Leituras: aqui
1. «Eu estou
convosco todos os dias, até ao fim dos tempos» (Mt 28,20). Jesus é o Deus sempre presente,
que caminha ao nosso lado e vai à nossa frente; não é um herói isolado, na sua
coroa de glória! É o «Emanuel», o
Deus connosco, que diz a cada um, de modo pessoal e único: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43,5). Não é, por isso, um Deus ausente,
distante, raptado ou arrebatado para um Céu longínquo; ao contrário, é um Deus
apaixonado, incapaz de Se separar de nós. Na verdade, “quando
Jesus subiu ao Céu, levou para junto do Pai celeste a humanidade – esta nossa
humanidade – que Ele tinha assumido no seio da Virgem Mãe, e nunca mais a
largará” (Papa Francisco, Homilia,
13.05.2017). Por isso, somos hoje
convidados a exultar em santa alegria, porque “a ascensão de Cristo é a festa da nossa esperança: chegando à nossa
frente, à glória do céu, como nossa Cabeça, para aí nos atrai como membros do
Seu Corpo” (cf. Oração coleta). “Ele é
como um chefe de grupo, quando se escala uma montanha, que chega ao cimo e nos
puxa para junto de Si, conduzindo-nos para Deus (Papa Francisco, Audiência, 17.4.2013).
2. Jesus
permanece então unido, colado a nós, e nós agarrados e atraídos por Ele ao Pai.
Junto do Pai, Jesus intercede por nós! Por isso, ainda que dentro de nós ou à
nossa volta, haja tantas más notícias,
de sofrimento, de tristeza, de escuridão, que não podemos ignorar, mas que, por
vezes, parecem arruinar a nossa esperança, a verdade é que continuamos a crer e
a esperar, porque temos esta boa notícia
estampada no rosto: o Senhor está connosco, não nos abandonou à desgraça, não
nos deixou órfãos! Graças à ação do Seu Espírito Santo, ainda que nos pareça o
contrário, perante o cenário de tanta destruição, a verdade é que “o amor sempre conseguirá suscitar corações
capazes de se comover, rostos capazes de não se abater, mãos prontas a
construir. Nasce, assim, uma esperança acessível a todos, precisamente
no lugar onde a vida conhece a amargura do fracasso” [Papa Francisco, Mensagem
para o Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS), 2017].
3. Ao longo do nosso
caminho, esta promessa de Jesus «Eu estou
convosco» (Mt 28,20),
ou dito ainda de modo mais pessoal, «Não
tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is
43, 5),
leva-nos a estar de pé, erguidos, com esperança, convictos de que o bom Deus
está sempre a agir a nosso favor e a transformar o mal num bem maior, a realizar aquilo que nos parece impossível. “Na verdade, o fio,
com que se tece toda a história sagrada (a da Bíblia e a nossa), é a esperança,
e o seu tecedor só pode ser o Espírito Santo Consolador” (Papa Francisco, MDMCS 2017). Que Ele nos ensine a comunicar a esperança e a confiança, no nosso
tempo!
4. Foram-nos
propostos, há dias, dois grandes comunicadores da esperança, uma esperança
vivida, com os pés bem assentes na terra, mas com o coração voltado para o céu.
Esta grande esperança foi-nos testemunhada e comunicada pelos pastorinhos de
Fátima. “Eles compreenderam e viveram a
beleza do Céu, que o Anjo e Nossa Senhora lhes fizeram saborear, como plenitude
do amor de Deus, que os fascinou”. E assim mesmo “creram, esperaram e amaram”, rezaram e sofreram, sem medo algum de
morrer, na esperança feliz do encontro luminoso, com Nosso Senhor e Nossa
Senhora, lá no Céu.
5. Como eles, não
percamos do horizonte da nossa esperança o Céu, que não acaba aqui, mas aqui
começa, onde Deus está, mesmo se escondido, como semente, em esperança. Levemos
aos outros a Boa Nova, que é este Jesus, Deus connosco, até ao fim dos tempos,
e tornemo-nos, como os Pastorinhos, “faróis
que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e esperança” (Papa
Francisco, MDMCS 2017) no
nosso tempo,
conscientes de que Deus nos criou como uma esperança para os outros.
Caminhemos, então,
Povo de Deus, como peregrinos da esperança, a caminho do Céu, com Maria, pelas
fontes da alegria!
Amaro Gonçalo
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