-Neste imenso mar que é o mundo digital, Jesus desafia-nos a lançar as redes, sem medo, e sem desfalecer, para que muitas pessoas, nos dias de hoje, continuem a conhecê-l’O e a amá-l’O.
A Solenidade da Ascensão do Senhor ao Céu é a ocasião na qual a Igreja olha, de modo mais atento, para os meios da Comunicação Social. Este olhar mais próximo e concreto surgiu há 47 anos, por “iniciativa do Concílio Vaticano II” (Paulo VI, Mensagem, 1967.05.07) e, neste Ano da Fé, interpela-nos a usar os meios que a técnica nos proporciona e, em especial, as redes sociais, com autenticidade “porque nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma.” (Bento XVI, Mensagem para o 47º. Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2013.01.24)
O que são as redes sociais? São mecanismos que permitem às pessoas contactar umas com as outras, através da internet, por meio de aplicações que possibilitam esse contacto.
Dentro das redes sociais, há aquelas que têm uma finalidade mais pessoal (o Facebook e o Twitter são as mais conhecidas e usadas), outras têm uma finalidade predominantemente profissional (como o Linkedin), ainda que esta seja uma classificação simplista, já que as fronteiras, neste domínio, estão muito esbatidas.
A Igreja, reconhecendo o valor fundamental de cada pessoa, está a lançar-se neste mundo digital, procurando semear a Palavra de Deus através destes novos meios. Há uma presença muito consistente de instituições eclesiais e de membros da Igreja no Facebook, quer por iniciativa pessoal, quer por opção institucional. Além disso, a Igreja tem vindo a desenvolver iniciativas originais, de modo a poder utilizar estes meios. Exemplo disso foi a aplicação criada e pensada para os jovens por ocasião da última Jornada Mundial da Juventude, em Madrid.
A autenticidade como desafio da Igreja no uso das redes sociais implica que, não basta produzir ideias e conceitos interessantes, mas que é necessário que a palavra pregada seja acompanhada de um testemunho de vida autêntico, de um profundo amor a Jesus e à Igreja: “Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra.” (Bento XVI, Mensagem para o 47º. Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2013.01.24).
Nestas circunstâncias, torna-se um enorme desafio ordenar bem o nosso próprio tempo, de modo a que cada cristão dedique o melhor tempo da sua vida à intimidade com Jesus na oração, na celebração dos Sacramentos e na prática da caridade. É neste enquadramento que, depois, faz sentido usar as redes sociais como um meio (e nunca como um fim) para comunicar a alegria da fé aos outros.
Neste imenso mar que é o mundo digital, Jesus desafia-nos a lançar as redes, sem medo, e sem desfalecer, para que muitas pessoas, nos dias de hoje, continuem a conhecê-l’O e a amá-l’O.
Pe. José Alfredo Patrício
Departamento de Comunicação - Diocese de Lamego
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