sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Domingo, 15 de Agosto de 2010 - Assunção e Glorificação de Nossa Senhora

O olhar sobre Maria, renasce ou nasce inteiramente de uma forma nova, com uma densidade fundamental para a devoção da Igreja. A mulher do Apocalipse, aparece como um sinal, uma revelação oferecida por Deus. Temos, então, a Assunção de Maria, sinal último dessa utopia tornada realidade para os homens.
E aparece vestida de sol como são os olhos de Deus. Vestida para significar isso mesmo: o amor e a ternura apaixonada de Deus que veste os lírios do campo mais glorioso que o rei Salomão (cf. Mt 6, 30), que adorna de vestes finíssimas e ornamentos preciosos a sua esposa Israel (Ez 16, 10-13), que reveste Sião da sua magnificência (Is 52, 1). A esta mulher-sinal, Deus a veste de sol, de toda a luz da sua própria glória e poder.
Toda a devoção não poderia ser melhor cantada naquela estrofe inesquecível do poema “A Nossa Senhora” de Ruy Cinatti: “Vómitos de cera/ honram-na em lágrimas/ humedecendo faces/ ou repentes de alegria./ Ei-la, portanto, senhora/ nos espaços sederais/ e na terra mãe/ desamparada./ Seu olhar magoado/ fere um intranquilo/ raio de luz./ E entro no templo/ onde milhares de mãos compadecidas/ acendem círios./ Digo: Maria!/ Ouço: Meu filho!”( Corpo-Alma, p. 79-80).
O dia da Assunção de Maria, constitui por si mesmo não o último sinal do desígnio salvador de Deus, mas a confirmação em glória do papel essencial de Maria na obra de Redenção. A criação de Deus, a História do mundo e dos homens, conheceram outras veredas que não levavam à felicidade. Por isso, quis Deus, por graça, manifestar outros sentidos e outras possibilidades de salvação.
Maria, foi e é a primeira criatura a tomar parte nesse desejo, a obra de Deus no mundo. Ela acolhe no seio o caminho último do sentido da vida. Maria, fecunda a possibilidade redentora para toda a família humana. A “sublimidade” desceu radicalmente através do seio dessa mulher, à natureza que se dizia irremediavelmente perdida.
A sua Assunção e Glorificação são o reacender da luz na obscuridade do silêncio das trevas e aí confirma-se a visibilidade clara das paisagens baças da humanidade. Nela, a esperança renasce com toda a força fecundante. A devoção a Maria encontra um lugar seguro, onde descansa a razão de ser da esperança e encontra também um sentido para os contornos inquietantes da vida.
http://jlrodrigues.blogspot.com

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