O relato do Evangelho que S. João nos apresenta hoje, manifesta mais uma vez a imagem da pesca como sinal da Igreja que vai surgir mediante a acção dos Apóstolos e pela força da convocação de Jesus. Jesus manda lançar a rede e a pesca abundante que daí advém é imagem da Igreja futura.
Jesus ressuscitado, pretende fundar a comunidade, porque o Reino de Deus que Ele inaugurou não é possível sem a dimensão comunitária. A comunidade será a continuação de Cristo encarnado. O corpo de Cristo histórico descobre-se na comunidade, por isso, a insistência de Jesus para fundar a comunidade é mais do que uma exigência, faz parte da sua missão. A sua missão na terra não termina senão quando a Igreja esteja fundada sobre o seu Corpo e Sangue entregue pela acção da Eucaristia. Neste contexto, sobressai a imagem do banquete, como comensal efectivo da comunidade reunida. Um autor dos textos bíblicos dirá o seguinte sobre a ideia do banquete: “o banquete, com o qual se encerra a narrativa da pesca milagrosa, é o símbolo da conclusão da história da salvação.
A cada um de nós, Cristo ressuscitado dirige a mesma palavra que dirigiu aos seus discípulos junto do lago de Tiberíades: “vinde almoçar...” Este convite tem uma dimensão eucarística fundamental. Nós, que andamos na azáfama do mar que a vida nos reservou, somos também convocados para a celebração do amor junto da comunidade, para que aí se descubra o sentido da vida, se faça a caminhada para redenção fraternal e se encontre a luz do Espírito de Cristo ressuscitado que nos chama à plenitude da vida eterna.
Cada um de nós, se acreditar de verdade, está representado na grande quantidade de peixes que os apóstolos recolhem nos barcos. Eles procederam segundo o mandato de Jesus: “lançai as redes...”
Somos, hoje, também chamados pelo nosso nome a tomar parte nesta festa de amor e de vida. Os tormentos do mar da vida nada são diante desta maravilha que Jesus nos oferece.
Ninguém se salva sozinho. Só na comunidade se pode encontrar a possibilidades da redenção, porque Cristo ressuscitado manifesta-se de forma plena na comunidade reunida. Que todos sejam capazes de abrir a sua existência à palavra de amor que Cristo nos dirige. Não se encontra o verdadeiro sentido da vida fora de Jesus ressuscitado. E a verdadeira vida só é possível quando todos os homens como irmãos se juntem à volta da mesa do banquete que Cristo prepara. Resta que cada um saiba escutar a palavra que o sopro do Espírito faz ecoar: “vinde almoçar”.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
3º Domingo do Tempo Pascal - Ano C
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