Bispos portugueses partilham expectativas sobre Ano da Fé que vai decorrer entre 11 de outubro de 2012 e 24 de novembro de 2013
Reforçar os alicerces das comunidades cristãs e recolocar Deus no centro de uma sociedade em crise são os principais objetivos da Igreja Católica portuguesa para o Ano da Fé que começa esta quinta-feira. Em declarações concedidas à Agência ECCLESIA, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Policarpo, sublinha a necessidade de cada cristão “aprofundar” a sua relação com Deus, no sentido de ajudar a construir uma “Igreja viva” e “crente”. O cardeal-patriarca de Lisboa propõe “a escuta da Palavra de Deus” e “a oração comunitária e pessoal” como “elementos decisivos” para um bom aproveitamento da iniciativa convocada por Bento XVI e que vai decorrer até 24 de novembro de 2013. D. José Policarpo preside este sábado, em Fátima, à abertura nacional do Ano da Fé, durante a peregrinação de 13 de outubro. Na Diocese de Lisboa, o lançamento do evento está marcado para 25 de outubro, data em que as comunidades locais vão assinalar a “Solenidade da Dedicação da Sé Patriarcal”. O vice-presidente da CEP, D. Manuel Clemente, aponta como desafio transmitir a fé no meio de uma sociedade em rutura, dominada pela quebra de “tradições familiares e religiosas” e pela “possibilidade real ou virtual de cada um fazer o seu caminho, por necessidade ou gosto, ou a gosto induzido pelo marketing alheio”. “Sendo a descoberta do Ressuscitado essencialmente comunitária, nas famílias, paróquias e demais agregações cristãs, como havemos de a proporcionar no atual contexto, tão disperso?”, questiona o bispo do Porto, que vai inaugurar o Ano da Fé com uma celebração eucarística no dia 4 de novembro. D. António Sousa Braga, bispo de Angra, considera que a solução para este problema passa, antes de mais, por uma aposta séria na “formação” dos cristãos, para que estes, munidos de uma “fé esclarecida, celebrada e comprometida”, contribuam para a transformação da sociedade. Para o prelado, os próximos meses devem ser aproveitados “para reavivar e robustecer, testemunhar e transmitir” a mensagem da Igreja Católica. As intenções dos responsáveis episcopais portugueses para o Ano da Fé centram-se também na procura de respostas para a crise económica que atinge o país. D. Anacleto Oliveira, bispo de Viana do Castelo, convida as comunidades cristãs a privilegiarem este tempo para a prática da “caridade”, marca “identificativa” da Igreja e da espiritualidade católica. O prelado sublinha que o apoio prestado aos mais necessitados “não se pode limitar ao âmbito estritamente eclesial” mas sim a todas as pessoas e comunidades, “sem distinção de raça, nação ou religião”. Segundo o bispo da Guarda, é preciso reafirmar Cristo como alternativa a uma sociedade orientada para a “satisfação das necessidades materiais”, para a “competição desenfreada” e onde “cresce a falta de esperança”. D. Manuel Felício sublinha que o modelo atual retira às pessoas “tempo e energias para o que é mais importante na vida”, ou seja, “a relação com Deus e nele a gratuidade das relações humanas, a começar pelas relações familiares”. O Ano da Fé coincide com a comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II e dos 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica. In AGÊNCIA ECCLESIA |
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