Mãe,
Que te sentiste desde o primeiro momento embrião
Que germinou vida nesta criatura que se gera para a luz.
Que te contorceste na hora do parto na dor necessária
Que depois esqueceste para sempre.
Que acompanhaste com o olhar terno
E com os nobres seios da seiva fizeste alimento
Que faz crescer a alma e o corpo.
És humanidade em pessoa. Mulher.
És divindade em mistério. Mãe.
Mãe,
Que limpaste a incómoda sujidade que se via
Nunca tomada em nojo te pensaste nem por sombra
Pois dizias sempre palavras preocupadas e sorrias
Na hora e fora da hora do alimento que repartias no pão.
Que foste sempre fiel companheira
Atenta às primeiras palavras e a todas as outras.
Que te alegras quando se ria a luz que iluminaste
Mas também quando gemia a tristeza
E quando chorava a dor sentida no choro incontido.
Eras médica que via a lágrima e a dor
E até dizias não chores meu amor.
És então a misericórdia que te dá um segredo
Em tempo e lugar deste abraço da vida sem preço
Que acolhe em mistério o tudo que é ser uma mãe.
Mãe,
Para sempre serás em ternura
Quando nos dias da falta de pão e de sentido
Que vivemos nas casas da encosta deste tempo.
Porém impaciente aquela que alguém cria como mãe
Faz a esperança presente na mão sem vergonha
Que se estende a pedir o pão ou o dinheiro
Contra toda a degradação da fome.
Ó salvação vem ao encontro desta inquietação
E não nos deixes sem a magia enorme
Que se lê nas três letras grandes
Que soletram esta palavra antiga para todos
Mas sempre nova no sabor que comungo
Quando alimento o interior do meu tempo
Com a compaixão da grandeza de ser MÃE.
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