Leituras: aqui
A cruz da fome - A sede de Deus.
1. - E lá vamos nós
caminhando na Quaresma. Vamos sentindo o convite a olhar a nossa vida, nas suas
limitações, a reconhecê-las e a olhá-las em relação com Jesus Cristo que nos
oferece a salvação.
2. - A nossa vida por
vezes é pesada, muito pesada. São tantas as situações que tornam pesado o nosso
viver.
3. - É a nossa cruz, a
cruz do nosso viver.
1. - Esta semana somos
convidados a ter presente uma realidade que pesa muito na nossa vida e na
humanidade: a fome, a fome existente no mundo.
2. - É um drama,
continua a ser um drama. Cerca de 795 milhões de pessoas em todo o mundo vivem
em situação de subnutrição. Vivem em situação de incapacidade em obter comida
suficiente para atingir os níveis mínimos de energia necessários para uma vida
saudável e ativa.
3. - Milhões de
pessoas vivem em clima de insegurança alimentar. Atormenta-os a preocupação ou
incerteza de vir a passar fome, têm de recorrer a alimentos mais baratos, por
vezes menos nutritivos. Outras são forçadas a diminuir a quantidade ou
frequência das refeições.
1. - Entre nós,
quantas situações de desemprego, de trabalho mal remunerado, quanta incerteza
em relação a um futuro economicamente estável!
2. - Quantos têm de
procurar longe dos seus o sustento do dia a dia!
3. - Tudo isto torna
pesada a nossa vida.
1. - Sim! E tudo isto
tem a ver connosco.
2. - Sentimos a
injustiça de um mundo de grandes desigualdades. Enquanto uns morrem de fartura,
outros morrem à fome. E isto pesa-nos.
3. - Isto dói-nos. A
nossa consciência não nos deixa tranquilos. Fazemos parte desta humanidade.
Somos solidários no bem e no mal.
1. - Mas se pensarmos
na outra fome!
2. - Há outra fome?
3. - Sim há outra
fome. Há outras fomes e sedes. Também muito pesadas e dolorosas.
1. - Peguemos nos
dizeres de um poema que alguém escreveu:
Todos: Todos temos fome
1.- Bem sabes que todos temos fome: Fome de
pão, fome de amor, Fome de conhecimento, fome de paz.
Todos: Este
mundo é um mundo de famintos.
2.- A fome de pão, é a que mais nos comove, mas
não é a que mais nos perturba.
Que nos dizes da fome de amor daquele que deseja ser amado e
passa pela vida sem que ninguém
lhe dê uma migalha de ternura?
3.- E quanto à fome de conhecimento?
A fome do pobre de espírito que deseja ardentemente saber
e choca brutalmente contra o pedestal de granito da dificuldade?
1.- E a fome de paz que atormenta o peregrino inquieto,
obrigado a rasgar os pés e o coração por esses caminhos?
Todos: Sim.
Todos temos fome e, portanto, todos podemos fazer caridade.
2.- Aprende a conhecer a fome daquele que fala
contigo...
No sentido de que além da fome de pão todas as outras se
escondem.
Porque, quanto maiores, mais escondidas...
3. - Na verdade este
poema ajuda-nos a reconhecer a fome que mais nos pode fazer sofrer. Somos
famintos, de ternura, amizade, compreensão. Temos fome e sede de Deus.
1. - E todos nós podemos
contribuir para aumentar o sofrimento dos que têm fome, ou ajudar a que ele
desapareça e se transforme em gosto de viver.
Todos: Temos de o
reconhecer: a fome faz parte da cruz da nossa vida. Mas connosco está Jesus.
Ele carrega também a nossa cruz.
2. - Com fome corremos
o risco de duvidar de Deus e da sua providência amiga como aconteceu com o povo
de Israel ao sentir as dificuldades da saída do Egito a caminho da terra
prometida.
3. - Mas Deus está
sempre connosco e a sua ajuda, por vezes é discreta, passa quase despercebida,
mas é eficaz.
1. - O encontro de
Jesus com a Samaritana dá-nos muita confiança. Aquela mulher tinha necessidade
da água para viver. Mas tinha muito mais necessidade de amor, compreensão, luz.
A sua sede interior era muito grande.
2. - Jesus deu
resposta à sede física e à sede espiritual.
3. - A sede põe-nos
num caminho de procura. Aceitemos Jesus que vem ao nosso encontro. Deixemos que
tome conta da nossa sede e da nossa fome. Deixemos que Ele carregue connosco a
cruz da nossa fome e da nossa sede.
1.- Jesus ensina-nos a
partilhar. Com Ele haverá pão para todos: o pão que alimenta o corpo; o pão que
alimenta a alma.
Todos: - Jesus é
companhia na cruz do dia a dia. A cruz da nossa fome há de transformar-se em
cruz da ressurreição. Haverá pão para todos, porque todos saberão partilhar. A
nossa sede de Deus vai ser saciada.
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