quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Festa de São Pedro








Após a Eucaristia solene às 18 horas, presidida pelo pároco, teve lugar a procissão.
Estava muita gente. Nenhum andor ou alfaia ficou em terra.
Tudo correu bem. A comunidade e os mordomos estão de parabéns. A comunidade pela participação serena e aderente; os mordomos pelo trabalho e organização.
Também estão de parabéns os mordomos das outras festas populares bem como as respectivas povoações, pois tudo correu em confirmidade e houve paz e sã partilha.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

29 de Junho: São Pedro, Padreiro da comunidade tarouquense

Amanhã, 29 de Junho, celebra a Igreja a Festa de São Pedro e São Paulo.
São Pedro é o Padroeiro da Paróquia de São Pedro de Tarouca. Por isso, a comunidade amanhã está em festa. A Eucaristia começa às 18 horas, seguida de Procissão.

Pedro e Paulo mostram a fraqueza e a força dos cristãos. Pedro representa a solidez, o fundamento da fé. Paulo torna-se o maior propagador de Cristo. São Pedro confirma a Igreja, São Paulo o diálogo com todas as culturas. Eles mostram que devemos anunciar o Evangelho. São Pedro no Pentecostes anuncia o Filho de Deus e 3000 pessoas são baptizadas. São Paulo diante do altar ao Deus desconhecido converte muitos pagãos, e fez 3 viagens pregando e anunciando Jesus.
São Pedro foi o discípulo ardoroso, foi a rocha sobre a qual Jesus edificou sua Igreja. São Paulo recebeu a missão de anunciar até os confins da terra, por isso é chamado apóstolo dos gentios. Ambos tiveram suas fraquezas, seus pecados, mas a misericórdia de Deus converteu-os .
Também nós não devemos perder a coragem nas fraquezas, nas tribulações.
Hoje, iluminados por seus testemunhos, somos convidados a dar continuidade à missão de Jesus, a fé católica e também a fé na Igreja. É nela que temos a relação com Jesus e com o Pai.
Somos convidados a rezar pelo papa, todos os bispos que formam o colégio universal.
Lembremos que Deus olha o interior das pessoas. E Pedro depois de ter negado Jesus por três vezes e Paulo perseguido a sua Igreja de forma ferrenha, arrependeram-se, choraram e compreenderam que Deus os escolheu como Pilares da sua Igreja. Sigamos, portanto os seus exemplos e sejamos missionários evangelizadores. A missão de Pedro continua através do seu sucessor, o santo padre o papa Bento XVI. Ele nos dá a segurança que toca nossos corações e nos assegura a unidade da Igreja através dos tempos..
Fonte: aqui

domingo, 27 de junho de 2010

Deitar a mão no arado e não olhar para trás


A propósito da frase do Evangelho de S. Lucas, lido nas missas de hoje. De facto, é uma frase que provoca um arrepio pela espinha abaixo... «Eu vou seguir-te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família.» Jesus respondeu-lhe: «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus.» (Lucas 9, 61-62, excerto da leitura do Evangelho de 27.6.2010)
Um poderoso executivo aguardava para embarcar num avião quando repentinamente e sem aviso a viagem foi cancelada. Furioso, dirigiu-se ao balcão das passagens ultrapassando quem estava à espera de ser atendido e exigiu um lugar em primeira classe para o voo seguinte.
O funcionário explicou amavelmente que a transportadora estava pronta a ajudá-lo mas que teria de ir para a fila e esperar pela sua vez.
“Jovem, tem alguma ideia de quem é que eu sou?”, vociferou o homem.
O funcionário olhou-o cuidadosamente de alto a baixo. Depois, ligou o microfone do aeroporto e disse:
“Atenção: Há um passageiro no balcão dos bilhetes que não sabe quem é. Se alguém o conseguir identificar, por favor informe-nos”.
É muito fácil esquecer quem somos e para onde vamos. Em determinadas alturas das nossas vidas, é tudo muito claro. O casal jovem no altar, o padre acabado de ordenar, o jovem sagaz que se dirige à primeira aula na Faculdade de Direito: todos sabem para onde vão; sabem que haverá um preço a pagar e estão prontos a pagá-lo. É tudo muito claro e muito simples.
É então que o tempo passa e o preço começa a ser pago – e pago, e pago! E o que recebem em troca não é tão perfeito e sólido como haviam esperado. O lindo bebé torna-se num adolescente difícil; o jovem atraente perde o cabelo e a linha; e depois de 10 mil homilias, o enérgico sacerdote avalia as delícias do voto de silêncio!
Dúvidas e questões dolorosas vêm à superfície: Não sabia que iria ser assim. Será que tomei a opção errada? Isto vai continuar para sempre assim? Como é que eu saio desta?
Jesus compreendeu muito bem esta dimensão da nossa experiência humana, este cansaço a meio do caminho que nos tenta a olhar para trás em vez de olhar para a frente, que nos impede de ver as novas e mais profundas alegrias e possibilidades que estão ao nosso alcance aqui e agora, este abatimento a meio do trajecto que nos tenta a desistir, a abandonar o nosso “arado” e ir embora. Suster esta inclinação e avançar sem olhar para trás exige abandonar muitas coisas – algumas muito boas, outras de que já não precisamos. Essa renúncia pode ser dolorosa mas pode dar espaço a algo mais, a algo melhor. Pode permitir-nos crescer em formas completamente novas de viver e amar, aqui e agora, e dentro das nossas vocações de esposos, pais, amigos e pastores com as quais há muito nos comprometemos.
Como qualquer bom pai, Deus quer ver-nos a crescer grandes e fortes, em especial interiormente. E quer-nos ver felizes. O que acontecerá se nos lembrarmos para onde nos dirigirmos e quais os motivos que nos levaram a optar pelas nossas prioridades centrais. O que acontecerá se deixarmos que Deus tome a nossa mão enquanto caminhamos com Ele.
Não olhe para trás. Isso só o deixará imóvel no mesmo lugar e tornará o seu interior mais amargurado. Decida-se antes por olhar para a frente e mais profundamente. Ficará surpreendido com o que espera por si!
P.Dennis ClarkIn Catholic Exhange;
Trad.: rm © SNPC (trad.) 26.06.10
Imagem: Tisso
thttp://jlrodrigues.blogspot.com/

sábado, 26 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

13º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém e mandou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. Mas aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram a Jesus:
«Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os destrua?»
Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os. E seguiram para outra povoação. Pelo caminho, alguém disse a Jesus:
«Seguir-Te-ei para onde quer que fores».
Jesus respondeu-lhe:
«As raposas têm as suas tocas e as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça».
Depois disse a outro:
«Segue-Me».
Ele respondeu:
«Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai».
Disse-lhe Jesus:
«Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus».
Disse-Lhe ainda outro:
«Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família».
Jesus respondeu-lhe:
«Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus».

Nunca olhar para trás
Para haver discípulos terá que haver um mestre. Pois bem, do Mestre Jesus falou-se no domingo passado, mediante a pergunta,«Quem dizem que Eu sou?». Neste domingo, salta à vista nos textos da Missa a figura do discípulo. Até podemos adiantar: «Quem é o discípulo de Jesus?».
Há uma história japonesa que conta assim, um dos discípulos de Yu estava conversando com um discípulo de Rinzai: - O meu mestre é um homem capaz de fazer milagres, e por causa disso é respeitado por todos os seus alunos. Eu já o vi fazer coisas que estão muito alem da nossa capacidade. E o seu mestre? Que grandes milagres é capaz de realizar? - O maior milagre do meu mestre é não precisar mostrar nenhum prodígio para convencer aos seus alunos que é um sábio. - Foi a resposta.
Jesus é este mestre que convoca os seus discípulos para a missão, sem que lhes garanta fortunas em dinheiro ou qualquer regalia futura. Mas, como seguir este mestre que oferece sofrimento e fidelidade incondicional? - Não sei a resposta, está centrada no interior do coração de cada um, que aí descobre o fascínio por uma pessoa, Jesus Cristo, um sábio que não precisa de fazer-nos milagres para se crer Nele e fazer da nossa vida uma alegre missão em Seu nome. A compreensão disto não é óbvia, mas que importa isso face à felicidade de ser discípulo deste mestre que nos chama a ser livres e pela liberdade de fazer tudo para o bem de todos. São Paulo confirma este pensamento na Carta aos Gálatas.
O ser discípulo de Jesus, é ser voz do reino novo do amor com toda a coragem, sem que nada deste mundo faça voltar atrás. Com Jesus o medo não tem lugar na vida do Seu discípulo e o caminho é para diante sem desânimos com olhar fixo na utopia consciente ou militante da fraternidade universal.

Ecos das últimas ordenações

Trabalho infantil

215 milhões de crianças trabalham para sobreviver

O director-geral da Organização Internacional do Trabalho, Juan Somavia, aproveitou o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil para denunciar esta realidade:
"Enquanto milhares de pessoas desfrutam da excitação do Campeonato Mundial de Futebol, cerca de 215 milhões de crianças trabalham para sobreviver. A educação e os jogos são um luxo para eles. Os progressos relativamente ao fim do trabalho infantil estão a enfraquecer, e nós não estamos no bom caminho para pôr fim às piores formas de trabalho infantil até 2016", considerou Somavia.
"Temos de ganhar um novo fôlego. Vamos aproveitar a inspiração do Mundial de Futebol, e enfrentar este desafio com a energia, a boa estratégia e a determinação para atingir este objectivo", defende o líder da Organização Internacional do Trabalho (OIT) numa mensagem alusiva à data.
Que a criança faça algumas tarefas leves em casa para ajudar os pais pode até ser educativo. Sobretudo nas férias. Mas tem de se lhe dar tempo para ir à escola, para fazer os trabalhos escolares e para brincar. Ora muitas destas crianças de que se fala atrás trabalham horas e horas por dia, muitas vezes em trabalhos duros, sem possibilidade de frequentar a escola e de ter uma vida adequada à sua idade. E isto tem de ser combatido.
A ausência escolar prejudica o presente e futuro de uma criança. Tem muito menos chance de alcançar um emprego melhor, não vive a sua infância e cresce muitas vezes com angústia, dor, raiva, senão dos pais, pelo menos do mundo em que vive. Tem tudo para se tornar um criminoso ou marginal.
A crise económica não pode alhear as autoridades da necessidade de fazer cumprir a lei. O director-geral da OIT considerou que "o declínio económico não pode tornar-se uma desculpa para menor ambição e para a inércia", relativamente ao combate ao trabalho infantil. Assim, para o futuro defendeu o reforço da garantia e ampliação do acesso à educação básica universal, a criação de uma plataforma de protecção social básica e a promoção de oportunidades de emprego para os progenitores, de modo a evitar situações de pobreza e de trabalho infantil.

O Amigo do Povo

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Porque me abriste o apetite de beber!...

Já lá vão largos anos. Fora pregar a uma comunidade onde decorria a festa de São João Baptista.
Acabara a longa procissão. Os andores estavam agora sozinhos no templo e os sacerdotes, após a desparamentação, cumprimentaram - e o pároco atendeu - quantos se dirigiram à sacristia.
Regressávamos também nós. Quando, ao passarmos no corredor central da Igreja, se ouve um murmúrio alto, desafinado, arrastado. O pároco pára e puxa-me pelo braço:
- Escuta!
Vim depois a saber. Era um bêbado militante que garantia uma carraspana diária. Ali estava ele, diante da imagem de São João Baptista, pernas muito abertas, bracejando continuamente para o santo. No longo arengar, pouco percebi. Mas retive este desabafo do pobre homem:
- Obrigado, meu rico São Joãozinho, porque me abriste o apetite de beber!...
Pois... Como se precisasse!!!

24 de Junho: São João Bpatista

A relevância do papel de São João Baptista reside no fato de ter sido o "precursor" de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda.

Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Baptista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.

Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Baptista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que se devia chamar João. Depois disso, Maria foi visitar Isabel. "Ora quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre ! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite ?'" (Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Baptista como precursor de Cristo.

Ao atingir a maturidade, o Baptista encaminhou-se para o deserto e, nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência - que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: " Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo". João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.
A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Baptista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas, imediatamente, retruca: "Eu não sou o Cristo" (Jo 3, 28) e " não sou digno de desatar a correia de sua sandália". (Jo 1,27). Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". (Jo 1,29).

João baptizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: "Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim ?" (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e degolado por Herodes Antipas, por denunciar a vida imoral do governante. Marcos relata, em seu evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi, segundo Marcos, enterrado por seus discípulos.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A fé não se reduz a um sentimento privado

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A fé não se reduz a um sentimento privado, porventura a esconder quando se torna incómodo, mas implica a coerência e o testemunho público a favor do Homem, da justiça e da verdade.
Bento XVI
http://paroquiadetarouca4.no.sapo.pt/sope.pdf

domingo, 20 de junho de 2010

Que dizem de Cristo as pessoas do nosso tempo?

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Apresento alguns factos:
- Em 2007, ano em que se realizou o referendo à despenalização do aborto em Portugal, 4,8 milhões passaram por Fátima. Entretanto, o "sim" ao aborto venceu largamente...

- Segundo dados da Santa Sé, há em Portugal 88,3% de católicos. Será que na Assembleia da República e no governo existe aproximadamente a mesma percentagem de católicos? De maneira nenhuma. Então onde estão os católicos? Onde está a sua intervenção política e cívica?

-Kaká, o famoso futebolista do Real Madrid e da selecção brasileira, afirmou categoricamente que casou "virgem". Kaká é cristão, não católico. Vejamos o seu testemunho:
"Sou um jovem normal com valores fortes. Sou religioso, seguindo a confissão evangélica, e tento viver seguindo os preceitos da Bíblia."
"Optamos por chegar castos ao casamento. A Bíblia ensina que o amor verdadeiro é alcançado apenas com o casamento..."
"É evidente que não foi fácil, sou um jovem normal. Não foi fácil chegar ao matrimónio sem ter estado com uma mulher. Eu e Caroline nos beijávamos e é claro que o desejo existia, mas nos contínhamos. Se hoje nossa vida é tão bela, é porque soubemos esperar."
Quando falei deste caso, os jovens riram-se. Sorriso de incredulidade e de gozo...

- Era um alcoólico militante, tratava mal toda a gente, violento, brutamontes. Sim, era desta zona. Aderiu a uma confissão religiosa, destas que também por estes lados estão activas. Mudou radicalmente. Não bebe, é agora respeitador, pacato, educado.

E agora pergunto:

- Que tem Cristo a ver com as nossas opções, os nossos valores, a nossa forma de encarar a vida? É que "a fé sem obras está morta", diz a Bíblia. E ainda "pelos frutos os conhecereis!"

- Não reduzem tantos católicos o seu catolicismo a uma hora por semana? Mais, muitos e muitos já o reduzem apenas a baptismos, funerais e casamentos!... E alguns já nem entram na Igreja... Ficam cá fora na conversa e nos "copos"!
Para muita gente, dita católica, a fé assemelha-se a uma roupa que se tira e põe quando dá jeito, é útil ou é preciso. De resto Cristo fica "na caixa da farinha"!
A fé assemelha-se, sim, ao ar que respiramos, estejamos onde estivermos. Somos cristãos na Igreja, na família, no trabalho, no estudo, no café, no desporto, na night, no namoro, nas férias... Somos cristãos 24 horas por dia.

- Onde está a fé quando se entra numa Igreja e nem um momento há para adorar Cristo? Porque todo o tempo é pouco para saltar de imagem em imagem, ficando o Senhor perdido no meio de tanta "santaria"...

- Onde está Cristo quando os que dizem que n'Ele acreditam não falam para os vizinhos, criam mau ambiente na família e no trabalho, são "más-línguas", praticam infedilidades matrimoniais, não educam os filhos, netos, pais nos valores do Evangelho?

- Onde está Cristo quando os que dizem que n'Ele acreditam são montanhas de egoísmo, indiferentes ao seu semelhante? Só coçam para dentro, não escutam, não ajudam, não colaboram, nada fazem pelo irmão...

- Onde está a fé em Cristo quando os cristãos reduzem a sua vida cristã a umas viagens a Fátima, a pé ou de carro, acendem lá umas velas, dão umas voltas de joelhos? Depois não aparecem na vida da comunidade, reduzem o domingo a um dia feriado...

- Onde está a fé em Cristo quando muitos cristãos querem apenas o espectáculo dos crismas, comunhões e procissões, mas revelam total ausência de interioridade, de persistência, de disponibilidade para crescer na fé? E mais, revelam alergia a qualquer tipo de compromisso com a comunidade!!!

- Onde está a fé em Cristo quando na vida "somos Maria vai com as outros", alinhamos no politicamente correcto, não somos capazes de "navegar contra a corrente" em nome dos valores evangélicos em que dizemos acreditar?

- Onde está a fé em Cristo, quando os cristãos desistem, não "levam a cruz de cada dia"? Debandam porque os criticam, não estão para chatices, para se incomodar? Onde está a fidelidade ao compromisso até ao fim?

- Onde está a fé em Cristo quando os cristãos não intervêm na vida cívica por comodismo? Ou quando intervêm, mas deixam os valores evangélicos à porta do partido, da associação, do grupo?

Vós sois o sal da terra!
Vós sois fermento!
Vós sois a luz do mundo!
Sabem quem disse? Exactamente: Jesus Cristo.
Que andamos a fazer desta palavra???

Um Jovem Tuareg

Li na Internet uma entrevista emocionante a um jovem tuareg, estudante de gestão na Universidade de Montpellier (França) e pensei que os meus leitores iriam apreciar alguns passos interessantes.Tuareg significa “abandonado” porque é um velho povo nómada que vive no deserto a norte do Mali. Pelo seu orgulho chamam-lhes “senhores do deserto”.
São cerca de 3 milhões. Pastoreiam rebanhos de camelos, de cabras, vacas e asnos num mundo de simplicidade e silêncio. “Quando estamos sozinhos naquele silêncio ouvimos o bater do nosso coração” - disse o tuareg entrevistado, com o rosto coberto por um belo turbante azul, transparente, uma fina tela de algodão que protege e permite respirar e ver.
A cor azul é a preferida por aquele povo, porque é “a cor do céu, do tecto da nossa casa”.
“Quais as melhores recordações da sua infância?
Despertava com a luz do sol e ali estavam as cabras de meu pai. Elas nos davam leite e carne, nós as levávamos onde havia água e pasto... Assim fizeram meu bisavô, meu avô, meu pai e também eu. Não havia outra coisa. Eu era feliz com isso.
Aos sete anos já nos deixam afastar do acampamento para aprender coisas importantes: farejar o ar, apurar a vista, escutar, orientar-se pelo sol e pelas estrelas.
Cada pequena coisa proporciona felicidade. Sentimos uma enorme alegria pelo simples facto de estarmos juntos.
Que mais o chocou na primeira viagem à Europa?
“Ver as pessoas a correr pelo aeroporto! No deserto só se corre quando há uma tempestade de areia. Me assustei!
Elas apenas iam buscar as suas malas – disse o entrevistador.
“Sim. Também vi imagens de mulheres nuas. Perguntei-me: porque essa falta de respeito para com a mulher?
No hotel vi uma torneira pela primeira vez na minha vida. Vi a água correr e senti vontade de chorar. Que desperdício! Todos os dias da minha vida tinha de procurar água.
No princípio de 1990 houve uma grande seca. Morreram os animais e nós adoecemos. Tinha eu 12 anos quando minha mãe morreu.
Convenci meu pai a deixar-me ir à escola. Caminhava 15 Km quase todos os dias, até que o professor me arranjou um lugar onde dormir e uma senhora dava-me de comer quando eu passava à sua porta. Entendi que esta ajuda vinha da minha mãe.
Donde lhe veio o desejo de estudar?
Um dia passou pelo nosso acampamento o rally Paris-Dakar. Uma jornalista deixou cair da sua mochila um livro. Apanhei-o e entreguei-lho. Ela ofereceu-me. Era o Principezinho. “Eu me prometi que um dia conseguiria lê-lo.”
E conseguiu.
Mário Salgueirinho

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Deus continua a chamar


Kirstin Holum era uma das grandes promessas da patinagem de velocidade, tendo ficado em sétimo lugar nos Jogos Olímpicos de Nagano, no Japão, com apenas 17 anos. Agora, nos Jogos de Vancouver, deveria ser uma das estrelas mundiais na especialidade, mas pelo caminho descobriu que Deus tinha outros planos para ela e seguiu a sua vocação para a vida religiosa.
Foi numa peregrinação ao Santuário de Fátima que esta decidiu consagrar a sua vida a Deus. Logo depois de completar seus estudos em arte, incluindo uma tese sobre as Olimpíadas no Instituto de Arte de Chicago, Holum se uniu às Irmãs Franciscanas da Renovação, que se dedicam a "trabalhar com os pobres, os indigentes e pela evangelização".
Em entrevista ao Yahoo Sports, Kirstin Holum, hoje conhecida como a Irmã Catherine, diz que apesar da patinagem ser "uma imensa parte da minha vida", descobriu "este apelo incrivelmente forte que me dizia que era tempo de seguir um caminho diferente na minha vida". Eu ainda adorava o desporto
"Quando dou o meu testemunho, é divertido ver a reacção dos jovens logo depois de lhes dizer que estive numa Olimpíada", brinca e acrescenta que "seus olhos se abrem muito e ficam mais atentos. É muito bom compartilhar com eles"."Sei que não é exactamente o que alguém esperaria, mas acredito que é bom que as pessoas saibam que os membros de uma ordem religiosa podem chegar de qualquer contexto ou forma de vida. Afinal, tudo é questão de compromisso com a mensagem" do Evangelho, acrescenta a irmã Catherine.O mundo da patinagem também não esqueceu a grande atleta que foi a agora irmã Catherine. Shani Davis e Tucker Fredricks, que competem pelos Estados Unidos em Vancouver 2010, e que cresceram treinando na sua época de juvenis com Holum, recordam-na com apreço. "Que tenha a melhor sorte".
"Não é fácil pensar que as coisas poderiam ter sido diferentes para mim e que agora poderia estar a participar de outras Olimpíadas, mas definitivamente não era o caminho que o Senhor tinha destinado para mim e por isso não me arrependo do caminho que tomei", conclui.
In O Amigo do Povo

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM -Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes:
«Quem dizem as multidões que Eu sou?»
Eles responderam:
«Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou».
Disse-lhes Jesus:
«E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Pedro tomou a palavra e respondeu:
«És o Messias de Deus».
Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou:
«O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».
Depois, dirigindo-Se a todos, disse:
«Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».


Quem é Jesus?

Boa esta pergunta! Serve para reflectir e pensar o essencial da nossa fé cristã. Todos sabem muito de Jesus e ao mesmo tempo ninguém sabe nada. Tudo o que se possa dizer acerca Dele, fica sempre muito aquém daquilo que Ele é verdadeiramente. Porque, São João da Cruz dá-nos o mote: «A razão disso é que Ele está escondido, e tu não te escondes para O encontrar e sentir.
Quem quiser encontrar uma coisa escondida há-de penetrar escondido no lugar onde ela está escondida; ao encontrá-la, fica tão escondido como ela». Assim sendo, são muito poucos os que conseguem tal proeza. Será que terá razão o poeta António Ramos Rosa quando diz que «a graça da salvação é para poucos»? Pois bem, o conhecimento de Jesus, é sempre muito pouco face à realidade que Ele é e provavelmente não nos foram dados sentidos suficientes para abarcar tal conhecimento. Jesus é sempre um desafio. Uma meta que se vê ao longe para a qual se corre, na esperança que um dia se chegue ao seu terminus e aí sim, revelar-se-á em plenitude essa realidade escondida. O próprio Jesus não nos desampara e revela já o que Ele pode ser em cada um de nós: «Eu sou a luz do mundo, aquele que Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8,12). Esse desafio que nos é dado para «tomar a cruz todos os dias», mostra que no empenho da vida revelamos o amor por Jesus e como estamos conscientes dos Seus ensinamentos.
A vida por Jesus Cristo, mostra-se no zelo do dever, na partilha fraterna, no coração aberto à compaixão pelos outros, especialmente, os sem lugar e vez na sociedade. A vida iluminada por Jesus Cristo está no sorriso da criança que se mostra disponível para amar desinteressadamente, está nos braços imensos de homens e mulheres que limpam e alimentam os incapacitados, está naquele que diz não ao roubo e à infidelidade dos princípios e compromissos pessoais e sociais. Está na vida que se transmite de todas as formas.
Afinal, «Quem Eu sou...» pode estar em todas as facetas do mundo e da vida toda. Ora bem, para dar o salto de cristãos amorfos e atrofiados pelo costumeiro ritualismo fica o seguinte ensinamento: «Muitos seguem a Jesus até a distribuição do pão, mas poucos até beberem o cálice da paixão» (Tomás de Kempis). Falta gente que tome, corajosamente, ao modo de Jesus, o cálice da entrega na construção do mundo para todos. E mais ainda nos ensina Pascal: «Cristo morreu de braços abertos, para que nós não vivamos de braços cruzados». Pois bem, quem é Jesus para ti?

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

O “respeito pela dignidade da natureza humana” e pelas “leis morais” tem de ser incluído nos esforços de prevenção da SIDA

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O representante da Santa Sé na ONU defendeu que para um combate eficaz à pandemia da SIDA, é necessário fazer algo mais do que informar as pessoas ou dar-lhes instrumentos e competências técnicas.
Para o Arcebispo Celestino Migliore, o “respeito pela dignidade da natureza humana” e pelas “leis morais” tem de ser incluído nos esforços de prevenção da doença.
Esta foi a ideia-chave da declaração efectuada pelo Observador Permanente da Santa Sé, no âmbito da 64ª Sessão da Assembleia-geral das Nações Unidas (ONU), onde foi analisada a implementação da Declaração de Intenções daquele organismo, face ao vírus HIV.
O Arcebispo italiano transmitiu “a profunda preocupação do Vaticano no que diz respeito à falta de fundos disponíveis para o tratamento antiretroviral entre as populações pobres e marginalizadas”.
Apontou exemplos de países como Uganda, África do Sul, Haiti e Papua Nova Guiné, em que, de acordo com informações prestadas à Santa Sé, “instituições católicas foram aconselhadas, por fornecedores internacionais, a não aceitarem mais inscrições para programas de tratamento”.
Essas instituições, realçou D. Celestino Migliore, “temem ainda que o corte nos apoios chegue a afectar também as pessoas já em tratamento”.
Para a Santa Sé, é também fundamental que as crianças seropositivas tenham acesso desde início a um diagnóstico adequado, “evitando assim que mais de um terço venha a morrer antes de completar um ano de vida”.
O Arcebispo terminou a sua intervenção ao declarar que “já não é possível encarar a perda de gerações futuras, ou de potenciais lideres, com silêncio e indiferença”.
ecclesia

Diocese de Lamego: ordenação de quatro novos sacerdotes

O Ano Sacerdotal, para o qual Bento XVI convocou toda a Igreja, terá a sua conclusão assinalada, na Diocese de Lamego, com a ordenação de quatro novos sacerdotes e com a reunião do Conselho de Presbíteros.
As ordenações sacerdotais serão no próximo Domingo, 20 de Junho, com início pelas 16h00 na Sé de Lamego, e serão presididas pelo Bispo da Diocese, D. Jacinto Botelho que, nos 10 anos que leva à frente dos destinos da Diocese, ordenou, até agora, 20 sacerdotes.
Os novos 4 sacerdotes da Diocese de Lamego serão: André Filipe Mendes Pereira, da paróquia de S. Joaninho, concelho de Castro Daire; António Jorge Gomes Giroto, de Mós, Paróquia de Parada de Ester, concelho de Castro Daire; Bernardo Maria Furtado de Mendonça Gago de Magalhães, da Paróquia de Carvalhido, concelho do Porto; José Filipe Mendes Pereira, da Paróquia de Nespereira, concelho de Cinfães.
O Conselho de Presbíteros da Diocese de Lamego terá lugar no próximo dia 25 de Junho, na Casa de S. José, em Lamego, e na agenda da reunião estão vários temas, entre os quais a futura organização administrativa dos espaços pastorais na Diocese.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

As suas dúvidas...

- Senhor Padre, pode-me esclarecer aqui duas dúvidas? - perguntava aquele pessoa hoje ao fim da Eucaristia.
- Se souber... - respondi-lhe.
- É assim. O Zé e a Maria casaram catolicamente. Passados uns anos, recorreram ao divórcio civil e cada um seguiu a sua vida. O certo é que, algum tempo depois, o Zé faleceu. Será que a Maria se pode casar catolicamente outra vez?
- Pode- respondi eu. - Embora divorciados civilmente, pela Igreja continuavam casados. Se ele morreu, ela ficou viúva, pelo que pode casar catolicamente outra vez se o entender. Claro, se este segundo parceiro que ele escolheu estiver livre para o fazer.

- Então qual é a segunda dúvida? - Insisti.
- O António e a Joana casaram catolicamente. Mas passado um tempo divorciaram-se civilmente. Só que ela levou a sua vida certinha, fazendo uma vida como se fosse solteira e boa rapariga. Ele voltou a casar civilmente. Então nenhum deles pode ser padrinho de baptismo?
- A pessoa que por razões que surgiram dentro do seu casamento de ordem emocional, espiritual e porventura física que tornaram perigosa e impossível a vida em comum e que optou por uma separação legal, isto é, pelo Divórcio Civil, perante a Igreja é como uma pessoa livre que continua com as mesmas obrigações cristãs e com os mesmos direitos.
Pode abeirar-se do Sacramento da Reconciliação para pedir o perdão dos seus pecados pessoais e pode receber a Sagrada Comunhão, etc.
A pessoa que casou canonicamente e se Divorciou Civilmente e que depois voltou a casar Civilmente, (porque o não pode fazer canonicamente), fica com as mesmas obrigações para com a Igreja, mas fica numa situação de irregularidade, (situação objectivamente contrária à Lei de Deus), pelo que não pode confessar-se nem comungar, nem ser padrinho ou madrinha no Sacramento do Baptismo.
Fica assim na mesma situação das pessoas que vivem maritalmente sem serem casadas canonicamente, e das pessoas que casaram apenas civilmente.

Nova sondagem

"VERÃO, TEMPO DE FESTAS"
Peço-lhe que responda à nova sondagem que se encontra abaixo, podendo dar respostas múltiplas.
Obrigado.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Livro da Verdade 5: a Sagrada Escritura

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Evangelho segundo São Marcos
- Marcos, seguidor de Pedro e também de Paulo. São Marcos escreveu o seu Evangelho com a finalidade de responder à pergunta:
“Quem é Jesus”? Porém, o Evangelista não responde, ele apenas relata a actividade de Jesus, deixando que o leitor chegue por si mesmo á conclusão de que Jesus é o Messias, o Filho de Deus (1,1;8;29;14;61;15;39).
O livro de São Marcos é apenas o começo da Boa Noticia (1,1).

Evangelho segundo São Lucas
– Lucas, seguidor de Paulo. São Lucas apresenta o caminho de Jesus como caminho que inicia o processo de libertação na história, e por isso realiza uma nova história: a história dos pobres e oprimidos que buscam um mundo mais justo e mais humano.
O ápice do terceiro Evangelho está nas palavras de Jesus na cruz “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito” (23,46).
A morte de Jesus é a consequência da sua vida e actividade voltada para os pobres e oprimidos, provocando toda a violência do sistema baseado na riqueza e no poder.
Mas a morte é também a libertação, e Jesus faz da Sua vida e morte um acto de humilde entrega a Deus.

Evangelho segundo São João
– João, pescador e Apóstolo.
O evangelho de São João é uma espécie de meditação que visa despertar e alimentar a Fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, a fim de que os homens tenham vida (20,30-31).
Deus ama os homens e quer dar-lhes vida. Jesus revela esse amor e realiza a vontade do Pai, dando a Sua vida em favor dos homens.
São João procura mostrá-lo através dos sete sinais que apresenta na 1ª parte do Evangelho, salientando a importância do compromisso da Fé. Na 2ª parte salienta a importância do Amor e narra o supremo sinal: O regresso de Jesus ao Pai, através da morte e ressurreição…
(continua)

Perdão é liberdade



domingo, 13 de junho de 2010

Cristãos e Eucaristia

Sem o domingo
– isto é, sem a participação na Eucaristia –
não podemos viver
Está a terminar o ano de catequese paroquial. E as celebrações da Eucaristia vão ressentir-se disso. As igrejas ficam mais vazias, pois muitos pais ainda não entenderam o valor da Missa.

A diminuição de cristãos que praticam o domingo participando na Eucaristia vem-se acentuando nas últimas décadas. Sabendo embora que muitos não participam porque não podem, muitos outros dão-se ao desleixo ou pura e simplesmente desconhecem que participar na Eucaristia de Domingo é algo de essencial na vida cristã. Objectivamente, nenhum cristão abandona esta dimensão do domingo (celebrar o seu Senhor ressuscitado, unido à comunidade cristã, pela participação activa e comprometida na Eucaristia) sem renunciar à sua identidade e à sua fé. Por isso, praticar o domingo foi sempre, desde os primórdios do Cristianismo, a marca distintiva dos fiéis – ao ponto de muitos terem dado a vida pelo direito a fazê-lo, celebrando a Eucaristia, pois, diziam, «sem o domingo – isto é, sem a participação na Eucaristia – não podemos viver».
Nas Confissões (VIII, 2), Santo Agostinho narra como aconteceu a conversão do grande orador e filósofo romano Victorino. Ao converter-se à verdade do cristianismo, dizia ao sacerdote Simpliciano: «Agora sou cristão».
Simpliciano porém dizia-lhe: «Não creio que sejas cristão até ver-te na igreja de Cristo». O outro lhe perguntou: «Então, são as paredes que nos tornam cristãos?».

E o tema ficou no ar. Mas um dia Victorino leu no Evangelho a palavra de Cristo:
«Quem se envergonha de mim e das minhas palavras, desse se envergonhará o Filho do homem». Compreendeu que o respeito humano, o medo do que pudessem dizer os seus colegas, o impedia de ir à igreja.
Foi visitar Simpliciano e disse-lhe: «Vamos à igreja, quero tornar-me cristão».

Creio que esta história tem algo a dizer hoje a muitas pessoas que se dizem cristãs – e alguns até se dizem mesmo praticantes – e não participam da Eucaristia. Se não podem ao domingo, façam-no ao menos num dos dias de semana. Só está dispensado quem não pode mesmo.
In O Amigo do Povo

Paróquia de Tarouca e os Santos Populares



Nesta comunidade, venerados os três "Santos Populares" de Junho.
Santo António, em Arguedeira, neste dia treze; Santo António e São João Baptista, em Gondomar, em treze e vinte e sete deste mês; São Pedro, Padroeiro da Paróquia, em 29 de Junho.
Esperamos que as festas decorram em clima de paz, alegria, acolhimento e proximidade entre as gentes.
Esperamos que, sendo festas religiosas, as pessoas as celebrem como tal, participando com serenidade, alegria e respeito nas Eucaristias e nas procissões.
Boas festas para todos.

sábado, 12 de junho de 2010

Mundial de Futebol é uma oportunidade para toda a África


O jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, assinalou o início do Campeonato do Mundo de Futebol 2010, esta Sexta-feira, considerando que o evento é “uma oportunidade para todo o continente africano”.
A respeito do Mundial da África do Sul, o quotidiano lembra que “o desporto pode incidir sobre toda a sociedade”, promovendo mudanças significativas, como aconteceu nesse país em 1995, aquando do Campeonato do Mundo de Râguebi.
“Quinze anos depois, ainda graças ao desporto, oferece-se à África do Sul uma oportunidade ainda mais importante”, assinala o artigo, deixando votos de que o Mundial dê “um novo impulso ao caminho da reconciliação”.
Para o “Osservatore Romano”, esta competição “representa um desafio para todo o continente africano, para demonstrar ao mundo que tem a capacidade de organizar um evento planetário”.
“Se este Mundial de Futebol servir para que o resto do mundo – sobretudo o chamado norte desenvolvido – vá para além do evento desportivo e compreenda melhor a África, com os seus problemas e potencialidades, para lá dos estereótipos e preconceitos, então terá sido atingido um objectivo importante”, conclui o artigo.
ecclesia

13 de Junho - Santo António de Lisboa

Catequese do Papa:
Santo Antônio, o grande pregador

Nota da redacção: Em tempos de Santos Populares e diante do primeiro, Santo António, escutemos o que diz o Papa sobre o Grande Pregador de Lisboa e de Pádua. A reflexão é muito interessante e vem repor-nos o caminho da verdadeira adoração, porque os tempos que correm estão cheios de idolatria e o culto centra-se em imagens, em pessoas e objectos puramente mundanos. É urgente retomar o caminho da pregação que nos centra na contemplação do Mistério de Deus e na relação pessoal, íntima com esse Mistério insondável. É mandamento antigo, mas sempre actual: «Adorar a Deus sobre todas as coisas», aliás, princípio retificado várias vezes por Jesus Cristo nos Evangelhos. Esta verdadeira adoração parte do Homem vivo (como nos ensinam vários Padres da Igreja), onde está Deus presente na História. Mas, sobre tudo isto, escutemos a reflexão do Papa…

Algumas passagens da Intervenção na audiência geral

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Sala Paulo VI para a audiência geral.

Nos “Sermões”, ele fala da oração como uma relação de amor, que conduz o homem a conversar docemente com o Senhor, criando uma alegria inefável, que envolve suavemente a alma em oração. António nos recorda que a oração precisa de uma atmosfera de silêncio, que não coincide com o afastamento do barulho externo, mas é experiência interior, que procura evitar as distrações provocadas pelas preocupações da alma. Segundo o ensinamento deste insigne Doutor franciscano, a oração se compõe de quatro atitudes indispensáveis que, no latim de António, definem-se como: obsecratio, oratio, postulatio, gratiarum actio. Poderíamos traduzi-las assim: abrir com confiança o próprio coração a Deus, conversar afetuosamente com Ele, apresentar-lhe as próprias necessidades, louvá-lo e agradecer-lhe.
António escreve: “A caridade é a alma da fé, é o que a torna viva; sem o amor, a fé morre” (Sermões Dominicais e Festivos II).
No começo do século XIII, no contexto do renascimento das cidades e do florescimento do comércio, crescia o número de pessoas insensíveis às necessidades dos pobres. Por este motivo, António convidou os fiéis muitas vezes a pensar na verdadeira riqueza, a do coração, que, tornando-os bons e misericordiosos, leva-os a acumular tesouros para o céu. “Ó ricos – exorta – tornai-vos amigos (...); os pobres, acolhei-os em vossas casas: serão depois eles que os acolherão nos eternos tabernáculos, onde está a beleza da paz, a confiança da segurança e a opulenta quietude da saciedade eterna” (Ibid.).
Não seria este, queridos amigos, um ensinamento muito importante também hoje, quando a crise financeira e os graves desequilíbrios econômicos empobrecem muitas pessoas e criam condições de miséria? Em minha encíclica Caritas in veritate, recordo: “A economia tem necessidade da ética para o seu correcto funcionamento; não de uma ética qualquer, mas de uma ética amiga da pessoa” (n. 45). Que estas sejam uma apresentação eficaz da eterna beleza de Cristo, precisamente como recomendava Santo Antônio: “Se pregas Jesus, Ele amolece os corações duros; se o invocas, Ele adoça as amargas tentações; se pensas nele, ilumina-te o coração; se o lês, sacia-te a mente” (Sermões Dominicais e Festivos III).
Imagem tirada de: cpsantaluzia.blogspot.com

In http://jlrodrigues.blogspot.com/

Maior concelebração da história de Roma fechou ano sacerdotal

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Veja aqui,

sexta-feira, 11 de junho de 2010

11º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa.
Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimase enxugava-lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume.
Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora».
Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te».
Ele respondeu: «Fala, Mestre».
Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?»
Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou».
Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem».
E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos .Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama».
Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados».
Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?»
Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz».
Depois disso, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus com os seus bens.

Comentário
O dom das lágrimas
O padre Tolentino Mendonça explica o sentido das lágrimas neste episódio do Evangelho de Lucas do seguinte modo: «as suas lágrimas substituem a água da hospitalidade que faltou. «Pelas minhas lágrimas, eu conto uma história», explica Roland Barthes. Segundo aquele ensaísta as lágrimas são uma realidade tudo menos insignificante. Porque temos muitas formas de chorar e essas revelam não só a intensidade do nosso desgosto, mas também a natureza da nossa sensibilidade. Porque ao chorar, mesmo na mais estrita solidão, nos dirigimos a alguém: esforçamo-nos para o outro não ver que nós choramos, mas a verdade é que nós choramos sempre para um outro ver. Porque as lágrimas emprestam um realismo particular, dramático à expressão de nós próprios. Na tradição bíblica é muito comum que o pranto acorde no homem a consciência da dependência divina. Ele reconhece a sua insuficiência, a debilidade das suas seguranças e reclama a intervenção favorável e protectora de Deus (1 Samuel 1, 10; Lamentações 1, 16)».
Sobre o quadro em si diz o seguinte: «A mulher entra e sai em silêncio, mas o leitor sente que a sua passagem se revestiu de uma eloquência ímpar. Em vez de palavras ela utilizou uma linguagem plástica, talvez mais contundente que a verbal. Representou, como actriz solitária, no palco da casa do fariseu, o seu monólogo ferido: com o seu pranto prolongado, os cabelos a arrastar-se pelo chão do hóspede, numa coreografia humilde e lancinante, os beijos e o perfume que mais ninguém ali teve a preocupação de ofertar a Jesus. A qualidade penitencial do personagem é testemunhada pelo território simbólico em que ela opera, os pés de Jesus, sete vezes referidos, e pela convulsão da sua figura (pois ‘desatar o seu cabelo em presença do homem era considerado, para uma mulher, uma grande desonra’)».
Toda a liturgia deste domingo pretende revelar-nos um Deus de infinita bondade e de uma imensa misericórdia, que sempre detesta o pecado, mas ama o pecador, por isso, Ele multiplica sem condições a oferta da salvação. A descoberta de um Deus com estas qualidades, nasce o amor e a vontade de vivermos uma vida nova, integrada na Sua família.
Deste modo, a primeira leitura apresenta-nos, através da história do pecador David, um Deus que não aceita o pecado, mas que também não abandona o pecador que reconheça a sua falta e aceite o dom da misericórdia e do perdão.
Na segunda leitura, o Apóstolo Paulo garante-nos que a salvação é um dom gratuito que Deus oferece, não uma conquista humana. Para ter acesso a esse dom, não é fundamental cumprir ritos, leis humanas observadas escrupulosamente, mas, é preciso aderir a Jesus e identificar-se com o Cristo do amor e da entrega, é isso que conduz à vida plena.
Foi realmente essa grandeza manifestada à mulher pecadora que lavou os pés de Jesus com as suas lágrimas. O dom das lágrimas, após o arrependimento sincero, conduz à salvação.
http://jlrodrigues.blogspot.com/

Hoje, 11 de Junho, celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus


A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas da piedade eclesial, tal como refere recentemente o “Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia” da Congregação para o Culto Divino. Os Pontífices romanos têm salientado constantemente o sólido fundamento na Sagrada Escritura desta maravilhosa devoção.

Como consequência das aparições de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria Alacoque no mosteiro de Paray-le-Monial a partir de 1673, este culto teve um incremento notável e adquiriu a sua feição hoje conhecida. Nenhuma outra comunicação divina, fora as da Sagrada Escritura, receberam tantas aprovações e estímulos da parte do Magistério da Igreja como esta.
Entre os documentos mestres nesta matéria encontramos a encíclica de Pio XII, Haurietis aquas, de 15 de Maio de 1956. Pio XII salienta que é o próprio Jesus que toma a iniciativa de nos apresentar o Seu Coração como fonte de restauração e de paz: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt. 11, 28-30)
Não é por acaso que as aparições a Santa Margarida Maria deram-se num momento crucial em que se pretendia afirmar secularização e que a devoção ao Sagrado Coração apareceu sempre como o mais característico de todos os movimentos que resistiram à descristianização da sociedade moderna.

"Do Coração de Jesus brotou «Sangue e Água», dois elementos da vida e do amor. Por isso, deixemos o nosso coração adaptar-se a essa realidade para que o nosso mundo se torne mais sorridente para todos. Vivamos esta verdade do Coração de Jesus (o Grande Amor pelo mundo) para que toda a realidade má à nossa volta seja vencida pela bondade que cada coração é capaz de gerar." ( O BANQUETE DA PALAVRA )

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Tarouca na Peregrinação Anual das Crianças a Fátima





Tema da Peregrinação: «Quereis oferecer-vos a Deus?»

Ao contrário do que tem sido hábito, este ano não pudemos ir na véspera, porque alguns catequizandos tinham tarefas relacionadas com a escola. Saímos às 5 horas, o que para mim significou uma noite completamente em claro.

A essa hora, fomos recebidos por uma chuva impertinente que se foi intensificando ao longo da viagem. Uma ou outra aberta que nos ia fazendo reacender a esperança de que o tempo ia melhorar, não obteve confirmação. O pequeno almoço aconteceu mesmo no autocarro.

Ao chegar a Fátima, chovia e temeu-se o pior. Felizmente o tempo foi melhorando e pudemos entrar na Basílica, ver a Capelinha das Aparições, caminhar até à Igreja da Santíssima Trindade onde teve lugar uma bela encenação sob o título "Jacinta, flor que sorri para o Céu" diante de um moldura humana impressionante (esmagoramente formada por crianças).
Viemos depois até ao recinto e ficamos muito pertinho do altar campal onde decorreu a parte central da peregrinação - a Eucaristia, presidida por D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, que sintonizou a sua breve e clara homilia em duas palavras: ESCUTAR E OFERECER. Foram duas horinhas ali! Não estava frio e duas ou três vezes fomos visitados por uns grossos pingos de água que fizeram erguer um gigantesco cogumelo de guarda-chuvas, felizmente sempre por pouco tempo.
Recebida a prenda que o Santuário sempre oferece aos pequenos, caminhámos para o autocarro, já com alguma chuva que só esperou que entrássemos no veículo para então descarregar toda a sua fúria. E lá tivemos nós que almoçar no autocarro...
A visita aos Valinhos, às casas dos pastorinhos e ao poço do Arneiro, bem como a compra de recordação e o sorver do gelado que lhes ofereci já decorreram sob uma temperatura amena e sem chuva.
Pelo caminho, visitámos o Mosteiro da Batalha e por lá lanchámos.
No regresso, cada criança e cada adulto presidiram a uma Avé-Maria e indicaram uma intenção. Interessante! A grande maioria dos pequenos não pediu nada a Nossa Senhora, apenas agradeceu. Como eles nos ensinam a rezar!!!
Apesar da chuva e de todos os contratempos que sempre provoca nestas situações, a viagem correu muito bem. Houve calma, alegria, correcção, compreensão, cooperação. O motorista foi simpatiquíssimo. Os catequistas inultrapassáveis em acompanhamento, dedicação, preocupação, orientação. Admirável a maneira como prepararam até ao pormenor toda a logística referente às refeições que senti que agradaram aos catequizandos. Os pequenos foram fantásticos. Em tudo.
O meu agradecimento a todos eles e às pessoas que fizeram ofertas para as refeições.
O Pároco

Igreja disponível para discutir redução de feriados

Veja aqui.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Um mártir do século XX

Li este livrinho na noite passada. Fora-me enviado pela “Fundação Ajuda à Igreja que Sofre”. Trata-se de uma pequena biografia de Jerzy Popieluszko.
Comecei a lê-lo para espicaçar a chegada do sono. Depois só consegui parar no fim.

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No passado Domingo, em Cracóvia, foi beatificado o sacerdote polaco Jerzy Popieluszko assassinado pelos serviços secretos do governo comunista da Polónia em 1984. Um mártir do século XX. Simbolicamente, a sua beatificação aconteceu no final do Ano Sacerdotal convocado por Bento XVI.

Numa época em que o Comunismo consolidava o seu poder vitorioso sobre a Polónia, em 1947, Jerzy Popieluszko nascia numa família de camponeses. Cerca de quarenta anos depois, quando o comunismo europeu começava a desagregar-se, o seu corpo mutilado foi lançado ao rio Wisla.
Chamavam-no “a consciência do povo”. E, no entanto, Jerzy Popieluszko era apenas um jovem capelão de uma aldeia desconhecida: Okopy, perto de Suchowola.
Trabalha com crianças e jovens e, em 1980, com a idade que Cristo tinha ao morrer, empenha-se no movimento operário polaco, prega justiça social e patriotismo, celebra uma grande missa para soldadores em greve no recinto da sua fábrica.
A partir daí, fica na mira dos serviços secretos. É vigiado e ameaçado por eles; sucedem-se os acidentes de automóvel de que é vítima, instauram-lhe um processo, assaltam e vandalizam-lhe a casa. O capelão mantém-se firme. Por fim, na noite de 19 de Outubro de 1984, é raptado, torturado e afogado.
Mas a consciência não morre. O seu enterro transforma-se numa manifestação. Milhares de pessoas, incluindo os pais, participam profundamente desgostosos. Para todos é evidente: o Padre Jerzy sacrificou a sua vida pela verdade.
No início do processo de beatificação pode ler-se: “A morte dele abre-nos os olhos: os olhos do nosso coração, do nosso entendimento, da nossa fé”. Mesmo depois de morto, fala às consciências.
Entre milhões de peregrinos que veneraram a memória do mártir, houve alguém muito especial que visitou o túmulo do Pe. Jerzy no dia 14 de Junho de 1987. Era do conhecimento geral que João Paulo II desejava rezar junto do túmulo do Pe. Popieluszko durante a sua visita à Polónia. Inúmeras referências aos ensinamentos e exemplo do Pe. Popieluszko, presentes nas homilias do Santo Padre, não deixam dúvidas acerca da sua estima pelo sacerdote martirizado.

Este padre jovem e simples viveu na sua própria carne o apelo de Cristo a amar os inimigos e a vencer o mal com o bem com uma coragem que ia para além das suas forças.
A terrível memória da violência totalitária dos tempos modernos apenas se pode superar com a esperança irresistível que a vitória da Verdade, Cristo crucificado, traz ao mundo de hoje.
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Vale a pena ler este livrinho.
Numa sociedade à deriva em que as pessoas, como borboletas tontas, buscam desesperadamente o sensacionalismo, se rebolam no supérfluo, correm em busca de miragens, se distraem do essencial, se afogam no prazer em que querem nadar, fabricam continuamente ídolos que veneram, eis um jovem fantástico que nos revela que a vida só tem sentido quando vivida ao serviço da verdade, do bem e do próximo.

Deus não quer as nossas sobras ...

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«Deus não quer as nossas sobras mas está antes à espera que lhe demos tudo o que temos e somos» - D. Jorge Ortiga

segunda-feira, 7 de junho de 2010

AINDA HÁ QUEM AGRADEÇA!

AO TERMINAR O ANO SACERDOTAL:

Em momentos da nossa vida, pudemos contar com um Padre!

Eles precisam de saber que podem contar connosco!

Tenhamo-los presentes na nossa oração, no nosso acolhimento, na nossa ajuda!

domingo, 6 de junho de 2010

Neste Ano Sacerdotal, o que pensa da acção do padre?

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- É um "parasita" da sociedade. - 0%
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- É alguém muito solitário. - 6%

- Não concordo com o celibato. - 13%

- Tem excesso de afazeres. - 26%

- Devia abrir-se mais à sociedade. - 13%

- Os leigos participam pouco na vida da Igreja.
- 20%

- Deve ser, acima de tudo, uma pessoa de oração. - 13%

- Deve ser menos autoritário e mais dialogante. - 20%

- Deve impor um ritmo à paróquia mesmo que isso lhe traga problemas. - 26%

- Deve ser mais humano e compreensivo.
- 20%

- Deve confiar mais nos leigos e respeitar as suas competências. - 6%

- É preciso que se preocupe, sobretudo, com os que andam afastados.
- 20%

- Que se preocupe, acima de tudo, com a oração e a pregação.
- 20%

- Os leigos exigem muito, mas participam e acolhem pouco.
- 26%

Muito obrigado a todos os visitantes que ofereceram a sua colaboração, respondendo ao inquérito.
A colaboração dos visitantes é sempre importante num blog que é de todos.

Breve comentário
1. Os três itens mais votados foram estes:
- Tem excesso de afazeres.
- Deve impor um ritmo à paróquia mesmo que isso lhe traga problemas.
- Os leigos exigem muito, mas participam e acolhem pouco.
Concordo. Vivemos ainda muito um espírito clerical dentro da Igreja, estilo "padre-galinha". Algumas vezes, por culpa do padre que acha que deve fazer tudo, não confia nos leigos. A maioria das vezes, porque os leigos não se assumem, não perceberam ou não querem perceber a sua função na Igreja e no mundo.
Como líder da comunidade, embora sempre atento ao espírito da comunhão eclesial, o padre não pode ficar refém de críticas oportunistas, destituídas de fundamentação ou perversas. Não se pode deixar tolher pelo medo da inovação, pelo peso das tradições ou pelo populismo barato. Na expressão evangélica, é "preciso lançar a mão ao arado". Ousadia profética, pastoral e caritativa precisam-se.
Por último, é interessante este facto: os leigos exigem muito, mas participam e acolhem pouco. Às vezes fica a ideia de que preferem o centralismo eclesial à vivência da comunhão, isto é, preferem uma Igreja onde o padre faz tudo a uma Igreja onde cada baptizado exerce a sua função. Até porque assim é mais fácil criticar, o alvo é mais perceptível...
Depois os cristãos ou muitos e muitos deles só se lembram do padre quando precisam, muito pouco quando ele precisa. Quem se importa com a solidão do padre? Quem se importa se ele tem ou não saúde, se tem ou não problemas?
--
2. Um item especial:
É preciso que se preocupe, sobretudo, com os que andam afastados.
Não é só o padre que tem que se preocupar com os que andam afastados. SOMOS TODOS! Mesmo TODOS!
Subjacente ao voto neste item, não estará a ideia de que o padre é que é a Igreja? De que é a ele que pertence ser apóstolo? De que é a ele que pertence chamar os afastados? Mas isto é clericalismo puro e duro. Essa não é a Igreja do Vaticano II.
Igreja são todos os que acreditam em Jesus Cristo e n'Ele foram baptizados. Logo todo o baptizado é um enviado!!!
Ainda há pouco tivemos uma experiência bem ilustrativa nesta paróquia. Refiro-me à acção "Eucaristia com famílias." Onde os leigos trabalharam, convidaram, deram o corpo ao manifesto: imensa gente. Onde os leigos ficaram "nas covas" e não trabalharam, pouca gente.
Querem melhor prova da fundamentalidade do trabalho dos leigos?

Festas em Honra de São Pedro - Tarouca 2010

Veja aqui o programa.

sábado, 5 de junho de 2010

O Anjo de Varsóvia


Há dias ouvi uma reportagem sobre o campo de concentração nazi – Auschwitz – onde os estudantes portugueses puderam dizer sobre o que sentiram ao visitar aquele lugar. E isto trouxe-me à memória a malvadez daquele sistema ideológico mas também a heroicidade dos que se lhe opuseram.
Por exemplo, Irene Sendler. Esta mulher era enfermeira quando os Nazis ocuparam Varsóvia e iniciaram a perseguição sistemática dos judeus. Começou a sua actividade de resistência ao falsificar documentos para possibilitar a judeus necessitados de continuar a beneficiar da segurança social. Em 1940, após o internamento dos judeus no gueto de Varsóvia, isso deixou de ser possível. Sendler e as suas colegas conseguiram então arranjar documentos que as autorizavam a visitar o gueto regularmente, como técnicas de saúde, devido ao medo que os nazis tinham de epidemias, para quais as condições no gueto eram obviamente propícias.
Quando em 1942 começou a deportação de todos os judeus de Varsóvia para os campos de extermínio, Irene Sendler, juntamente com outras pessoas reunidas no «Zegota» – «Conselho para ajuda aos judeus» –, começou clandestinamente a tirar crianças do gueto para as confiar a casais cristãos que fingiam ser seus pais.
Desta forma, começou o grande salvamento. A maioria era trasladada em ambulância. Escondiam-nas no fundo, cobertas de trapos ensanguentados ou metidas em sacos. Outras foram em camiões de lixo. As maiores eram levadas à igreja do gueto: daí saíam com novos pais a quem eram depois confiadas. Mas fez um registo dos seus pais verdadeiros que enterrou em frascos de vidro.Detida e torturada, sofreu a fractura de um braço e de ambas as pernas; contudo nunca disse uma palavra. Foi condenada à morte, mas antes de ser fuzilada, a organização judia «Zegota» pagou uma forte soma a um oficial da Gestapo para a fazer passar por morta.
Entrou na clandestinidade mas nunca deixou de ajudar os que precisavam.
Em 1965 foi homenageada por Israel, em Yad Vashem, como uma "justa entre os povos". Mas o regime comunista da Polónia nunca lhe ligou muito pois era católica e não comunista. Só depois de vencido o comunismo é que foi trazida para a ribalta.
In O Amigo do Povo

10º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe.Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.

Ser profeta hoje
A dimensão profética percorre a liturgia da Palavra deste domingo, em Elias, o profeta da esperança e da vida, em Paulo, o profeta do Evangelho recebido de Deus, e, particularmente, em Jesus, o grande profeta que visita o seu povo em atitude de total oblação e que estende os seus braços imensos para abraçar todos e cada um de nós. Porque, para Deus, ao contrário da humanidade, cada pessoa, é sempre o seu maior tesouro.
Mas, o que é ser profeta hoje, na vida concreta de cada um?

- Ser profeta hoje passa pelo sentir-se interpelado pela realidade, se acredita em Deus, sentirá Dele um apelo, um chamamento e depois estará disponível para receber uma missão, ser enviado/a por Deus ao mundo. Deus serve-se de muitas formas para chamar, um sonho, uma leitura, um acontecimento, um sinal qualquer… Às vezes descobre-se o seu apelo no rosto de um pobre ou de um escravo de vícios; outras vezes, nas páginas dos jornais; outras, nas necessidades da Igreja ou da sociedade; outras, nos acontecimentos turbulentos do presente; outras, mais simplesmente, nas palavras de um amigo e de uma pessoa de referência. É preciso estar atento. Porém, resta saber que o ser profeta, é estar marcado/a por uma série de experiências duras, a solidão, a angústia, o sofrimento, a crise, a rejeição e a incompreensão. Mas, ser fiel sempre à missão de Deus, mesmo quando, com essa atitude, o profeta será abandonado, rejeitado, incompreendido e muitas vezes ferido com a calúnia. Ora, trata-se de assumir a vida como um risco com a firme certeza de que Deus não faltará com a Sua presença fiel. O Evangelho ensina que ninguém é profeta na sua terra. Mas é na terra, no espaço concreto da nossa vida, na família, na escola, no trabalho, na comunidade, na Igreja... Que a profecia deve ser anunciada. Com coragem, com desassombro. O ser profeta, é isso mesmo, anunciar a Boa Notícia da Salvação como realidade sempre nova para todos. O profeta faz ressoar a Palavra de Deus de forma sempre nova como proposta de libertação diante da injustiça e do sofrimento. No fundo, devemos dizer que o profeta é aquele que não se cala nem se acomoda ao dinheiro, ao luxo, aos cargos, aos títulos honoríficos, numa palavra, a nada que seja deste mundo… Mas, antes de forma desinteressada fala e vive em nome de uma causa fraterna, sobre a qual Jesus nos deu o maior exemplo.
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