Leituras: aqui
2. Esta cena do evangelho tem, obviamente, muitas leituras. E não é raro, fazermos de Marta e de Maria, figuras de contraste, representativas da ação e da contemplação, da caridade e da fé, do trabalho e do descanso. São ambas dimensões fundamentais da vida cristã, que não se deviam opor, como se, uma ou outra, fossem mais ou menos importantes. Porque não há escuta verdadeira de Cristo, que não se traduza em atenção aos outros. Nem serviço desinteressado aos outros, e até ao fim, que não brote da contemplação do rosto de Cristo!
3. Mas, neste final de ano pastoral, em que andámos a ver e rever a nossa vida, e à procura da melhor parte, podíamos, talvez, ler este texto, sob outro prisma. E pensemos, por exemplo, como é mais fácil ocupar-se em muitas coisas, mesmo em “coisas santas e sagradas”, e até em “coisas de Nosso Senhor”, do que dar-Lhe a atenção do coração, do que dar-Lhe espaço, tempo, prioridade, na oração, deixando-nos tocar e guiar por Ele, na nossa ação. Muitas vezes, na ânsia de agradarmos a Jesus, e de O servirmos zelosamente, na sua Igreja, tornamo-nos nós próprios o centro das atenções, gastamo-nos e agastamo-nos com os outros, pondo de lado e do lado de fora, precisamente esse Jesus, que era suposto ser a melhor parte da nossa vida e ocupar nela o primeiro lugar!
4. Talvez valesse a pena, por estes dias, sentarmo-nos, um pouco mais aos pés de Jesus, e pensarmos nisto, para não passarmos ao lado da graça do encontro com Ele. E a melhor parte, que sempre nos fica, no rasto, no resto e no rosto, da sua passagem pela nossa vida, nos torne mais fecunda a fadiga da oração e o trabalho do amor (I Tes.1,3)! A Cristo e aos irmãos, sirvamos amor, para servirmos com amor!
Fonte: aqui
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