Gerar na fé é uma tarefa cultural
Os jovens, de quem os sociólogos sublinham a estranheza à fé, são filhos de adultos que deixaram de dar espaço à própria fé cristã: continuam a pedir os sacramentos da fé, mas sem fé nos sacramentos; levam os filhos à Igreja mas não levam a Igreja aos seus filhos; favorecem o ensinamento da religião mas reduzem a religião a uma simples questão escolástica. Pedem às suas crianças para rezarem e irem à missa mas muitas vezes nem a sua sombra se vê na Igreja. E, sobretudo, os mais novos não encontraram os pais na oração ou na leitura do evangelho.
Estes adultos impuseram uma divergência clara entre a educação para viver e a educação para crer, uma divergência que, mesmo que não negando diretamente Deus, avalizou descrença: "se Deus não é importante para o meu pai e para a minha mãe, não o pode ser para mim. Se o meu pai e a minha mãe não rezam, a fé não implica com a vida. Se não há lugar para Deus na existência no mundo - no sentimento de vida - do meu pai e da minha mãe, não existe realmente o problema do lugar de Deus na minha existência".
Foi assim interrompida a aliança entre paróquia e família: de um lado da balança fica o evangelho, a oração, a solidariedade...; do outro lado, o iogurte, a dieta, o ginásio, o estádio e o creme antienvelhecimento... Há muito tempo que nós, adultos, pedimos a felicidade apenas a estas coisas...
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
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