No nevoeiro das palavras, o homem precisa de encontrar a palavra certa, do amigo certo. (I)

Muitas vozes nos chamam e seduzem. No nevoeiro das palavras, o homem precisa de encontrar a palavra certa, do amigo certo.

É isto que lhe propomos, amigo leitor, durante alguns dias.

Vamos partir de um texto do Evangelho que pode encontrar abrindo a sua Bíblia ou procurando na internet, por exemplo, AQUI.

 

Evangelho de S. Marcos. Mc 3, 13-19

 

"...chamou os que Ele queria"

- Somos escolha Sua. Estamos aqui por iniciativa e generosidade  d'Ele. A vocação cristã é sentirmo-nos escolhidos por Deus para aquilo que Ele quiser. Abramo-nos à escolha, aceitemo-la e façamo-la nossa. Estamos aqui porque Ele assim quis. Não sabemos explicar mais.

 

"... para estarem com Ele"

- O nosso Deus é relação. Pessoa é um ser em relação. Deus chamou-nos para a relação. Seguir Jesus é aceitar e viver esta relação com Ele. Sem esta relação, é o vazio. Deus ama cada pessoa em particular. O afeto também entra na relação com o Senhor. São os afetos que nos conduzem, são os amores que nos conduzem. O afeto precisa de presença, de tempo, de lugar, de espaço. Apaixonamo-nos estando com, dando lugar na vida. Cristão, pessoa de coração. Por isso, que cada homem/mulher perceba que é para nós importante. Aprende-se a amar com Jesus, levando-O para toda a parte.

 

"... para os enviar a pregar"

- Este estar e andar com Jesus é um estar e andar dinâmicos. Que queres de mim, Senhor? Ser Sua imagem no mundo, falando de Deus a partir da nossa experiência de Deus. O Papa francisco avisa-nos dos males da auto-referência. Precisamos de partir, sair de onde estamos, mas conscientes de que o enviado não se anuncia a si mesmo. Não estamos em nome próprio. Somos chamados por Ele, enviados por Ele. Os nossos grandes problemas aparecem quando deixamos Jesus entrar na nossa vida. Mas Ele que nos chama, dá-nos amor suficiente para levar até ao fim.

 

"...escolheu doze"

Não chamou só um. O Seu projeto é comunitário. Olhemo-nos em contexto: se uma parte do corpo sofre, todas as outras partes do corpo sofrem. Somos Igreja, comunidade, grupo,  relação com os outros. Somos comunidade de estima e afeto. Estimamo-nos uns aos outros falando bem uns dos outros. Faz mal às pessoas ouvir cristãos a falar mal uns dos outros. Jesus chama-nos em grupo onde há elementos importantes como a diversidade. A diversidade é riqueza. É muito mais importante o que nos une do que aquilo que nos separa. É na diversidade que se faz comunhão.  Perguntemo-nos sempre: 'Quem sou eu para julgar'? Digamos não aos rótulos, sim ao coração. Aprendamos a viver comunitariamente a nossa vocação cristã.

  

"...Simão a quem pôs o nome de Pedro"

Pedro, cabeça do grupo, conhecido como tal pelos outros. É pacífico para os doze e as comunidades

iniciais. É uma riqueza haver um Pedro. Haver um Pedro ajuda-nos na unidade. Foi o Senhor que lhe confiou uma missão específica, não pelas suas qualidades, mas porque Deus assim quis. Tal como nós. Chamados à vida, à fé, à missão  porque o amor de Deus assim quis. O caminho de Simão para Pedro não foi automático. A conversão é uma vida. Simão é chamado a fazer este caminho para Pedro a partir da sua personalidade, pois a graça não anula a personalidade, pressupõe-na.

 

Senhor, ajuda-nos a crescer numa relação de confiança conTigo!