Ex-colônia da França, primeira república liderada por negros no mundo e primeiro estado do Caribe a obter sua independência, o Haiti divide a ilha de Hispaniola, no Caribe, com a República Dominicana. Mas várias decadas de ditaduras violentas e corruptas, como as de François "Papa Doc" Duvalier e de seu filho, Jean-Claude, o "Baby Doc", tornaram o país o mais pobre das Américas, com uma população miserável e sem perspectivas.
O Sismo
No passado dia 12 deste mês, um sismo de 7.0 rasgou o coração do país mais pobre do hemisfério ocidental e a ajuda humanitária terá de ser massiva. Informação oficial das baixas: "Bastante mais de 100 mil mortos". Entre os portugueses há pelo menos um ferido, com uma perna fracturada.
"Andar na rua é caminhar sobre cadáveres. O meu país deixou de existir" - e Elisabeth calou-se. René, o marido, socorreu-a: "O Parlamento ruiu, o hospital central ruiu, prisões ruíram, escolas ficaram reduzidas a restos de pó. Há escolas cheias de cadáveres..."
O Palácio Presidencial, conhecido como Casa Branca, aluiu, as colunas quebradas, todo ele amochou como papel. "Imagem agora como ficaram as nossas pobres casas", comentou Jean-Baptiste, da Cruz Vermelha haitiana: "É inimaginável. Há demasiadas pessoas a precisar de ajuda. Temos falta de tudo, até de sacos de mortos".
É o número desesperado da Cruz Vermelha Internacional, que pede "ajuda massiva": três milhões afectados pelo sismo, o mais grave da história do país mais pobre do hemisfério ocidental. O número de mortos, com milhares de desaparecidos, soterrados, é incalculável. "Não sabemos quantos de nós pereceram. Falaram em 50 mil", disse o presidente Préval. Jean-Max Bellerive, primeiro-ministro, apontara estimativa pior: 100 mil.
Fonte: Jornal de Notícias
A solidariedade
O mundo mobiliza-se para ajudar. Felizmente.Difícil, neste momento, é fazer chegar a ajuda. Aeroporto pequenino, vias e estradas desfeitas. E há milhões à espera. Aflitivamente. Nem água têm.
Só temo que a solidariedade tenha o rosto da psicologia do nosso tempo: o imediatismo. E que passados uns tempos curtos, tudo se esqueça. Aquele paupérrimo país que o sismo tornou miserável, não pode nunca ser abandonado. Há que ajudar, ser fraterno, não só no barulho da novidade mas também no silêncio da dor.
Faremos oportunamente o nosso peditório paroquial para ajudar estes irmãos. Não são pedras amontoadas, SÃO PESSOAS DESTROÇADAS!!!
O Calvário
A primeira imagem que me veio à cabeça ao ver a reportagem televisiva sobre a catástrofe no Haiti foi a do Calvário onde o Justo ofereceu a Sua vida pelos pecadores, por todos nós.
A cruz estava lá. Viva, real, exposta. Em cada irmão morto, em cada família destroçada, em cada ferido, em cada casa destruída, em cada rua desfeita.
E vi Cristo sofrendo nos que sofrem e morrendo nos que morrem.
Vamos ser cireneus?
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