quinta-feira, 4 de março de 2010

A verdade vem sempre ao de cima

Têm sido muitos os ateus que acusam as religiões de todos os males. Um deles, Saramago, dizia há pouco tempo: "O mundo seria melhor se não fossem as religiões".
Mas nem todos os ateus alinham por esse diapasão. É o caso de Bruce Sheiman que escreveu um livro com o sugestivo título: "Um Ateu Defende a Religião: Por que a humanidade está em melhor situação com a religião do que sem ela".
Nessa obra, Sheiman diz que, apesar de não ser uma pessoa de fé, sabe que "a religião oferece uma combinação de benefícios psicológicos, emocionais, morais, existenciais, físicos e até mesmo à saúde que nenhuma outra instituição pode dar."
E mais à frente diz: "A religião também pode trazer malefícios, mas as acções benéficas realizadas diariamente por biliões de pessoas é a verdadeira história da religião, que acompanha o crescimento e a prosperidade da humanidade".
Um dos benefícios da religião é dar sentido à vida. De acordo com Sheiman, estamos conscientes de que vivemos num mundo de grande poder e potencialidade, mas, em contraste com os animais que só vivem numa relação utilitarista com o mundo, os seres humanos estão conscientes de que este mundo existe fora de nós mesmos.
O autor, em seguida, relata alguns exemplos de sociedades primitivas que procuravam dar sentido a suas vidas por meio da religião. Os mitos e rituais dos povos ajudaram a unir a realidade material e mortal com o ‘eterno e espiritual’. Ao longo do tempo, temos crescido como civilização em grande parte devido à religião, argumenta. Isto leva-nos a concluir que a religião global teve um impacto positivo, conclui.
Seria possível imaginar a alternativa de uma trajectória de progresso sem religião. Mas isso seria inacreditável, de acordo com Sheiman. Os historiadores não podem identificar qualquer outra força cultural tão robusta como a que a religião realizou ao longo dos séculos.
Sheiman também critica a leitura selectiva da história, realizada por parte de alguns ateus, que só realçam o que de negativo fez esta ou aquela pessoa religiosa, mas esquecem o que de formidável tantos outros religiosos fizeram.

In O Amigo do Povo

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