24 de Novembro. Greve Geral. Muitos portugueses não foram trabalhar hoje. Foi uma forma de protesto e motivos não faltam para protestar. Perderam um dia de ordenado que a muitos faz imensa falta, mas havia motivos maiores...
Há outras greves, muitas vezes silenciosas. Não contra patrões ou governo. Não por melhores condições de trabalho ou por regalias conquistadas.
Há as greves contra Deus!
- Cristãos que de segunda a domingo, de Janeiro a Janeiro, nunca se lembram de Deus. Alguns só se lembram na "hora das apertadinhas".
- Deus que tudo dá e nada tira é esquecido. Não há tempo nem disponibilidade para louvar, agradecer, bendizer e adorar. Quando muito, sobra um bocadinho de tempo para a pedinchice!
- Não há tempo para o silêncio, para a escuta, para a Palavra.
- Não há tempo para aprofundar as razões de acreditar. Por isso a fé permanece infantil, apenas sustentada com o que aprendemos na catequese. E uma fé infantil não resistirá aos desafios do tempo...
- Não há lugar para os valores do Evangelho. Por isso, muitos cristãos navegam nas modas do tempo, no política e sociologicamente correcto. Falta força e coragem para navegar contra a maré.
- Não há tempo para a comunidade celebrante, para a comunidade caritativa, para a comunidade pastoral. Por isso sobram lugares vazios e vazios de compromisso.
- Esgota-se até ao tutano o argumento: "Eu cá tenho a minha fé." Se a fé é uma adesão pessoal a Cristo, essa adesão vive-se na comunidade, com a comunidade, pela comunidade. Sem a comunidade, o cristão é um órfão.
E Deus, que nunca faz greve de nós, continua à espera, sem fazer barulho. Continua a amar-nos mesmo quando O esquecemos, O abandonamos, O desprezamos.
Segredos de que só um Amor Infinito é capaz.
Até quando abusaremos deste Amor oferente?!
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