Neste 1º Domingo da Quaresma 2010, esta comunidade cristã assumiu dois compromissos:
- Rezar todos os dias a Oração da Quaresma em FAMÍLIA.
- Conversão pessoal. Cada um, olhando para dentro de si, assumiu diante do Senhor, no segredo que só Deus vê, mudar algo na sua vida. Assim como não se sobe de uma só conchada o escadório dos Remédios, também ninguém consegue mudar tudo de uma vez na sua vida. A vida espiritual sobe-se degrau a degrau. Sempre confiando na perspectiva de Deus que premeia mais o esforço feito do que os êxitos alcançados.
Impressionou-me a adesão pública da comunidade à proposta que lancei sobre a Oração da Quaresma em Família a seguir ao jantar. E mais: se algum dia, por esquecimento ou outro motivo, ela não for rezada, no dia seguinte é rezada duas vezes! Aquele SIM unânime pronunciado bem alto marcou-me.
Claro que tive que escolher a oração que resumisse a essência da Quaresma. Claro que tive que a fotocopiar e mandar distribuir por cada pessoa. Mas valeu a pena!
Tantas vezes que a nossa pregação é tão teórica! Tantas vezes que fica pela interpretação bíblica ou pela análise teológica! Tantas vezes que se detém pela moral ou pela dissecação social! Tantas vezes que é meramente reactiva e nada ou pouco tem de prospectiva!
As pessoas precisas de referências concretas, de propostas concretas, de ideias que assimilem e entendam. Enfim, de um cristianismo encarnado. Só assim se sentem mobilizadas e comprometidas. Só assim aderem.
Vai longe o tempo em que o "Sermão" era um espectáculo. O bom pregador tinha que falar alto, modelar a voz durante o discurso, explorar o sentimentalismo. "Padre que não fizesse chorar a assembleia, não era bom pregador". Mas quando se perguntava às pessoas o que dissera o pregador, elas respondiam: "Não sei, mas que falou bem, falou!"
Hoje, esse barroquismo oratório passou à História. Não se grita na pregação, fala-se calmamente (eu nem sempre, reconheço! Ihihih), evita-se o gongorismo. Mas será que as pessoas nos ouvem? Será que "apanhamos" a assembleia? Ou agora em vez de chorarem como antigamente, "batem" uma valente soneca? Ou vagueiam mentalmente por outros assuntos? Ou abrem a boca porque daquilo não percebem nada?
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