Envelhecer em Portugal

“A miséria de uma criança interessa a uma mãe, a miséria de um rapaz
interessa a uma rapariga, a miséria de um velho não interessa a ninguém.”...
- Victor Hugo.

Têm sido muitas as notícias que nos dão conta de idosos encontrados mortos em casa. Em diversas zonas do país, especialmente nos grandes aglomerados citadinos. Alguns já falecidos há imenso tempo...
Algo tem que ser feito. Ontem já era tarde. O Ministério da Solidariedade, as câmaras, as Juntas, as misericórdias, a assistência social, os grupos sócio-caritativos ...os CIDADÃOS!
Exactamente, os cidadãos! Quando aparecem estas lamentáveis situações, toda a gente se indigna e traz a indignação para os comentários às notícias, para os blogues, para as redes sociais. E toca a malhar no governo. E os cidadãos, onde ficam?? Porque não assumem a sua responsabilidade? As pessoas fecham-se em concha, vivem no mesmo prédio durante anos e fazem de conta que os outros não existem...

Há uma situação que deveria merecer a melhor atenção de todos, pelo respeito à pessoa humana. Uma pessoa envelhece, trabalhou toda a vida, tantas vezes sem horários, recebe uma pensão baixíssima. Pois, no outono da vida, ainda tem que mendigar um auxílio dos filhos para poder estar num lar. Como se sentirá este idoso?


É certo que muitos filhos não podem mesmo por razões inerentes ao ritmo de vida actual, mas muitos idosos poderiam e DEVERIAM ser acolhidos pelos filhos, mesmo com algum esforço por parte destes.
É uma vergonha a existência de muitas situações em que idosos são varridos para os lares por filhos que "não estão para aturar o velho(a)"!
Criamos uma sociedade sem valores nem referências. Uma sociedade em que o que conta é "gozar a vida", o bem estar individual. Depois colhemos o que semeámos!
FILHO ÉS, PAI SERÁS; CONFORME FIZERES, ASSIM ACHARÁS!