segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Padre e Álvaro Cunhal -Duas Cartas

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Muitas vezes, no decurso agitado da vida, nos surgem acontecimentos felizes e surpreendentes. E o que é extraordinário é que nem nos lembramos de que isso possa acontecer, porque almas boas que desconhecemos, que vivem no bulício do mundo ou no silêncio de conventos, oram por nós: pela nossa perseverança no bom caminho ou pela nossa conversão, se dele nos tivermos afastados.
Há dias, deparei numa revista com um interessante artigo do jornalista Luís Osório, citando duas cartas curiosas.
Álvaro Cunhal, numa conversa com o referido jornalista, mostrou-lhe uma carta de um piedoso padre da província, preocupado com a salvação eterna daquele dirigente comunista.
Diz assim:”O senhor já tem muita idade, já é muito velho e dentro de pouco tempo comparecerá diante de Deus que o julgará e, se não começar a arrepender-se, será condenado às penas eternas."
Álvaro Cunhal mostrou também a carta que enviou em resposta ao referido sacerdote:"Vejo, pelo que diz, que já não tenho salvação, mas já que não pode fazer nada pela minha redenção não quero deixar de fazer alguma coisa pela sua. Se, como diz, for sujeito a esse julgamento, não deixarei de dizer a Deus que o senhor me procurou para tentar salvar-me. Isso poderá diminuir o peso dos seus pecados na balança e contribuir para a sua salvação depois da morte".
Mesmo que muitos não procurem Deus, nos caminhos de alguns põe-se esta interrogação: Existirá Deus?
Muita gente faz a sua entrega generosa a uma acção missionária, rezando pelos que acreditaram mas apagaram a sua fé, pelos que ainda não encontraram o Deus de Jesus Cristo, pelos que acreditam e amam o Divino Criador.
E só Deus sabe o resultado desta acção apostólica de oração e sacrifício, como Santa Teresa de Lisieux, padroeira das Missões sem sair do seu convento de carmelita.
Mário Salgueirinho

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