Uma amiga contou-me há dias este episódio. Ela fora ao funeral do pai de uma colega de trabalho e sua amiga. Qual não foi o seu espanto quando verificou que, na cerimónia do funeral, fora feita apenas uma leitura bíblica seguida de uma brevíssima homilia.
Dias depois conversou com a amiga e manifestou-lhe a sua estranheza pela ausência da Missa de Corpo Presente. Ainda por cima era conhecida a militância católica da amiga...
Então a filha do falecido disse-lhe, calma e tranquilamente, que tal aconteceu por respeito para com o pai que, em vida, não ia à Missa. Se ele não a quisera durante a vida, os filhos não lha quiseram impor após a morte. Era uma questão de respeito pela liberdade do pai.
Referiu ainda que ela e os irmãos pediram o funeral católico, porque o pai fora baptizado e nunca lhe sentiram qualquer vontade de sair da Igreja Católica. E então, a Igreja que o acolhera no Baptismo também o acompanhava na hora da partida...
A minha amiga referiu-me que ficou intrigada, mas ao mesmo tempo edificada pela coerência daquela senhora. Ainda mais quando a sua amiga lhe falou das "bocas" e dos comentários que ouviu por causa de não terem pedido a Missa de Corpo Presente. Mas para ela e seus irmãos eram muito mais importantes a coerência e a verdade do que os costumes e comentários dos outros...
Muitas vezes, há "ditos cristãos" que só aparecem na Igreja "empurrados". Foram levados ao colo pelos pais no Baptismo ; foram pressionados para fazerem "as comunhões" e o Crisma pelos pais; foi-lhe imposta a Missa pelos filhos após a morte.
Tantos filhos que precisavam de ter a coragem, a humildade e a verdade desta senhora! Mas qual quê!? "Mas se outros tiveram, o meu pai também tem de ter!" Mesmo que em vida nunca quisesse nada com a Igreja!
Há cá uma verdade nesta gente!!!
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