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1. À dúzia não é mais barato! É de graça. E, por graça, a uma dúzia de apóstolos (Lc.9,1-6), juntam-se, agora seis dúzias de discípulos! São enviados pelo Senhor, 72 discípulos, e aos pares, “a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir” (Lc.10,1). A notícia a comunicar, com pronta mansidão, alegria e simplicidade de coração é breve: «Está perto de vós o Reino de Deus» (Lc.10,9). Como quem diz: «Deus ama-te! Cristo veio por ti. A tua vida tem sentido. Há para ti, salvação»! E, isto mesmo dir-se-á, muito mais, pelo modo de ser e pelo estilo de vida do discípulo, do que pela sua arte de pregar ou ensinar. São Francisco de Assis, que escutou estas palavras, e as tomou à letra, dirá aos seus confrades: “ide e ensinai com o vosso testemunho. E, no caso de ser preciso, direis também alguma palavra”.
2. Todos nós, que somos batizados, ungidos e alimentados na fé, somos, de facto, também “enviados”! Todos, apóstolos e discípulos, padres e leigos! Todos fazem falta na Igreja e ninguém é inútil. Aliás, como se poderia levar esta Boa nova da salvação aos lugares, onde o próprio Jesus quer ir e chegar, se cada um dos batizados, não a levar, pelo seu mundo além e de aquém, a começar na sua casa, na sua família, no seu bairro, na sua escola, no seu trabalho, nas suas férias, na sua atividade cívica e política, no vasto mundo dos meios de comunicação, da ciência e da cultura?! E que forma, mais bela, de ir dois a dois, e em missão, do que aquela do casal cristão, homem e mulher, chamado a ser testemunha do amor de Deus no mundo?! “Na família, como numa igreja doméstica, devem os pais, pela palavra e pelo exemplo, ser para os filhos os primeiros arautos da fé” (LG2). Não, por acaso, Jesus insiste tanto, no primeiro destino e no primeiro destinatário, deste anúncio: precisamente a casa e a família, o lugar mais verdadeiro onde a vida pode ser curada!
3. Meus queridos irmãos e irmãs: Dizia há alguns anos o Cardeal Jorge Bergoglio de Buenos Aires, agora Papa Francisco: “Não temos o direito de ficar simplesmente a acariciar a alma, de ficarmos fechados no nosso mundinho… pequenino. Não. Não temos esse direito! Temos de sair pelo mundo e contar que há dois mil anos um Homem quis reconstruir o paraíso terrestre e veio para isso mesmo. Temos de o dizer à dona Rosa, que encontramos na varanda. Temos de o dizer aos miúdos, àqueles que já perderam a esperança. Temos de abandonar as nossas cascas e dizer-lhes que Jesus vive, que Jesus vive para cada um de nós, afirmando-o com alegria… mesmo se às vezes nos assemelhamos a loucos (…) Temos, pois, de semear a esperança e sair às ruas. Tal como a dona Rosa, quantos velhos vivem vidas tristes, sem muitas vezes terem dinheiro para comprar medicamentos? Quantos jovens, vivem as suas vidas, atordoados com as drogas e o barulho, porque ninguém lhes disse que havia algo de grandioso, para eles? E nós, vamos ficar em casa, quando toda a gente nos espera?! Não. Não podemos ficar sós, não nos podemos limitar à paróquia ou à Escola. Saiam à rua, a educar, a procurar, a bater às portas, a bater aos corações” (adapt. JORGE BERGOGLIO-PAPA FRANCISCO, O Verdadeiro poder é serviço, Ed. Nascente, Amadora 2013, 22-24).
4. E disse ele ainda, numa entrevista: “É fundamental que nós, católicos – tanto os clérigos como os leigos –, vamos ao encontro das pessoas. A opção básica da Igreja é sair para a rua, à procura das pessoas, conhecê-las pelo seu nome. As pessoas afastam-se quando não são recebidas e reconhecidas nas pequenas coisas, quando não as vamos buscar. Mas também se afastam quando não as fazemos participar da alegria da mensagem evangélica, da felicidade de viver cristãmente” (Papa Francisco - Conversas com Jorge Bergoglio, Ed. Paulinas, 2013, 77-78.82). Por isso, cheios de alegria,ide, dois a dois, em comunhão, desta Igreja, até ao vosso mundo. E voltai do vosso mundo a esta Igreja. Pois, também na missão de cada cristão, “há mar e mar, há ir e voltar”, para quem todos os dias se faz ao mar!
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