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Nem sempre os doentes e idosos são tratados com o devido carinho, às vezes
mesmo pelos membros da sua família. Mas nesta secção de Testemunhos Vivos
prometi a mim mesmo só dar exemplos de coisas positivas. E há felizmente ainda
muita gente que gasta parte do seu tempo a visitar e ajudar estes desvalidos.
E hoje alguém me contou uma história de vida que me comoveu. Um dia, um homem
foi a um Centro de Saúde para fazer um curativo. Mas nunca mais chegava a sua
vez. Impaciente com a funcionária, disse:
– Tenho muita pressa.
– Aqui não há pressas! O senhor tem de aguardar pela sua vez...
Ele, contudo, insistia dizendo que tinha um importante compromisso, que já
estava atrasado e que não podia faltar.
Finalmente, o enfermeiro chamou-o e, enquanto lhe fazia o curativo,
perguntou-lhe:
– Que pressa é a sua?!
Foi então que o homem lhe contou a razão de tanta urgência. Disse-lhe:
– Estou com pressa, porque tenho de ir a um lar de idosos tomar o habitual
café da manhã com a minha mulher. Está internada há mais de um ano por sofrer da
doença de Alzheimer, em estado avançado.
– Mas a sua esposa vai ficar aborrecida, por causa do senhor chegar
atrasado?!
O homem, sorrindo, respondeu:
– Meu caro amigo, há três anos que não me conhece.
– Mas se já nem o conhece, porquê essa preocupação de estar com ela todos os
dias?
A resposta não se fez esperar:
– É verdade que ela não sabe quem eu sou. Mas eu sei muito bem quem ela
é!
In O Amigo do Povo
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