Santo Estêvão, a quem a Sagrada Escritura chama de "homem cheio de fé e de Espírito Santo", foi o primeiro que teve a sorte de derramar seu sangue em testemunho da fé em Jesus Cristo. Esta circunstância fez com que fosse honrado com o título de protomártir.
Seu nome em grego significa "coroa", e evoca a idéia de martírio, porque nos séculos a seguir a coroa foi símbolo do martírio. Sua paixão é de fundamental importância porque não tem nada de fabuloso ou lendário. Ela é descrita com fidelidade histórica pelo livro inspirado, os Atos dos Apóstolos, que é a primeira história da Igreja. Este mesmo livro nos narra a eleição de Estêvão ao número dos diáconos, com estas palavras: "Como aumentasse o número dos discípulos de Cristo, surgiram murmurações entre os de origem hebraica e os gregos, porque no serviço cotidiano eram esquecidas as suas viúvas. Os apóstolos, então, convocaram a assembléia dos cristãos e disseram: 'Não nos convém abandonar a Palavra de Deus para servir à mesa. Procurai, antes, entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, repletos de Espírito Santo e sabedoria, e nós os colocaremos na direção deste ofício. Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da palavra". A proposta agradou a toda a assembléia, e foram escolhidos: Estêvão, homem cheio de fé e de Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau. Eles foram apresentados aos apóstolos e, depois de terem orado, impuseram-lhes as mãos" (cf. At 6,1-6).
Logo em seguida, o escritor sacro diz que Estêvão, cheio de graça e de força, operava grandes prodígios e sinais entre o povo. Vieram então alguns da sinagoga chamados libertos, dos cirenenses e alexandrinos, e puseram-se a discutir com Estêvão. Mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. Pelo que subornaram homens que atestassem: "Ouvimo-lo pronunciar blasfêmias contra Moisés e contra Deus". Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, chegando de improviso, arrebataram-no e levaram-no à presença do Sinédrio. Lá prepararam falsas testemunhas que depuseram: "Este homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a Lei. Ouvimo-lo dizer que Jesus Nazareno destruiria este lugar e modificaria as tradições que Moisés nos legou". Ora, todos os membros do Sinédrio estavam com os olhos fixos nele e viram-lhe o rosto semelhante ao de um anjo.
O sumo pontífice perguntou: "É isto exato?" Estêvão respondeu em longo e enérgico discurso dando prova da messianidade de Cristo conforme o testemunho dos profetas, começando por Moisés que falou dele. Em seguida verberou a incredulidade dos judeus, que chamou de homens de dura cerviz e de corações e ouvidos incircuncisos, e que sempre resistiram à voz do Espírito Santo. Terminou elevando os olhos para o alto e afirmando: "Eis que estou vendo os céus abertos, e o Filho do Homem sentado à direita de Deus" (At 7,56).
Então os acusadores, levantando um grande clamor, arremeteram unanimemente, com fúria, contra Estêvão e o apedrejaram. O livro sagrado nota que estava presente ao crime também Saulo, o futuro Paulo, apóstolo dos gentios, que guardava as vestes dos apedrejadores.
As últimas palavras do mártir Estêvão, durante o martírio, foram: "Senhor Jesus Cristo, recebe o meu espírito". E estando de joelhos, clamou em alta voz dizendo: "Senhor, não lhes imputes este pecado". Tendo dito isso, adormeceu no Senhor. Alguns cristãos piedosos sepultaram Estêvão e fizeram grandes lamentações por causa dele.
Os Santos Padres tecem grandes elogios a Santo Estêvão, pondo em relevo sua pureza, zelo apostólico, firmeza e constância. Antes de tudo, porém, lhe enaltecem o amor ao próximo, verdadeiramente heróico, que o levou a rezar pelos próprios assassinos. Esta oração, com certeza, mereceu a conversão de São Paulo. Pois, no dizer de Santo Agostinho: "Se Estêvão não tivesse rezado, a Igreja não teria o grande São Paulo!" [O SANTO DO DIA, Don Servilio Conti, ©Vozes, 1997]
Olá...
ResponderEliminarPenso que a história deste santo é bela...
É o Santo da minha paróquia...
;)
Red Angel