no qual relembramos e revivemos
os Mistérios da História da Salvação.
NATAL e PÁSCOA centralizam as celebrações,
que são vividas em três momentos: antes, durante e depois...
Nesse Ano A, o Evangelho de Mateus terá uma atenção especial.
Nas duas primeiras semanas do Advento, vigilantes e alertados, esperamos a vinda definitiva e gloriosa do Cristo Salvador, e nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, preparamos mais especialmente o seu nascimento em Belém.
A Liturgia de hoje é um veemente apelo à VIGILÂNCIA, para acolher os Sinais de Deus.
Na 1ª Leitura, ISAÍAS profetiza a vinda de um descendente de David, que trará justiça e paz para o seu povo. (Is 2,1-5)
É um dos oráculos mais bonitos de todo do Antigo Testamento.
Encarna a espera do Antigo Testamento e o Advento pré-cristão.
A um povo que vivia uma situação dramática de perigo de guerra, anuncia um futuro maravilhoso: fala de uma era messiânica, na qual todos os povos acorrerão a Jerusalém para adorar o único Deus.
As armas se transformarão em instrumentos pacíficos de trabalho e de vida.
* O sonho do profeta começa a realizar-se em Jesus, mas estamos ainda muito longe dessa terra de justiça e de paz...
- O que podemos fazer para que o sonho de Isaías se concretize?
Na 2a Leitura, Paulo convida-nos a "acordar" para descobrir os sinais do novo dia que já raiou
e caminhar ao encontro da Salvação, deixando as obras das trevas e vestindo as armas da LUZ. (Rm 13,11-14)
O Evangelho é um apelo a uma VIGILÂNCIA permanente, para reconhecer o Senhor na sua chegada.
Será assim a realização do sonho do Profeta. (Mt 24,37-44)
Para transmitir essa mensagem, Jesus usa três quadros:
- O 1º Quadro é da humanidade na época de Noé:
Os homens viviam, então, numa alegre inconsciência, preocupados apenas em gozar a sua "vidinha" descomprometida.
Quando o dilúvio chegou, apanhou-os de surpresa e despreparados.
- O 2º Quadro fala dos trabalhos da vida quotidiana: podem levar-nos a negligenciar a preparação da Vinda do Senhor.
- O 3º Quadro coloca o exemplo do dono de uma casa, que adormece e deixa a sua casa ser roubada pelo ladrão.
+ O que significa "estar vigilante"?
- Será apenas estar sem pecado... para não ir para o inferno?
- Ou acolher as oportunidades de salvação, que Deus nos oferece?
Jesus continua vindo, para nos salvar e nos trazer a felicidade.
E nós temos que estar sempre atentos para perceber cada vinda sua.
Ele está presente nas palavras de quem nos orienta para o bem, nos gestos de amor dos irmãos, no esforço de quem se sacrifica para construir um mundo mais justo e fraterno.
Hoje, devido ao medo provocado pelo desemprego, fome e violência, assistimos ao fenômeno da busca de refúgio no sagrado.
Mas o excesso de alegria de certas práticas religiosas sem compromisso pode tirar-nos a possibilidade de perceber a chegada do Senhor.
- As celebrações festivas fazem-nos mais vigilantes, mais acordados para a realidade que temos a obrigação de transformar ou funcionam como sonífero, que nos impedem de ver a chegada
daquele que vem sem aviso prévio?
+ Motivos que impedem o acolhimento do Senhor que vem:
- Prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada... No domingo, dorme... passeia... pratica desporto... mas não sobra tempo para celebrar a sua fé na Comunidade...
- Trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde...
- Desatenção: o distraído não vê o Cristo, presente na pessoa sofredora... Acha que não é problema seu... é do governo... da Igreja...
+ Na minha vida, o que mais me distrai do essencial e me impede tantas vezes de estar atento ao Senhor que vem?
+ Como desejo preparar-me para o Natal desse ano?
- Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
- Ou numa atitude humilde e vigilante, a esse Cristo que vem?
- Rezo em Família?
- Que PAZ desejo construir?
Nesta quadra de Advento só quero enumerar quatro virtudes. Explicitar, semanalmente, uma delas pode criar uma mentalidade que ajudará a enfrentar os tempos difíceis.
1 – Temperança: nasce duma sensibilidade capaz de estabelecer uma justa ordem entre a satisfação pessoal através do que é necessário e do que é facultativo.
Não estaremos presos a teias de coisas que consideramos imprescindíveis e não o são?
2 – Sobriedade: leva a considerar que o excesso pode ser prejudicial à saúde e, em muitos casos, torna-se um insulto a quem não consegue o mínimo.
Não haverá excessos verdadeiramente prejudiciais e que controlados poderiam ser ajuda fraterna?
3 – Abstinência: vista como moderação no comer, estabelece uma ordem sadia com benefícios para uma qualidade de vida.
Não encontraremos apegos desmesurados a gostos e prazeres que podem e devem ser evitados? 2
4 – Auto-domínio: controla as pressões que surgem de todo o lado e podem escravizar impondo hábitos e rotinas prejudiciais à vida familiar e pessoal.
Não nos encontraremos presos a rotinas impensadas que nos tornam meros imitadores sem reflexão prévia capaz de justificar as atitudes?
Caminhando nas exigências destas virtudes, não encontramos nelas um fim absoluto. Ajudam-nos a criar uma vida mais sóbria e a exercitar a partilha.
D. Jorge Ortiga
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