O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, admitiu que o descontentamento social pode ser uma das consequências do desemprego, que pela primeira vez ultrapassou a barreira dos 10 por cento em Portugal.
- “Não há nenhum governo que nos valha do desemprego crescente”, pelo que é fundamental encontrar soluções para responder “com criatividade e inovação” a essa “inevitável situação”.
- “O futuro – declarou o prelado – vai obrigar-nos a partilhar o emprego”. Neste sentido, será necessário “trabalhar menos horas” e ter “uma vida mais sóbria”, o que “exige uma mudança de mentalidade”.
- O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social condenou “as profundas desigualdades que se têm cavado cada vez mais nos últimos tempos”.
- “Os ordenados demasiado altos de alguns cargos deviam redundar em partilha”, exemplificou. Muitas vezes, o trabalho executado em funções de chefia “é um exagero em relação a outros que não têm o mínimo”.
- A resposta ao desemprego exige “que alguns venham a ganhar menos, para poder partilhar horas de trabalho com aqueles que não o têm”, porque "trabalho para todos não vai haver mais”, vaticinou o prelado.
- O Bispo auxiliar de Lisboa sugeriu que se volte a equacionar o “cultivo agrícola”, que foi “desleixada” pelo “sistema europeu”: “As pessoas que têm os seus pequenos terrenos conseguem uma sobrevivência mais fácil do ponto de vista da partilha alimentar”.
- D. Carlos Azevedo referiu que o problema do desemprego não pode apoiar-se apenas nas obras públicas, “que já vimos que são demasiadas”. “Estamos a chegar aos limites do endividamento do Estado, se é que eles não foram já ultrapassados”, declarou.
- O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social está convencido de que, apesar das dificuldades, "os portugueses têm capacidade para reagir a estas situações e encontrar alternativas".
Ecclesia
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