Comecei a lê-lo para espicaçar a chegada do sono. Depois só consegui parar no fim.
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No passado Domingo, em Cracóvia, foi beatificado o sacerdote polaco Jerzy Popieluszko assassinado pelos serviços secretos do governo comunista da Polónia em 1984. Um mártir do século XX. Simbolicamente, a sua beatificação aconteceu no final do Ano Sacerdotal convocado por Bento XVI.
Numa época em que o Comunismo consolidava o seu poder vitorioso sobre a Polónia, em 1947, Jerzy Popieluszko nascia numa família de camponeses. Cerca de quarenta anos depois, quando o comunismo europeu começava a desagregar-se, o seu corpo mutilado foi lançado ao rio Wisla.
Chamavam-no “a consciência do povo”. E, no entanto, Jerzy Popieluszko era apenas um jovem capelão de uma aldeia desconhecida: Okopy, perto de Suchowola.
Trabalha com crianças e jovens e, em 1980, com a idade que Cristo tinha ao morrer, empenha-se no movimento operário polaco, prega justiça social e patriotismo, celebra uma grande missa para soldadores em greve no recinto da sua fábrica.
A partir daí, fica na mira dos serviços secretos. É vigiado e ameaçado por eles; sucedem-se os acidentes de automóvel de que é vítima, instauram-lhe um processo, assaltam e vandalizam-lhe a casa. O capelão mantém-se firme. Por fim, na noite de 19 de Outubro de 1984, é raptado, torturado e afogado.
Mas a consciência não morre. O seu enterro transforma-se numa manifestação. Milhares de pessoas, incluindo os pais, participam profundamente desgostosos. Para todos é evidente: o Padre Jerzy sacrificou a sua vida pela verdade.
No início do processo de beatificação pode ler-se: “A morte dele abre-nos os olhos: os olhos do nosso coração, do nosso entendimento, da nossa fé”. Mesmo depois de morto, fala às consciências.
Entre milhões de peregrinos que veneraram a memória do mártir, houve alguém muito especial que visitou o túmulo do Pe. Jerzy no dia 14 de Junho de 1987. Era do conhecimento geral que João Paulo II desejava rezar junto do túmulo do Pe. Popieluszko durante a sua visita à Polónia. Inúmeras referências aos ensinamentos e exemplo do Pe. Popieluszko, presentes nas homilias do Santo Padre, não deixam dúvidas acerca da sua estima pelo sacerdote martirizado.
Este padre jovem e simples viveu na sua própria carne o apelo de Cristo a amar os inimigos e a vencer o mal com o bem com uma coragem que ia para além das suas forças.
A terrível memória da violência totalitária dos tempos modernos apenas se pode superar com a esperança irresistível que a vitória da Verdade, Cristo crucificado, traz ao mundo de hoje.
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Vale a pena ler este livrinho.Numa sociedade à deriva em que as pessoas, como borboletas tontas, buscam desesperadamente o sensacionalismo, se rebolam no supérfluo, correm em busca de miragens, se distraem do essencial, se afogam no prazer em que querem nadar, fabricam continuamente ídolos que veneram, eis um jovem fantástico que nos revela que a vida só tem sentido quando vivida ao serviço da verdade, do bem e do próximo.
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