sexta-feira, 18 de junho de 2010

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM -Ano C

--
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes:
«Quem dizem as multidões que Eu sou?»
Eles responderam:
«Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou».
Disse-lhes Jesus:
«E vós, quem dizeis que Eu sou?»
Pedro tomou a palavra e respondeu:
«És o Messias de Deus».
Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou:
«O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».
Depois, dirigindo-Se a todos, disse:
«Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».


Quem é Jesus?

Boa esta pergunta! Serve para reflectir e pensar o essencial da nossa fé cristã. Todos sabem muito de Jesus e ao mesmo tempo ninguém sabe nada. Tudo o que se possa dizer acerca Dele, fica sempre muito aquém daquilo que Ele é verdadeiramente. Porque, São João da Cruz dá-nos o mote: «A razão disso é que Ele está escondido, e tu não te escondes para O encontrar e sentir.
Quem quiser encontrar uma coisa escondida há-de penetrar escondido no lugar onde ela está escondida; ao encontrá-la, fica tão escondido como ela». Assim sendo, são muito poucos os que conseguem tal proeza. Será que terá razão o poeta António Ramos Rosa quando diz que «a graça da salvação é para poucos»? Pois bem, o conhecimento de Jesus, é sempre muito pouco face à realidade que Ele é e provavelmente não nos foram dados sentidos suficientes para abarcar tal conhecimento. Jesus é sempre um desafio. Uma meta que se vê ao longe para a qual se corre, na esperança que um dia se chegue ao seu terminus e aí sim, revelar-se-á em plenitude essa realidade escondida. O próprio Jesus não nos desampara e revela já o que Ele pode ser em cada um de nós: «Eu sou a luz do mundo, aquele que Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8,12). Esse desafio que nos é dado para «tomar a cruz todos os dias», mostra que no empenho da vida revelamos o amor por Jesus e como estamos conscientes dos Seus ensinamentos.
A vida por Jesus Cristo, mostra-se no zelo do dever, na partilha fraterna, no coração aberto à compaixão pelos outros, especialmente, os sem lugar e vez na sociedade. A vida iluminada por Jesus Cristo está no sorriso da criança que se mostra disponível para amar desinteressadamente, está nos braços imensos de homens e mulheres que limpam e alimentam os incapacitados, está naquele que diz não ao roubo e à infidelidade dos princípios e compromissos pessoais e sociais. Está na vida que se transmite de todas as formas.
Afinal, «Quem Eu sou...» pode estar em todas as facetas do mundo e da vida toda. Ora bem, para dar o salto de cristãos amorfos e atrofiados pelo costumeiro ritualismo fica o seguinte ensinamento: «Muitos seguem a Jesus até a distribuição do pão, mas poucos até beberem o cálice da paixão» (Tomás de Kempis). Falta gente que tome, corajosamente, ao modo de Jesus, o cálice da entrega na construção do mundo para todos. E mais ainda nos ensina Pascal: «Cristo morreu de braços abertos, para que nós não vivamos de braços cruzados». Pois bem, quem é Jesus para ti?

http://jlrodrigues.blogspot.com/

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.