Leituras: aqui
1. «Vigiai»! A nós que esperamos ardentemente a manifestação gloriosa de Cristo no final dos tempos, Jesus diz: «vigiai»! A nós que vivemos, entre a primeira e a última vinda do Senhor, Jesus diz: «vigiai»! A nós, a quem o Senhor, ao partir de viagem, confiou a «casa» da Igreja, do mundo e da família, «atribuindo a cada um a sua tarefa», Jesus diz: «vigiai»! Vigiai, pois, não como quem aguarda, com temor, um acontecimento, mas como quem espera, com amor, a vinda de alguém: o Senhor Jesus!
2. “Mas como «vigiar»? Antes de mais, vigia bem, precisamente, quem ama! É o que faz a esposa que aguarda o marido, que se atrasou no trabalho, ou que está de regresso de uma longa viagem. Como faz a mãe que se inquieta com a demora do filho, a chegar a casa. Ou o namorado que está ansioso por encontrar a namorada... Quem ama, sabe esperar, até mesmo quando o outro se demora. Esperamos Jesus, se O amarmos e se desejarmos ardentemente estar com Ele. E esperamo-Lo, amando concretamente, servindo-O, por exemplo, em quem esta próximo de nós. É o próprio Jesus que nos convida a viver assim, ao contar a parábola do servo fiel. Este, enquanto espera o regresso do seu patrão, toma conta dos outros empregados e dos negócios da casa” (C. Lubich, Palavra de Vida, Novembro 2001).
Assim, neste tempo, que é o nosso, importa vigiar, isto é, ser fiel à tarefa que o Senhor confia a cada um, de modo a responder e a corresponder às exigências do evangelho!
3. Permiti-me, por isso, abrir-vos o coração, para vos dizer, que a nossa vigilância, deve traduzir-se, sobretudo, em fidelidade e perseverança! Disse-o de maneira tão bela Bento XVI em Fátima: “A principal preocupação de todo o cristão há de ser a fidelidade, a lealdade à própria vocação. A fidelidade no tempo é o nome do amor; de um amor coerente, verdadeiro e profundo a Cristo”! São Paulo sabia bem que a rotina e o cansaço dos dias e que a perigosa erosão provocada pelas desilusões da vida ao longo do tempo, pode pôr em risco a fidelidade e fazer esmorecer a fé, a esperança e o amor! Por isso, deixava-nos o apelo a «permaneceremos firmes, até ao fim», numa fidelidade a toda a prova, à imagem do nosso Deus, que é fiel (cf. I Cor.1,8-9).
4. Neste ano dedicado à família, sublinhemos então o valor da fidelidade conjugal. Precisamente, nestes nossos dias, verifica-se o aumento das separações e dos divórcios: eram de 1,1% em 1969; foram de 64,8% em 2009. Neste contexto, a fidelidade dos esposos torna-se, por si só, um testemunho significativo do amor de Cristo, que permite viver o Matrimónio, por aquilo que é, ou seja, a união de um homem e de uma mulher que, com a graça de Cristo, se amam e se ajudam, durante a vida inteira, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Neste sentido, a primeira educação para a fé dos filhos consiste precisamente no testemunho desta fidelidade ao pacto conjugal: dela os filhos aprendem, sem palavras, que Deus é amor fiel, paciente, respeitador e generoso!Esta fidelidade, que é afinal «o nome do amor no tempo», anda, por isso, a par da perseverança, da resistência, no amor e por amor.
5. Caríssimos: É bem sabido que “a infidelidade pode atingir qualquer casal, e até as pessoas com comportamentos norteados por valores morais” (Cláudia Morais, O amor e o facebook, 141) por razões várias: “problemas de comunicação, desconexão emocional, falta de intimidade, perda de um familiar, desemprego, nascimento de um filho ou qualquer outro acontecimento que cause stress” (Ib.27). É, por isso, preciso estar constantemente de “vigia”, sobre as próprias emoções, para não vir a trair o amor! Nomeadamente, é preciso especial vigilância, quanto ao uso da internet e das redes sociais, como o facebook, que ”constituem ferramentas poderosíssimas de aproximação entre pessoas, que se sintam insatisfeitas nas suas relações” (Ib.157). “Segundo um estudo, o facebook é uma fonte de conflitos entre os casais, estando associado a cerca de 28 milhões de divórcios (…) Não me sinto capaz de olhar para o facebook ou para qualquer outra rede social como diabólica, mas há limites, para que o amor não seja negativamente condicionado, por esta evolução tecnológica” (Ib. 167)!
6. Caríssimos casais: lutai pelo amor e testemunhai aos vossos filhos a beleza exigente do amor até ao fim! E naqueles momentos, nos quais sobrevém a tentação, de que a fidelidade já não compensa, resisti firmes na fé e permanecei no amor! No meio da crise, buscai orientação espiritual segura, vigiai e orai, a sós e em família, para não cairdes em tentação e procurai ardentemente a Eucaristia, que é a luz e a força da fé, o sustentáculo da esperança e o calor do vosso amor! Não basta pintar no guarda-chuva, é preciso gravar nos vossos corações as palavras «fidelidade e perseverança», para que «Cristo vos torne firmes até ao fim! Fiel é Deus por quem fostes chamados à comunhão» (I Cor.1,8-9).
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