O musical «Godspell», que relata a vida de Jesus através das parábolas de São Mateus, ao estilo da Broadway, vai subir ao palco do Teatro Tivoli, em Lisboa, a partir desta quinta-feira, numa adaptação da encenadora Matilde Trocado.
“O musical fala muito de amor e é muito alegre, mas a essência fala de uma comunidade: dez personagens que lideradas por Jesus vão sendo cada vez mais equipa, cada vez mais grupo, cada vez mais comunidade mesmo. Eu acho que vale a pena por isso, vivemos ao contrário hoje, cada vez mais cada um por si”, explica à Agência ECCLESIA.
Matilde Trocado observa que o musical vai “muito” na linha do apelo do Papa Francisco de se transmitir a alegria do Evangelho e sublinha que, no contexto do tempo da Quaresma, acaba por ser “muito oportuno”, ao relatar de uma “maneira não exaustiva e não literária” a Paixão de Jesus.
“Pode ser uma mensagem de esperança muito grande, exatamente contra a visão de que não há amor no mundo. Há a potes e é preciso sabermos olhar uns para os outros”, desenvolve.
O musical «Godspell» foi escrito por Stephen Schwartz e John-Michael Tebelak e estreou na Broadway, bairro de Nova Iorque conhecido pelas suas salas de teatro, em 1971.
Esta é a segunda vez que é encenado e vai a cena em Portugal e Matilde Trocado explica que o guião e as músicas são as originais, mas esta é uma adaptação que “vive de toda a equipa que o construiu”.
A encenadora diz que aceitou este desafio com “muito entusiasmo” por várias razões e destaca em primeiro o facto da base da história “ser a mais bonita do mundo”.
“O texto bíblico é um texto com uma atualidade incomparável que é uma coisa que fala ao nosso tempo e nesse aspeto não há como fazer um esforço muito grande porque aquelas parábolas têm a ver connosco quer a gente queira quer não”, adianta.
Depois, revela-se “muito fã de Stephen Schwartz” e por isso ficou “muito entusiasmada” com esta ideia desde a primeira vez que a desafiaram para o projeto.
Matilde Trocado, cujo nome está associado ao musical “Wojtyla”, sobre João Paulo II, revela que as participações em projetos de cariz religioso têm sido “um misto de opção e ocasião”.
“Eu gosto muito de aliar aquilo em que eu acredito à minha paixão pelo teatro; de certa maneira, neste musical, as coisas estão muito ligadas porque também é uma carta de amor ao teatro e ao que o teatro pode fazer, mesmo com a história de Jesus”, desenvolve a interlocutora.
Segundo Matilde Trocado, os jovens e a sociedade estão mais despertos para falar de Jesus, da fé, de religião e considera que a arte “mexe sempre com o transcendente”, mesmo numa peça que não tenha Jesus como protagonista.
“A junção das duas coisas parece-me natural e lógica”, conclui.
A apresentação do espetáculo no Teatro Tivoli prolonga-se até ao próximo dia 15; o Teatro Aveirense acolhe a peça no dia 27 de março.
Dos 10 atores que permanecem todo o espetáculo em palco encontram-se nomes como Mia Rose, Bruno Xavier, Manuel Moreira, Carina Leitão e Soraia Tavares.
In Agência ecclesia
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.