Secretário da CEP expressou a «enorme tristeza» pela votação desta tarde na Assembleia da República.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje que acompanhou a aprovação dos projetos de lei sobre a despenalização da eutanásia com “enorme tristeza” e apoia todas as iniciativas que atuem na “defesa da vida”.
“É com enorme tristeza que assistimos hoje à decisão da Assembleia da República ao aprovar, em votação na generalidade, cinco projetos de despenalização da eutanásia”, refere um comunicado do secretário e porta-voz da CEP enviado à Agência ECCLESIA.
O padre Manuel Barbosa recorda a posição do Conselho Permanente de 11 de fevereiro, onde assume a necessidade de defesa da vida “em profunda sintonia com o Papa Francisco”, que desafia os profissionais da saúde a “terem em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for irreversível”.
“A Conferência Episcopal acompanha e apoia todas as iniciativas que continuarão a decorrer pela defesa da vida e contra a eutanásia”, refere o comunicado.
O porta-voz da CEP recorda as declarações do cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desta tarde, no contexto do debate parlamentar, que sublinha a necessidade da vida ser “devidamente contemplada em todo o arco existencial”.
“Aquilo que importa enquanto Igreja, e importa a muitas outras forças da sociedade civil, a maior parte delas nem são propriamente presenças religiosas, são profissionais e de outras áreas, e até inter-religiosas, é que a vida seja devidamente contemplada em todo o arco existencial, independentemente do que possa acontecer legislativamente”, disse D. Manuel Clemente.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, afirmar a vida “no seu todo” é “uma insistência” e uma convicção que “permanece independentemente do que possa acontecer legislativamente”, que implica todos “como sociedade, crentes e não crentes”, disse esta tarde aos jornalistas.
“Não basta dizer, como dizemos e insistimos porque estamos convictos disso, que vida tem de ser contemplada no seu todo. Porque se começamos a fazer exceções, mesmo que sejam a pedido, a vida não se aguenta na sua inteireza”, sublinhou, realçando que como sociedade é preciso estar “mais presentes”.
O cardeal-patriarca de Lisboa reafirmou o apelo que tem feito aos políticos de que “esta é uma frente comum, é uma frente humana, essencial” e não se pode “deixar ninguém sozinho ao longo da sua vida”, sobretudo quando mais precisa.
“Dizem-nos as pessoas, os clínicos, os voluntários que estão perto das pessoas que sofrem e que as acompanham que, em geral, não querem partir porque se sentem acompanhadas. A convivência é que é a vida”, acrescentou no Hospital D. Estefânia, onde presidiu à Missa que assinalou os 100 anos da morte de Santa Jacinta, pastorinha de Fátima, que faleceu nesta unidade de saúde pediátrica a 20 de fevereiro de 1920.
Reagindo também à aprovação pelos deputados dos cinco projetos de lei – BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal – que visam a legalização da eutanásia em Portugal e depois de conhecidos os resultados, o arcebispo de Braga escreveu na sua conta na rede social Twitter que sente uma “tristeza de morte”.
“Vamos continuar o caminho. Aos que estiveram junto à Assembleia a manifestarem-se quero expressar a minha gratidão como cidadão. De modo particular aos mais jovens. Hoje, de frente para o Parlamento, vi um futuro luminoso para #Portugal”, acrescentou D. Jorge Ortiga, num segundo tweet.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) afirmou que a decisão parlamentar fica “na história do país como um dia negro para a dignidade dos portugueses” e marca um “retrocesso civilizacional”.
“A AMCP apela ao Senhor Presidente da República que faça uso do seu poder de veto”, acrescenta o comunicado.
Os cinco projetos vão agora ser analisados na respetiva comissão parlamentar, depois segue-se a votação final e é enviado para apreciação do Presidente da República.
O movimento “#simavida” quer apresentar ao Parlamento uma Iniciativa Popular de Referendo nacional sobre “a (des)penalização da morte a pedido” e está a promover uma recolha de assinaturas no âmbito do debate sobre a eutanásia.
Fonte: aqui
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje que acompanhou a aprovação dos projetos de lei sobre a despenalização da eutanásia com “enorme tristeza” e apoia todas as iniciativas que atuem na “defesa da vida”.
“É com enorme tristeza que assistimos hoje à decisão da Assembleia da República ao aprovar, em votação na generalidade, cinco projetos de despenalização da eutanásia”, refere um comunicado do secretário e porta-voz da CEP enviado à Agência ECCLESIA.
O padre Manuel Barbosa recorda a posição do Conselho Permanente de 11 de fevereiro, onde assume a necessidade de defesa da vida “em profunda sintonia com o Papa Francisco”, que desafia os profissionais da saúde a “terem em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for irreversível”.
“A Conferência Episcopal acompanha e apoia todas as iniciativas que continuarão a decorrer pela defesa da vida e contra a eutanásia”, refere o comunicado.
O porta-voz da CEP recorda as declarações do cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desta tarde, no contexto do debate parlamentar, que sublinha a necessidade da vida ser “devidamente contemplada em todo o arco existencial”.
“Aquilo que importa enquanto Igreja, e importa a muitas outras forças da sociedade civil, a maior parte delas nem são propriamente presenças religiosas, são profissionais e de outras áreas, e até inter-religiosas, é que a vida seja devidamente contemplada em todo o arco existencial, independentemente do que possa acontecer legislativamente”, disse D. Manuel Clemente.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, afirmar a vida “no seu todo” é “uma insistência” e uma convicção que “permanece independentemente do que possa acontecer legislativamente”, que implica todos “como sociedade, crentes e não crentes”, disse esta tarde aos jornalistas.
“Não basta dizer, como dizemos e insistimos porque estamos convictos disso, que vida tem de ser contemplada no seu todo. Porque se começamos a fazer exceções, mesmo que sejam a pedido, a vida não se aguenta na sua inteireza”, sublinhou, realçando que como sociedade é preciso estar “mais presentes”.
O cardeal-patriarca de Lisboa reafirmou o apelo que tem feito aos políticos de que “esta é uma frente comum, é uma frente humana, essencial” e não se pode “deixar ninguém sozinho ao longo da sua vida”, sobretudo quando mais precisa.
“Dizem-nos as pessoas, os clínicos, os voluntários que estão perto das pessoas que sofrem e que as acompanham que, em geral, não querem partir porque se sentem acompanhadas. A convivência é que é a vida”, acrescentou no Hospital D. Estefânia, onde presidiu à Missa que assinalou os 100 anos da morte de Santa Jacinta, pastorinha de Fátima, que faleceu nesta unidade de saúde pediátrica a 20 de fevereiro de 1920.
Reagindo também à aprovação pelos deputados dos cinco projetos de lei – BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal – que visam a legalização da eutanásia em Portugal e depois de conhecidos os resultados, o arcebispo de Braga escreveu na sua conta na rede social Twitter que sente uma “tristeza de morte”.
Vamos continuar o caminho. Aos que estiveram junto à Assembleia a manifestarem-se quero expressar a minha gratidão como cidadão. De modo particular aos mais jovens. Hoje, de frente para o Parlamento, vi um futuro luminoso para #Portugal.#Eutanásia #Resistir #Vida #Esperança— D. Jorge Ortiga (@djorgeortiga) February 20, 2020
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) afirmou que a decisão parlamentar fica “na história do país como um dia negro para a dignidade dos portugueses” e marca um “retrocesso civilizacional”.
“A AMCP apela ao Senhor Presidente da República que faça uso do seu poder de veto”, acrescenta o comunicado.
Os cinco projetos vão agora ser analisados na respetiva comissão parlamentar, depois segue-se a votação final e é enviado para apreciação do Presidente da República.
O movimento “#simavida” quer apresentar ao Parlamento uma Iniciativa Popular de Referendo nacional sobre “a (des)penalização da morte a pedido” e está a promover uma recolha de assinaturas no âmbito do debate sobre a eutanásia.
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