Quando à tardinha cheguei à capela para a celebração da Eucaristia, o Diogo, 11 anos, andava no adro com um papel na mão. Ouvi um barulho e parei para escutar. O Diogo cantava enquanto deambulava pelo adro.
- Então, que andas a fazer? - perguntei.
- A D. Ana não pode vir à Missa e sou eu quem tem de começar os cânticos. Ando a ensaiar... - respondeu com ar convicto e alegre.
Penso que um dos maiores problemas do nosso cristianismo é a vergonha. Vergonha de ser cristão, vergonha de proclamar a fé, vergonha de a transmitir.
Num café ou numa conversa de amigos, falamos do tempo, do futebol, da crise, de "conquistas", de sexo e outros prazeres, de caça... Contamos anedotas... Mas falar da fé, está quieto! Ficamos tolhidos de vergonha e de respeitos humanos. Só falamos se for para o"deita abaixo"! Então aí somos capazes de ser mais maldizentes do que os outros maldizentes que conversam connosco.
O Diogo oferece a todos uma lição. Não se escondeu na sacristia, veio cá para fora. Não teve vergonha de publicamente preparar a tarefa que ia desempenhar.
Obrigado, Diogo, pelo testemunho.
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