Quedaram, frio o sangue, as mulheres chorosas,
Sem cor, sem voz, de espanto e medo. E, de repente,
Caíram-lhes das mãos as ânforas piedosas
De bálsamo odoroso e de óleo recedente.
Enfeitiçou-se o chão de um perfume dormente,
E o arredor trescalou de essências capitosas,
Como se a terra toda abrisse o seio, e o ambiente
Se enchesse da jasmins, de nardos e de rosas.
E Madalena, muda, ao pé da sepultura,
Tonta da exalação dos cheiros, em delírio,
Viu que uma forma, no ar, divinamente bela,
Vivo eflúvio, vapor fragrante, alva figura,
Aroma corporal, pairava...
---------------------------como um lírio,
Num sorriso, Jesus fulgia diante dela.
ARTHUR AZEVEDO
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.