J. d'Oiiveira, no Jornal da Beira, afirma que no passado dia 20 e no austero refeitório do histórico Mosteiro de Alcobaça, o Patriarca da Diocese de Lisboa se dirigia à assembleia ali congregada. Em determinado momento, afirmou: - "Sinto hoje que é preciso diminuir o número de cristãos "faz de conta'.
Referia-se então ao elevado número de "cristãos não-praticantes", que constituem um dos grandes problemas da Igreja. E exemplificou com a recepção de alguns Sacramentos, afirmando, a propósito -"aquilo não significa nada; e quando vão à Missa ao domingo e isso significa muito pouco..
No meu tempo de catequese infantil, o catequista lançava a todo o grupito de jovens a pergunta do Catecismo: "Que é ser cristão"? E a resposta saia logo, em coro afinado: "Ser cristão é ser baptizado, crer e professar a doutrina de Cristo e estar disposto a dar a vida por ela, se necessário for." Definição concisa e clara, que nunca mais esquecemos.
E foram cristãos desta mesma têmpera os que encheram páginas belas da História do Cristianismo.
Claro que a perícopa "dar a vida por ela" só muito mais tarde nós a fomos "percebendo" à medida que íamos tomando contacto com o "martirológio" cristão. Aí, deparámo-nos com relatos de casos de milhares de crentes valentes, incluindo crianças, que suportaram ameaças, duros suplícios e até a morte, mas não renegaram Cristo e a Sua doutrina. Arrepiantes testemunhos de fé e de coragem, que afinal se repetiram ao longo de toda a História da Igreja, sem excluir o vizinho século XX, aqui, com novos requintes.
Mas voltemos aos cristãos "faz de conta":
- para além do "peso-morto" que eles representam nas Comunidades, não é certo que muitíssimos dos problemas que surgem à volta da Igreja e mesmo dentro dela são oriundos de pessoas que se afirmam católicas, e das mais "genuínas", mas só entram na igreja em dias especiais? No dia a dia, vivem inteiramente à margem da doutrina, não aceitam comprometer-se em qualquer actividade paroquial, ignoram as orientações concretas do Papa e dos Bispos e até se ufanam de estar contra elas. E não raro são ainda essas mesmas pessoas que mais duramente criticam quem colabora.
D. José Policarpo afirmou que é preciso fazer diminuir o número desses cristãos "faz-de-conta". Sem dúvida. Mas isso é uma tarefa sumamente árdua e de muito longa duração! Trata-se, afinal, de implementar a tão urgente como difícil "formação cristã dos adultos". Trata-se igualmente da necessidade que esses irmãos devem sentir de despertar para a plena verdade da sua vida. Assumir em plenitude a sua fé.
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