D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego
No inicio da pregação evangélica, os apóstolos de Cristo escolheram colaboradores que, após a sua morte, lhes sucedessem no governo das comunidades nascentes e na pregação da mensagem cristã. Inicialmente eram chamados de “sucessores dos apóstolos”, como nos informa Clemente Romano, no ano 96 da era cristã, na bela e conhecida Carta à Igreja de Corinto.
A missão destes sucessores era responsabilizar-se pelas comunidades que se formaram ao redor dos apóstolos, supervisionando a sua vida evangélica. Daí o verbo “episkopein” (supervisionar), de que vem o substantivo “epískopos”: o que zela como guarda e protetor, por supervisionar o rebanho. Em latim “epíscopus” e, em português bispo, isto é: o que tem a nobre missão, como autêntico sucessor dos apóstolos, de responsabilizar-se pela comunidade dos fieis.
Hoje, quem escolhe e nomeia o bispo é o sucessor de São Pedro, o Papa. O eleito recebe a plenitude do sacramento da Ordem pela “keirotonia”, isto é: imposição das mãos de três outros bispos e pela unção e oração consecratória. Há pois uma corrente genealógica ascendente , que chega ate um dos doze apóstolos, do qual o bispo atual é verdadeiro sucessor.
A autoridade do bispo, sucessor dos apóstolos, vem da palavra de Jesus aos doze: “todo poder me foi dado no céu e na terra. Ide pois: batizai e ensinai que observem o que lhes ensinei.” (Mt 28,19ss).
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