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O Bispo de Beja em crónica de opinião assinada na Rádio Pax admitiu que " o prestígio das Misericórdias fez com que por vezes alguns se servissem delas para usufruírem desse prestígio, ao contrário do que nos prescreve o Evangelho (...). D. António Vitalino Dantas deixou no ar algumas interrogações: "quem corrige quando há desvios? Quem é responsável quando alguma instituição se afasta das suas finalidades?"
D. António Vitalino indica que deveriam ser os próprios membros da associação a fazê-lo através dos seus órgãos, de acordo com os seus Estatutos mas nem sempre é possível pois, na opinião do bispo de Beja, "os órgãos são, por vezes, constituídos por pessoas incorporadas por compadrio e não segundo o espírito associativo próprio; neste caso o compromisso evangélico das obras de misericórdia".
"Quando os membros não se entendem, se fecham as admissões de irmãos, se fazem assembleias sem participação de irmãos e se tomam decisões ruinosas, quem tem a tutela para intervir? Quem as defende da ambição do poder político, como tem acontecido ao longo dos séculos? Quem aprova as actualizações e alterações do compromisso e dos Estatutos?", volta a questionar D. António. De acordo com o Bispo de Beja o decreto da Conferência Episcopal vem responder a todas estas questões. O Bispo considera que é necessário incentivar "o espírito associativo e fraterno, e todos ganharemos com a transparência e o cumprimento do compromisso cristão das Misericórdias".
In O Amigo do Povo
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