O jornalista Daniel Oliveira disse que o Papa Francisco é hoje uma voz ouvida por todos porque representa “muito mais a Igreja do perdão do que do castigo, da solidariedade do que do pecado”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o comentador e político salienta que este centrar do foco da Igreja Católica nas “questões sociais”, no seguimento do qual o Papa argentino tem colocado muitas vezes “o dedo nas injustiças do mundo”, representa um motivo de “enorme esperança” para todos, inclusive “para os não crentes”.
“Tornou o cristianismo muito mais interessante”, admite Daniel Oliveira, que se assume como não-crente.
Na sua análise, o cronista destaca o facto de o Papa argentino, em vez de apontar “diferenças”, procurar descobrir caminhos em conjunto, de “solidariedade”.
Uma figura que ao longo do seu pontificado, nos últimos quatro anos, tem procurado trazer “mudança” à Igreja Católica e que além disso não se fica pelas palavras mas coloca-as em prática.
“Não acho que este Papa seja populista, ele percebeu o lugar que ocupa e a mensagem que tem que passar. E em todas as mensagens o exemplo é sempre das coisas mais poderosas que existem”, refere Daniel Oliveira.
Daí que, nos dias 12 e 13 de maio, Francisco tenha estado em Fátima como “peregrino” ou que, em termos globais, ao longo do seu pontificado, ele tenha revelado sempre uma “enorme exigência” na aplicação da mensagem cristã, sem medo de encontrar “resistência”, analisa.
O jornalista recorda a forma como Francisco tem procurado lembrar constantemente “os padres, e não só”, que a “mensagem cristã” muitas vezes tem de primar pela “revolta” e ser mesmo “revolucionária”, na defesa dos mais necessitados.
Ou quando, dirigindo-se à sociedade, mais uma vez pelo exemplo, “sem ter de o dizer”, o Papa argentino consegue “expor de forma evidente, a contradição de líderes políticos que são crentes e trabalham a favor da ganância”, e os “que não se preocupam nem trabalham para os mais pobres e para aqueles que os elegeram”.
Segundo Daniel Oliveira, a todo o momento este Papa lembra que estas pessoas, enquanto católicas, “têm exigências sociais”, porque fazem parte de uma Igreja Católica que tem a capacidade e a missão de chegar aos “que estão no fim da linha social”.
“Sempre que Francisco tem que fazer a escolha entre os pobres e o poder, a sua escolha é muito clara”, sustenta.
Fonte: aqui
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.