sábado, 19 de abril de 2014

“Ressuscitou, como tinha dito!"


1. “Ressuscitou, como tinha dito! Vinde ver o lugar onde jazia” (Mt.28,6)! E as mulheres, que lá vão, na manhã de Páscoa, descobrem no sepulcro aberto, uma verdadeira fonte de esperança, a brotar e a abarrotar de sinais de vida! A pedra muito grande, do poder da morte, sempre intransponível, para as forças humanas, tinha sido removida, pela magnífica mão do Senhor (Sal.117,16)! E o Anjo do Senhor “senta-se sobre essa pedra” (Mt 28,2), numa impressionante demonstração da soberania e da vitória definitiva de Deus, sobre o mal e a morte! A sua túnica branca como a neve, o seu aspeto como o de “um relâmpago”, sugere-nos algo de extraordinário: estamos diante de um acontecimento absolutamente novo, inesperado, surpreendente! Estamos diante da obra maior de Deus, na história e para lá da história: O Senhor ressuscitou! “Tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos”! (Sal. 117,23)
2. E que significa, para nós, esta vitória da ressurreição? Significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e do que a própria morte! Significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, pode fazer florir as parcelas de deserto que subsistem ainda no coração. Nós acreditamos que Jesus está vivo, e que ainda hoje é capaz de intervir misteriosamente, dentro de nós e no mundo à nossa volta (cf. E.G.279)! Ele tira o bem do mal, com a sua criatividade infinita. Ele faz surgir a vida, no lugar da morte. Por isso, a ressurreição de Cristo produz por toda a parte rebentos de um mundo novo; e, ainda que os cortem, eles voltam a despontar, porque a ressurreição contém uma força de vida, uma força sem igual, que penetra este mundo e o outro.
3. Neste sentido, a Ressurreição torna-se uma fonte inesgotável de esperança! No meio da obscuridade, sempre desabrocha algo de novo que, mais cedo ou mais tarde, produz fruto (E.G.276). Num campo arrasado, volta a aparecer a vida, tenaz e invencível. Na realidade, o ser humano, a humanidade inteira, renasce, muitas vezes, de situações de fogo e de cinza, que pareciam irreversíveis. E isto mesmo ajuda-nos a viver com maior confiança as duras e escuras realidades da vida e a enfrentá-las corajosamente! Esta é a força da ressurreição do Senhor, que nos cabe testemunhar, com a nossa vida nova ou renovada, renascida ou ressuscitada!
4. Por isso, a mensagem do Anjo é bem clara: «Ide depressa dizer aos discípulos: Ele ressuscitou e vai adiante de vós»(Mt.28,7). A ordem de partida e de saída repete-se na boca do Ressuscitado: “Ide avisar os meus irmãos que partam. Lá me verão” (Mt.28,10). Impelidas pelo amor, as mulheres não podem conter a alegria de que Jesus está vivo, não podem conter a torrente e a corrente que brota desta fonte de esperança!Não fiquemos à margem desta marcha da esperança viva!
5. Tenhamos também nós a coragem de «sair» do sepulcro vazio, de uma religião que tantas vezes só cheira a morte, para dar sinais da belezada vida cristã. Tenhamos a coragem de sair da casca de ovo,dos nossos medos infantis, para oferecer aos outros o tesouro da vida que é Cristo; tenhamos a coragem de sair, como o coelho da toca, de uma Igreja, onde nos escondemos comodamente, e saltemos para fora do adro, levando a luz da ressurreição, a todas as periferias existenciais, às vidas das pessoas sós, às almas frias, carecidas de fé, de esperança ou de amor! Uma Igreja «em saída» (E.G.24)toma a iniciativa, parte ao encontro, procura os afastados; chega às encruzilhadas dos caminhos, convida os excluídos. E fá-lo, sem medo, porque sabe que o Senhor a precede! Ele vai adiante de nós e está já naqueles a quem O vamos levar. Por isso, uma Igreja «em saída» sabe festejar cada pequena vitória, cada passo em frente, no anúncio do Ressuscitado!
Queridos irmãos e irmãs: Ide em frente, com este testemunho! Levai adiante esta esperança. De novo, vos recordo o desafio que se mantém: Viestes à fonte da esperança e da força. Ide em frente, corajosamente! O Senhor vai adiante de Vós!
Fonte: aqui

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