 16,1-15).

Renovar o tecido cristão e eclesial das paróquias e da diocese

12. Sem nunca pôr de parte esta intensa e multifacetada maneira de fazer, que podemos sempre consultar e verificar na agenda de missão de S. Paulo, podemos e devemos também considerar algumas aplicações dos tempos modernos. Trata-se de metodologias implicativas e diretas. Para usar a imagem da rede, não se trata tanto de trabalho em rede, mas de, passando o fio de mão em mão, unir as pessoas e construir a própria rede. Aí ficam algumas propostas, provocações e desafios. 

Movimento estudantil FOCUS

12.1. O movimento estudantil FOCUS [= Fellowship Of Catholic University Students], que reúne e mobiliza sobretudo estudantes universitários, mas que já se faze sentir também nos Colégios e Escolas. Cada equipa FOCUS começa com quatro elementos fidelizados e enamorados por Cristo, que são chamados a multiplicar-se exponencialmente. Provocação para os professores e alunos das nossas escolas, sobretudo no que concerne ao ensino e vivência da Religião e Moral Católica. Provocação também para os nossos catequistas e para as crianças e adolescentes que frequentam a catequese, e para quantos se preparam para o batismo e para o crisma. Na certeza de que o estilo de vida de Jesus é a melhor, mais bela e apaixonante maneira de viver, ninguém se deve retrair ou envergonhar de viver e de falar de Jesus, com Jesus, como Jesus. 
Escolas de Evangelização Santo André

12.2. As «Escolas de Evangelização Santo André». Estas escolas colhem a sua inspiração na figura do Apóstolo André que, tendo seguido Jesus e visto onde morava, foi logo buscar Pedro para o levar a Jesus (João 1,35-42). Vale a pena passar demoradamente os olhos por este texto ousado e delicioso:
«1,35No dia seguinte, João estava lá outra vez, de pé, com dois dos seus discípulos, 36e olhando dentro (emblépô) de Jesus, que passava, diz: “Eis o Cordeiro de Deus”. 37E ouviram-no os dois discípulos a falar (laléô), e seguiram Jesus. 38Tendo-se, então voltado, e tendo-os visto a segui-lo, diz-lhes: “Que procurais?”. Eles, então, disseram-lhe: “Rabí, que traduzido se diz Mestre, onde moras?”. 39Diz-lhes: “Vinde e vereis”. Foram, então, e viram onde morava, e com Ele permaneceram aquele dia. Era por volta da hora décima. 40André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham escutado João e que seguiram Jesus. 41Este encontra primeiro o seu irmão, Simão, e diz-lhe: “Encontrámos o Messias, que significa Cristo”. 42Conduziu-o a Jesus. Olhando dentro dele (emblépô), Jesus disse: “Tu és Simão, o filho de João! Serás chamado Cefas, que significa Pedro”» (João 1,35-42).

Por isso, «André, o primeiro chamado» (Prôtóklêtos Andréas), título que ainda hoje lhe dá a Tradição Oriental, foi logo chamar, «primeiro chamante», o seu irmão Simão, e trouxe-o de casa para a Casa, para Jesus.

Também em João 12, André aparece a fazer de ponte entre «uns gregos» e Jesus. É, de facto, notório que André parece ter uma especial vocação para levar as pessoas até Jesus. Fica a impressão que, sem a mão de André, não se chega a Jesus. Vejamos o texto:

«12,20Havia também alguns gregos entre os que tinham subido para adorar na festa. 21Então, estes aproximaram-se de Filipe, o de Betsaida da Galileia, e pediram-lhe, dizendo: “Senhor, nós queremos ver (ideîn) Jesus”. 22Vem Filipe, e diz a André; vem André e Filipe, e dizem a Jesus» (João 12,20-22).

A importância de André nestas ligações a Jesus parece evidente. Sem ele, não se chega a Jesus. Aí está uma figura especializada em conduzir outros a Jesus, em dar a conhecer quem é Jesus. Pois salta à vista que aqueles gregos, certamente “prosélitos” ou “tementes a Deus”, não queriam apenas ver a cor dos olhos de Jesus, mas, mais intensamente, queriam ver quem era Jesus, como sugere aquele verbo «ver» (ideîn), que indica identidade.

O símbolo destas escolas de seguidores de Jesus é a Cruz grega (X), Cruz de Santo André, que é também sinal de multiplicação.

Células Paroquiais de Evangelização

12.3. As «Células Paroquiais de Evangelização» têm a sua referência na comunidade bela, cujo retrato podemos contemplar em Atos 2,42-47: 

«2,42Eram perseverantes no ensino dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e na oração. […] 44Todos os que acreditavam estavam no mesmo lugar e tinham tudo em comum. […] 46Dia após dia eram perseverantes unanimemente no Templo, e partiam o pão em cada casa, tomando o alimento com alegria grande e simplicidade de coração, 47louvando a Deus e tendo graça junto de todo o povo. E o Senhor acrescentava dia após dia o número dos que estavam a ser salvos» (Atos 2,42.44.46-47).

Trata-se, como se vê, de uma visita guiada à primeira Catedral da Igreja nascente, com ramificações em todas as casas e em todos os corações, bem assente em quatro colunas: o ensino dos Apóstolos (1), a comunhão fraterna (2), a fração do pão (3) e a oração (4). É visível que esta comunidade bela crescia, crescia, crescia, dia após dia, com o «crescente» que Deus nela introduzia. Era uma comunidade jovem, leve e bela, tão jovem, leve e bela, que as pessoas lutavam por entrar nela!

Recebendo e afinando este estilo de vida, também estas «Células de Evangelização», em ação na Paróquia, se vão multiplicando exponencialmente, do perto para o longe, começando por envolver familiares, amigos, vizinhos, classes profissionais.

Um vezes um = dois!

13. Estranha matemática. Em eclesiologia, «um mais um faz um», dado que cada Igreja particular manifesta toda a plenitude da Igreja de Deus, porque é Igreja de Deus no seu todo, e não apenas uma parte. Em missiologia, «um vezes um faz dois», pois o missionário que anuncia e entrega Jesus Cristo a outro, e vê nascer no outro a mesma paixão por Cristo, apercebe-se com alegria que, a partir dessa hora, passam a ser dois dedicados e empenhados na mesma missão.

O que acabámos de expor em ordem à renovação do tecido cristão e eclesial das nossas Paróquias, tornando-as mais dinâmicas através da participação de todos os seus membros, não é mais do que a tentativa de trazer para a pastoral a dinâmica da energia nuclear. A energia nuclear obtém-se pela fissura de um átomo bombardeado por um neutrão: é assim que o átomo se divide em dois. Por sua vez, as duas partículas subdividem-se, e, de duas, formam-se quatro, e assim se vão multiplicando de forma exponencial. Um cristão que acredita e não se envergonha do Evangelho contagiará inevitavelmente outro; e estes dois contagiarão outros dois. É assim que se difunde o Evangelho. De cristãos assim, há hoje uma necessidade imperiosa e urgente, e é-lhes oferecida uma oportunidade imensa: dar razão da esperança que os habita e os anima, com entusiasmo e alegria. Na condição secular do nosso tempo, não haverá profecia se não voltar a ser profética a vida do cristão comum. Num tempo em que a sociedade secular desconfia das Igrejas, e muitas vezes já não entende a sua linguagem, pode, no entanto, ser sacudida pelos gestos e pelas palavras de quem vive plenamente «nas atividades propriamente temporais […], em que os fiéis leigos ocupam o lugar mais importante» (Lumem gentium, n.º 36). O seu testemunho é fundamental, e não pode ser dispensado. Porque a missão não é propaganda e o testemunho não é dar nas vistas, mas viver uma vida verdadeira, plena, bela, de tal modo bela, que não poderia ser explicada se Cristo não tivesse sido morto e não tivesse verdadeiramente ressuscitado. 

14. Amados irmãos e irmãs, foi depositado nas nossas mãos este desafio imenso e intenso de transformarmos pela missão que Deus nos confia a nossa vida e a vida de todos os filhos e filhas de Deus, e nossos irmãos queridos, que se abrigam debaixo do céu que cobre a nossa Diocese de Lamego e cada uma das suas 223 Paróquias. Sinto que é preciso deixarmos renovar o nosso coração. É o primeiro passo para podermos renovar o tecido cristão e eclesial das nossas comunidades e da nossa Igreja. Para começarmos a tecer a rede, fazendo com que o fio da nossa vocação e missão passe por todas as mãos e congregue todos os corações, convoco todos os diocesanos da nossa Diocese de Lamego: sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas, fiéis leigos, pais, mães, avôs, avós, famílias, jovens, crianças, catequistas, acólitos, leitores, agentes envolvidos na pastoral, membros dos movimentos de Apostolado, Centros Sociais Paroquiais, Misericórdias, e todas as pessoas e instituições envolvidas neste «trabalho do amor» (1 Tessalonicenses 1,3). A todos peço que experimentemos a alegria de sairmos mais de nós ao encontro de todos, para juntos celebrarmos o grande amor que Deus tem por nós e sentirmos a alegria da sua misericórdia infinita. Que cada um de nós sinta como sua primeira riqueza e dignidade a de ser filho de Deus com muitos irmãos à sua volta. E para todos imploro de Deus a sua bênção, e de Maria, nossa Mãe, a sua proteção carinhosa e maternal.

15. E não esqueçamos que é o SENHOR Crucificado e Ressuscitado a verdadeira razão de ser da Igreja, da nossa vida, da nossa vocação e da nossa missão. É a Ele que dirigimos hoje com alegria a nossa oração:

Tu, Senhor, Tu falas
E um caminho novo se abre a nossos pés,
Uma luz nova em nossos olhos arde,
Átrio de luminosidade,
Pão
De trigo e de liberdade,
Claridade que se ateia ao coração. 

Lume novo, lareira acesa na cidade,
És Tu, Senhor, o clarão da tarde,
A notícia, a carícia, a ressurreição.

Passa outra vez, Senhor, dá-nos a mão,
Levanta-nos,
Não nos deixes ociosos nas praças,
Sentados à beira dos caminhos,
Sonolentos,
Desavindos,
A remendar bolsas ou redes.
Sacia-nos.
Envia-nos, Senhor,
E partiremos
O pão,
O perdão,
Até que em cada um de nós nasça um irmão.

Lamego, 01 de outubro de 2018, Memória de Santa Teresa do Menino Jesus, Virgem e Doutora da Igreja e Padroeira Universal das Missões
+ António, vosso bispo e irmão