quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Poesia no Advento


ele é a Voz antes do Verbo,
a lâmpada antes da aurora
João é a figura-fulgor da vigilância crítica,
a testemunha do inegociável
que anuncia o Sol da justiça
e o orvalho da misericórdia
acorde a sua Voz inquieta
o deserto dos nossos desejos
‘Quem aquieta muito sinal é que ama pouco’
inquiete-nos a violência
que em surdina nos arma e nos esvazia
e que o Cordeiro converta
as endoenças em páscoas
e o silêncio em repiques
e as trevas em luz,
enfim a tristeza de alguns dias
em alegria da Ressurreição
II
o camponês conhece os seus campos
pelo que parecem, quer dizer pelo que prometem
assim o crente se deveria conhecer a si próprio
a partir da promessa que cresce no seu corpo,
da Visitação de Deus
e da inabitação do Espírito
o tempo agora é para adivinhar
o espaço potencial de Deus que vem vindo
e a comunidade o lugar de verificação
da presença do Espírito
que a Palavra prepare os nossos ouvidos
e a nossa boca para a confissão e o louvor
José Augusto Mourão

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