Vai “de vento em popa” a barca de Paulo e de Barnabé.
De Antioquia da Síria, zarparam rumo à ilha de chipre (At.13,4). Percorreram então toda a ilha (At.13,6), de Salamina a Pafos. Daí embarcaram, e dirigiram-se a Perga da Panfília (At.13,13) até chegar a Atalia. De lá, percorrem as terras de Listra, Icónio, Derbe e Listra, onde não faltaram perseguições e sofrimentos, entre expulsões (At 13,50), lapidações e uma fuga (At 14,19-20). Sem medo, regressam pelos lugares de combate e, do porto de Atalia, Paulo e Barnabé voltam, de barco, para Antioquia, de onde tinham partido. É assim a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé (45-49 dC), em que o evangelho é pregado aos pagãos, por todos os meios e em todos os lados. E, deste modo, e em definitivo, «Deus abre aos gentios a porta da fé» (At 14,27).
Mas o que importa aqui, não é a geografia do terreno, nem a cartografia do mar. Importa, que tudo isto acontece, graças ao sopro do Espírito Santo. Todas as decisões, na Igreja de Antioquia, são tomadas em clima de oração, de celebração, de jejum, sem o ruído de qualquer influência mundana, sem qualquer lógica de marketing religioso a comandar o rumo da barca. O grande protagonista da missão, tão pessoal, que parece visível, é o Espírito Santo! É Ele que destaca Barnabé e Paulo, para a missão aos pagãos. É o Espírito Santo, que suscita ministérios, na comunidade. É o Espírito Santo, que estabelece presbíteros, em cada cidade. É o Espírito Santo, que fortalece os discípulos e esclarece a Igreja. É o Espírito Santo, que aponta rumos e abre aos gentios a porta da fé.
Há duas imagens da Igreja: a Igreja evangelizadora, que sai de si própria, escutando fervorosamente a Palavra de Deus e proclamando-a com confiança (DV); ou a Igreja mundana que vive em si própria, de si própria e para si própria” (Card. J. Bergoglio, Manuscrito).
Neste Ano, em que nos propomos, abrir nos corações a porta da fé, invoquemos os dons do Espírito Santo, para que sacuda e mova a Igreja (a começar pela nossa comunidade), a sair de si própria, para as periferias existenciais, que a ajude a ser a mãe fecunda que vive “da doce e reconfortante alegria da evangelização” (Paulo VI)» (Card. J. Bergoglio, Manuscrito).
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