D. Hermínia de Jesus foi durante mais de duas décadas responsável pela Capela de Arguedeira.
Apesar da sua vida familiar, nunca deixou de cuidar com esmero da Capela de Santo António. Sempre atenta, sabia receber as pessoas e aparecia na hora certa para as cerimónias religiosas marcadas para aquele templo.
Era de uma disponibilidade fantástica. Nunca se refugiava nos seus afazeres para se desculpar ou empurrar os serviços para outrem. Era preciso fazer a cobrança do jornal Sopé da Montanha em Arguedeira? Estou aqui. Era preciso representar a sua povoação no GASPTA? Estou aqui. Era precisa uma zeladora da Associação do Sagrado Coração de Jesus? Estou aqui.
No momento em que a saúde de seu falecido marido se deteriorou e exigiu a presença continuada da esposa junto dele, apareceu com lágrimas nos olhos:
- Custa-me muito, mas não posso continuar, senhor padre! Peço-lhe que arranje alguém para me substituir nas minhas tarefas. O meu marido precisa de todo o meu tempo.
Hoje na Eucaristia em Arguedeira, os seus conterrâneos quiseram manifestar-lhe toda a gratidão e apreço pelo serviço doado àquele povo. Em nome de todos, o pároco disse uma palavra explicativa e entregou a D. Hermínia uma pequena lembrança que vale mais pelo que significa do que pelo seu valor real.
Foi um momento muito bonito, sóbrio mas carregado de significado. É que a gratidão é a memória do coração.
Esta atitude é tanto mais bela porque saiu espontaneamente de pessoas de Arguedeira que se quotizaram para a prendinha que foi oferecida à homenageada.
Fiquei feliz com o povo e seu gesto. Fiquei feliz por ver que a gratidão ainda está viva e sentida entre as pessoas.
Obrigado, D. Hermínia. Por tudo. Por tanto.
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