“Eis o Coração que tanto amou os homens, que a nada se poupou até se esgotar e consumir, para lhes testemunhar o seu amor. Mas em troca, não recebo senão o esquecimento, frieza e ingratidão. O mais doloroso é que os que assim me tratam são corações dos que me são consagrados, aqueles que se dizem meus amigos”.
(Jesus Cristo, mostrando o Seu Coração à vidente Santa Margarida Maria Alacoque, em 1675)
O mês de Junho é tradicionalmente dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Esta devoção tem a sua origem na própria Sagrada Escritura. De um modo visível, aparece em dois acontecimentos fortes dos Evangelhos: o gesto de São João, o discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e na Cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34). Se no primeiro Jesus tem consolo na véspera da Sua morte, no segundo, apresenta-se-nos o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.
Quando Nosso Senhor pediu a devoção ao Seu Sagrado Coração a Santa Margarida, ensinando a prática das Nove Primeiras Sextas-feiras - em que honramos o Coração de Jesus, na primeira sexta-feira de cada mês, durante nove meses - como acto de reparação, mostrou-Se muito triste com as ofensas que são cometidas contra o Seu Santíssimo Coração, em especial com as irreverências que se cometem contra o Santíssimo Sacramento.
Uma das ofensas que os homens fazem ao Divino Coração é o esquecimento. Jesus fica muitas vezes esquecido, no meio de tantas tarefas que temos de cumprir… Quantas vezes já passámos por alguma igreja sem nos lembrarmos de fazer uma visita de cinco minutos a Jesus, vivo e realmente presente no Sacrário? Por outro lado, esquecemos muito facilmente o sentido último da nossa vida. Andamos de um lado para outro, atarefados com mil e uma coisas do mundo, preocupadíssimos com tantas coisas e esquecemo-nos do essencial: de que fomos criados por Deus e para Deus. É a Ele que devemos dar o primeiro lugar.
Jesus fala também da frieza com que tratamos as coisas de Deus. Quando, por exemplo, vamos à Missa só para “marcar presença” ou quando rezamos o Terço maquinalmente sem pensar no que estamos a dizer, estamos a dirigir-nos a Jesus – que certamente nos ouve de igual forma – mas ofendemos o Santíssimo Coração que tanto nos amou, porque Lhe falamos “à pressa”, sem entusiasmo e como se fossemos nós a fazer-Lhe um grande favor! É mau sinal quando a religião e as práticas religiosas se tornam um peso e os Mandamentos de Deus e da Igreja são observados mais por temor do que por amor.
Outra “queixa “de Jesus é a ingratidão. Ele, que por amor permitiu que o Seu Coração fosse atravessado por uma lança, recebe em troca, muitas vezes, desprezo e ingratidão. Sempre que pecamos, cada vez que tentamos ser auto-suficientes e sempre que vivemos como se Deus não existisse ou como se não fosse preciso, estamos a ser ingratos para com este Coração Santo que sofreu até à exaustão e derramou todo o Seu sangue por nós. E Jesus quis que fizessem uma imagem do Seu coração aberto para que, vendo com nossos olhos, compreendêssemos melhor a chaga que abrimos neste Santíssimo Coração com as nossas ingratidões, desprezos e faltas de amor.
O coração, no sentido bíblico, significa o que de mais íntimo há na pessoa, a sua verdadeira natureza, o centro da existência. Assim, é ao próprio Cristo que honramos com a devoção ao Seu Santíssimo Coração.
Confiemo-nos a Jesus, manso e humilde de Coração, cujo jugo é suave e o fardo é leve. Neste Santíssimo Coração encontraremos alívio e repouso para nossas almas.
Fonte: aqui
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