SANTA HELENA FEZ-SE CRISTÃ!
Na conversa que Jesus teve com Nicodemos ficou bem assente que é necessário renascer da água e do Espírito Santo e S. João vai longe na reflexão ao afirmar que não podemos negar a água do Baptismo àqueles sobre quem Deus derramou o seu espírito de adopção filial.
Num contexto de paganismo predominante, é normal que as pessoas nascessem unicamente para o mundo. Dado que os cristãos até há bem pouco tempo eram intolerados e mesmo perseguidos (e Diocleciano não fugiu à regra, pois, estes homens e estas mulheres seguiam parâmetros religiosos que punham em causa os ditames do Império), não era usual promover o baptimo das crianças.
Os adultos eram motivados através da Palavra e convidados a encetar a caminhada catecumenal, para que a adesão a Cristo fosse marcada pela consciência responsável incompatível com a reversibilidade.
Compreendemos, pois, que Helena, nascida de família pagã, se mantivesse por longo tempo na condição social em que viu a luz do mundo. Pensa-se mesmo que ainda era pagã quando se casou. Alguns testemunhos garantem que foi convertida por Luciano de Antioquia e que terá sido ela quem influiu na conversão de seu filho Constantino. Eusébio de Cesareia contraria tal asserção e afirma que foi Constantino que a converteu a ela.
Não temos dúvida de que o processo da conversão de Helena, bem como o da conversão de Constantino, foi altamente moroso. Dadas as circunstâncias da época, outra coisa não seria de esperar. Que o imperador Constantino, apesar da intervenção miraculosa com que o Céu o mimoseara na véspera da batalha de Ponte Mílvio contra Maxêncio, protelou ao máximo a recepção do baptismo - é rigorosamente verdade.
Também para Helena nem sempre a vida foi linearmente benfazeja na corte imperial. Esta estava obviamente atreita ao mundo de intrigas que a Santa debelou graças ao seu hábil espírito de atenção e tacto de vida sócio-familiar. Os biógrafos não se esquecem de salientar a sua inteligência e bondade.
Não sabemos ao certo quanto se tornou Cristã. Todavia, é inteiramente certo que ao abraçar o Cristianismo, o fez em definitivo e as obras ficaram à vista:
Em Roma, como referimos, manda edificar a Basílica de Santa Cruz; a partir da corte, aproveita as prerrogativas imperiais para praticar de forma eminente as obras de misericórdia; e em 326, dirige-se para a terra de Jesus, onde se informou das três grutas místicas, tão queridas à piedade dos cristãos dos primeiros séculos.
Morreu em Nicomédia (hoje “Ismite") depois da visita à Terra Santa.
Tema da pregação
Para o fim da tarde, armou-se um vento na Serra, que, sem ser frio, era desagradável. Felizmente, tal não afastou as muitas pessoas que marcaram presença atenta e participativa.
Na homilia, o P.e Sousa Lara, naquele belo estilo simples e quase coloquial, falou da Fé, como confiança n'Aquele que nunca se engana nem nos engana. Os homens, mesmo os mais confiáveis, podem enganar-se. Muitas vezes há pessoas que tentam enganar outras ou ocultar-lhes parte da verdade. Com Deus nada disso acontece. Nunca Se engana e nunca nos engana. Deus é absolutamente fiável, mesmo quando comunica fora do nosso âmbito de compreensão ou de percepção.
Deus entra em contacto connosco através da mais bela carta de amor, a Bíblia. Ora quando recebemos uma mensagem ou uma carta de alguém que nos é querido, que fazemos? Lemos imediatamente. E que fazemos com a Bíblia?
A fé abre-nos à esperança daquilo que sabemos possível mas ainda não temos. E o mais importante que advém da nossa fé é esperança do Céu, esse encontro total e definitivo com Deus que nos realizará plenamente.
Esquecendo as palavras de Jesus que disse "Esforcai-vos por entrar pela porta estreita, porque largo é o caminho que leva à condenação", muita gente hoje pensa que o Céu é um dado adquirido, como se Deus tivesse a "obrigação" de o dar a toda a gente. De facto dá, mas é preciso percorrer o tal caminho da "porta estreita".
Evitar o caminho do mundanismo que o tempo oferece, para percorrer com alegria o caminho de Deus que a Bíblia nos propõe.
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