sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

III Domingo do Tempo Comum - Ano B

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“O que tenho a dizer-vos é que o tempo é breve”
(I Cor.7,29)!
1. Em pouco tempo, falemos do tempo, que nos parece sempre pouco, numa vida que é breve e fugaz, e que se anuncia, para já, com menos férias e feriados, sem pontes de descanso, para algumas pausas sonhadas! Tão breve é o tempo que nos foge, que de repente, nos acordamos com a pergunta: Qual é afinal o sentido que podemos dar aos nossos dias inquietos, de fadiga e de dor, em “tempos de crise”?
2. Há uma resposta simples, para esta pergunta: Deus eterno entrou na nossa história e permanece presente, de modo único e permanente, na pessoa de Jesus, o seu Filho feito Homem! Por isso, a Boa nova de Jesus resume-se nestas palavras: “Cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus” (Mc.1,15). Em Cristo e com Cristo, o Reino de Deus aproximou-se de nós! Onde Deus está, onde Cristo chega, o Reino de Deus também se aproxima de nós! E aproxima-se de nós, para que O possamos acolher e receber, de mão beijada! Portanto, com Jesus, o tempo chega à sua plenitude, completa-se, alcança o seu cumprimento, adquire aquele significado de salvação e de graça, pelo qual foi querido por Deus antes da criação do mundo!
3. Portanto, já não há mais lugar para a angústia, diante do tempo que passa e não volta para trás. Agora é o momento de confiar infinitamente em Deus, por quem sabemos ser amados, no qual “vivemos, somos e existimos” (At.17,28) e para quem a nossa vida se orienta! É muito importante descobrir este valor sagrado, inscrito no tempo: cadenciado nos seus ritmos anuais, mensais, semanais e diários, o nosso tempo é habitado pelo amor de Deus, pelos dons da sua graça. O tempo que nos é dado viver, este e não outro, é, em si mesmo, um sinal fundamental do amor de Deus: um dom que o homem é capaz de valorizar ou, pelo contrário, dissipar; de compreender no seu significado, ou, por desgraça, descuidar com fácil superficialidade! Mesmo se é de crise, este é também e necessariamente um tempo de graça e de salvação, para todos e para cada um de nós.
4. Acolhamos, então, este tempo de “crise”, como um tempo de crescimento, como uma espécie de “espelho austero”, onde nos podemos ver, rever e reencontrar, para lá das nossas ilusões e expetativas! A crise é uma oportunidade, para nos vermos e testarmos por dentro, para deixarmos tantas coisas, em que facilmente nos enredamos, para nos “convertermos do mau caminho” (Jon,3,10) a novos estilos de vida, mais próximos da simplicidade do evangelho. O momento da “crise”, em linguagem médica, é precisamente aquele em que a doença se decide: ou nos precipita na morte, ou nos encaminha para a recuperação! Neste sentido, a crise representa, para cada um, o ponto de passagem, o nó de viragem, o instante da transformação, que nos faz crescer e fortalecer, renunciando ao acessório, para descobrir a alegria maior, do que é essencial. Alguém escreveu: «O homem que não passa por nenhuma crise não está capaz de julgar coisa nenhuma». Ora aí está, como as “desgraças da crise” podem abrir caminho ao tempo favorável da conversão e a tantas “graças” de vida nova e de transformação!
5.Como havemos, queridos irmãos e irmãs, na prática, de viver este tempo, no cenário deste mundo, que é tão passageiro? Chiara Lubich ensina-nos, de maneira simples, numa oração em que reza assim:
“Ó Jesus,faz-me falar sempre, como se fosse a última palavra que digo. Faz-me agir sempre, como se fosse a última coisa que faço. Faz-me sofrer sempre, como se fosse a última dor que tenho para Te oferecer. Faz-me rezar, sempre como se fosse a última possibilidade que tenho, aqui na terra, de conversar conTigo”.
Fonte: aqui

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