O bispo de Leiria-Fátima apelou hoje a uma mudança de vida, “a nível pessoal, familiar e institucional”, no sentido de responder a uma crise económica e social alavancada pela “globalização”.
Em declarações aos jornalistas, no início da Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de Outubro, no Santuário de Fátima, D. António Marto criticou o “turbo-capitalismo financeiro, que muda tudo do dia para a noite e não dá possibilidade ao Governo de actualizar medidas contra a crise”.
Numa altura em que Portugal ainda está a “interiorizar” a instabilidade económica, “em todas as suas dimensões”, o prelado considera “natural” que possa haver alguma contestação social no país, “sobretudo da parte daqueles que estão mais envolvidos” pelas dificuldades.
No entanto, pode abrir também as portas a um clima de maior “solidariedade”, já que “estamos todos no mesmo barco, com medo de ir ao fundo”, recordou.
Para o bispo de Leiria-Fátima, o poder político, juntamente com parceiros sociais, sindicatos e movimentos civis devem privilegiar o “diálogo”, se quiserem contornar os obstáculos.
Só assim será possível “reconstruir a confiança nas instituições, que foi muito abalada”, concluiu.
D. António Marto está, juntamente com o arcebispo de Moscovo, D. Paolo Pezzi, a celebrar a Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de outubro, no santuário de Fátima, iniciativa que assinala a última das aparições marianas na Cova da Iria, juntando milhares de pessoas.
«Senhor, eis-me aqui» é o tema da peregrinação que já foi definida por aqueles responsáveis como um "convite à conversão".
D. Pezzi, que se encontra na Cova da Iria com uma delegação de cerca de 40 peregrinos provenientes da capital russa e de São Petersburgo, fez votos de que esta peregrinação sirva de base a uma maior “disponibilidade a Maria”.
Segundo as ‘Memórias da Irmã Lúcia’, na aparição de 13 de julho de 1917, a Virem Maria pediu “a consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados”.
“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração Triunfará”, registava a vidente, falecida em 2005.
“A devoção a Nossa Senhora de Fátima está viva no interior da comunidade católica. Para os russos é mais familiar a devoção a Nossa Senhora através dos ícones que caracterizaram a história do nosso país e que mostram a proximidade de Nossa Senhora à vida do povo, às dificuldades que se vivem”, destacou o arcebispo italiano actualmente em missão pastoral na capital russa.
De acordo com o testemunho – reconhecido pela Igreja Católica - das crianças Francisco e Jacinta Marto (beatificadas em 2000) e Lúcia dos Santos, conhecidas como Pastorinhos de Fátima, ocorreram seis aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e imediações, uma a cada mês, entre maio e outubro de 1917.
Durante a última manifestação, milhares de pessoas afirmaram ter assistido ao “milagre do sol”, previamente anunciado em anteriores aparições, que consistiu, entre outros fenómenos, na rápida deslocação da estrela pelo firmamento.
In ecclesia
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