quinta-feira, 27 de maio de 2010

Uma carta enviada a este blog

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Senhor Padre:

Peço-lhe, caso lhe seja possível, que coloque este meu comentário, não como comentário, mas como um post.
Obrigado.

"Aos meus conterrâneos e amigos:

Saudaçães fraternas.

Sou e vivo nesta Paróquia de Tarouca. Gosto da minha terra naquilo que ela tem de bom e de menos bom. Dou-me bem com toda a gente e sinto orgulho em ser tarouquense.
Mas acho que a fé está menos viva na minha terra do que seria desejável. E não é por culpa do nosso pároco que não se cansa de puxar por nós. A culpa é nossa que não arrancamos. Vivemos uma fé de tradições, de dar nas vistas, mas sem compromisso e sem perseverança.
Vejamos o que se passa no Mês de Maria. Na procissão, muita gente; no dia-a-dia, pouca gente na Igreja e nas capelas. Falo do que vejo do que pessoas amigas me contam.
E pergunto-me?
Onde estão as crianças a quem repetidamente o nosso pároco pediu para participarem no Mês de Maria?
Onde estão os catequistas?
Onde estão os jovens?
Onde está o Conselho Pastoral e Económico?
Onde estão os zeladores?
Onde está o grupo sócio-caritativo?
Onde estão as famílias?
Onde estão aqueles sempre tão exigentes com baptismos e funerais?
Onde estão os que vão a Fátima mas depois são alérgicos à participação na vida da paróquia?

O nosso pároco tem repetido tanta vez esta ideia que até a sei de cor: " A fé é uma adesão pessoal a Cristo. Mas esta adesão manifesta-se e realiza-se na comunidade, com a comunidade, pela comunidade."

Eu sei, como tarouquense, que nós somos assim. Parece que faz parte dos nossos genes. Gostamos de tudo o que dá nas vistas, o que tem cunho de novidade. Mas cansamo-nos depressa. E tudo aquilo que exige persistência, continuidade, discrição parece que não merece a nossa atenção. Por isso, parece que a vida discreta e humilde de Nossa Senhora não nos seduz...
mas - e cito ainda o nosso pároco - será que temos fé ou somente religiosidade??? A religião precisa do espectáculo; a fé exprime-se na vivência continuada e persistente.

Senhor padre, desculpe o meu desabafo que quero antes que seja uma partilha.

Saudações em Cristo e em Nossa Senhora, aqui invocada carinhosamente como Senhora das Dores.
DSR

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