Já lá vão largos anos. Fora pregar a uma comunidade onde decorria a festa de São João Baptista.
Acabara a longa procissão. Os andores estavam agora sozinhos no templo e os sacerdotes, após a desparamentação, cumprimentaram - e o pároco atendeu - quantos se dirigiram à sacristia.
Regressávamos também nós. Quando, ao passarmos no corredor central da Igreja, se ouve um murmúrio alto, desafinado, arrastado. O pároco pára e puxa-me pelo braço:
- Escuta!
Vim depois a saber. Era um bêbado militante que garantia uma carraspana diária. Ali estava ele, diante da imagem de São João Baptista, pernas muito abertas, bracejando continuamente para o santo. No longo arengar, pouco percebi. Mas retive este desabafo do pobre homem:
- Obrigado, meu rico São Joãozinho, porque me abriste o apetite de beber!...
Pois... Como se precisasse!!!
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