COM SANTA
HELENA,
A CRUZ É O SINAL DO CRISTÃO
Vimos como
episodicamente a Cruz se impôs ao Imperador Constantino. Reparámos como sua mãe
procurou, achou e adorou a Cruz do Senhor!
Antes do édito de Milão, no meio das perseguições, os seguidores de Jesus
Cristo identificavam-se com a figura do peixe cujas letras iniciais em grego
correspondem ao siglado de “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”. Não é que a
Teologia da Cruz, desenvolvida e pregada por S. Paulo,
não estivesse viva no coração e na mente dos discípulos; mas as questões de
precaução impunham que publicamente houvesse algum recato e não se expusesse ao
gáudio maledicente dos pagãos aquilo que era de mais caro à Redenção.
Com a acção de
Helena em prol da Cruz e da morigeração dos costumes, pela produção legislativa
e pela orientação política do magno imperador, a Igreja respirou fundo e pôde
ostentar todas as insígnias marcantes desta religião revolucionária. Assim, o monograma de Cristo passou a figurar em monumentos
das liturgias e da oficialidade e a Cruz passou a ser reconhecida e venerada
como símbolo da vitória gloriosa sobre o combate singular travado entre Cristo
e o Demónio.
O dístico da
visão constantiniana “In hoc signo vinces” (com este sinal vencerás) passou a
ser a palavra de ordem quer para as lutas diárias contra o mal quer quando os
inimigos da fé tentam levar os crentes ou à abjuração ou ao pecado.
De entre a
multidão de homens e mulheres que se devotaram à Cruz como árvore redentora e
fautora da unidade eclesial, destaquem-se S. Paulo da Cruz e S. João da Cruz em
que se misturaram a adoração mística e o fervor apostólico sob a moção da
contemplação unitiva ao mistério do Verbo Incarnado e da sede de almas que o
Senhor sentiu no alto da Cruz e que incute pelos séculos dos séculos aos seus
mais aguerridos servidores.
SANTA HELENA
PERDURA
NA MEMÓRIA DO TEMPO
Não é demais repetir que Santa Helena
fica indelevelmente registada nas Actas dos Santos ciosamente guardadas no
Vaticano. Para lá de quanto possamos afirmar em contrário duvidoso, assinale-se
quão diversificado é o número daqueles que a Ela se referem ao Longo da
História da Igreja.
Se é certo que
algumas aportagens se revestiram do cepticismo provocado pela usura do tempo,
não menos fidedigno é o testemunho documental e não menos inequívoco será o
sentido dinâmico de que disfruta a tradição fecunda na estabilização da
doutrina e dos seus fundamentos.
A atestar tão
claro apontamento, estão os múltiplos devotos, secundados por tantos e tão
variados locais de culto à Santa: Basílicas e Igrejas,
Santuários e Ermidas, sem descurarmos anónimas e modestas capelas.
Nem outra
coisa seria de esperar de alguém que, no perfil da mulher forte de que nos fala
a Bíblia, pautou o melhor da sua vida pelo sofrimento discreto, pela luta
contra a intriga, pela aposta séria nas obras de misericórdia corporais e
espirituais e pelo achamento e adoração do instrumento redentor. Não podemos
esquecer o seu fino tacto educacional espelhado talvez mais na acção do que nas
palavras, na sugestão de atitudes mais do que na fiscalização de
comportamentos.
Por tudo
quanto acabamos de expor, Santa Helena da Cruz é um farol polivalente de
misticismo e de acção, de sofrimento e de apostolado, de labor e de oração.
A MEMÓRIA DO
JUSTO SERÁ ETERNA
Piedosos
devotos, neste último dia de retiro espiritual aberto a todos os que de boa
vontade se dignaram fazer a sua sacrificada ascensão a esta Montanha Santa, a
todos quantos quiseram de bom agrado privar da intimidade com Deus neste
santuário, vai inteirinho o apelo do alto: Não vos deixeis enredar pelo
materialismo da vida!Quereis a
recompensa pelos vossos sofrimentos
Afeiçoai-vos à
Cruz.
Quereis a prosperidade já neste mundo?
Afeiçoai-vos às coisas do alto e pugnai pela reinstalação dos valores do espírito.
Quereis assegurar a perenidade do vosso nome pelos séculos dos séculos?
Praticai a justiça, acolhei os irmãos e disponde de todos os momentos para estabelecerdes o diálogo com Deus e a seriedade para convosco próprios.
Não é pela riqueza ou pelo prestígio que conseguireis a glória para as vossas vidas e o gaudio da felicidade com o Senhor. A glória do mundo está carregada de vaidade e tem em si o carácter passageiro da vida.
A meta do cristão é o Cristo da Cruz redentora a abrir caminhos irreversíveis de Ressurreição.
Os instrumentos da Paixão do Nosso Salvador serão as joias insignes de todos quantos juraram a fidelidade ao Deus Criador, ao Filho que redime e ao Espírito
que santifica.
Viestes ao Santuário. Deus prossiga em vós o bem que em boa hora começou.
Que Santa Helena esteja a vosso lado sempre e que a Mãe das Dores vos conforte! Segui com elas o caminho do Sumo Bem!
Louvada seja sempre na Terra a Virgem Santa Maria! E que Deus seja, louvado e bendito em todos os seus anjos e santos. Que a Gloriosa Santa Helena da Cruz nos sirva de luzeiro e guia na vida e não se canse de rogar e interceder por nós junto de Deus!
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